Moradores de Águas Claras cobram mais obras públicas no bairro

Pesquisa revela também que a renda que a domiciliar da cidade é de R$ 8,7 mil

Maryna Lacerda
Clara Campoli

aguasclaras:bronca
Apesar de os arranha-céus serem alvo de críticas de urbanistas e de arquitetos, a maioria dos moradores gosta de viver no local

Mudar da terra natal para um apartamento na capital do país. Distanciar-se da família, encontrar novos amigos, criar novas raízes. Essa pode ser uma história de qualquer pessoa que tenha se mudado para Brasília nos anos 1960. Ou, mais recentemente, de gente de fora — e da própria capital — que resolveu se estabelecer em Águas Claras na última década. Quem chega à cidade não faz amizade só com conterrâneos. Em Águas Claras, os moradores encontram novos amigos em gente de todos os cantos do país, uma vez que 53% da população vêm de outros estados, de acordo com a Pesquisa Distrital por Amostragem de Domicílios (Pdad) 2013/2014, da Codeplan.

Águas Claras surpreendeu a publicitária Flávia Gaeti, 30 anos, que encontrou na vizinhança uma nova família. Ela é do interior de São Paulo, mas morou em Goiânia antes de vir para o Distrito Federal. Aqui, ela se sentiu mais acolhida do que na capital goiana, conhecida por ter habitantes amigáveis e receptivos. “Temos amigos de várias partes do país. Acho que, como é muita gente de fora, é um povo que acaba perdendo o costume do almoço de domingo em família. A gente não tem mãe, não tem pai perto. Nós estamos construindo nossa família aqui. Então, nos aproximamos por afinidade de quem está em situação semelhante, independentemente da origem”, explica.

A cidade é alvo constante das reclamações de arquitetos e urbanistas, mas é unânime entre a maioria dos moradores. Os apartamentos novos e confortáveis, a proximidade de cinemas, academias, escolas particulares, restaurantes e bares da moda: tudo atrai e encanta quem mora por lá. A região abriga a classe média do Distrito Federal, com renda domiciliar média de R$ 8,7 mil. Lá, essa faixa populacional encontrou os requisitos que buscava para adquirir o imóvel próprio: unidades confortáveis a preços acessíveis, na avaliação da professora do curso de pós-graduação em gestão de pessoas do Ibmec-DF Denise Dantas. “Com o processo de ocupação do DF, a classe média ficou espremida entre o Plano Piloto — com unidades antigas e caras — e as outras cidades. A criação de Águas Claras trouxe uma oferta de apartamentos como há décadas não se via no território”, explica.

 

 

Fonte: Correio Braziliense

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