Presidente da Câmara quer iniciar a CPI da Saúde ainda neste semestre

 

Pelas contas da parlamentar, hoje, há previsão de falta de R$ 380 milhões para Saúde, apenas neste segundo semestre

Francisco Dutra

Especial para o Jornal de Brasília

Falta pouco para a Câmara Legislativa instalar a CPI da Saúde. No que depender da presidente da Casa, Celina Leão (PDT), a comissão começará já neste semestre legislativo a passar um pente fino nos atos da Secretaria de Saúde durante a gestão do ex-governador Agnelo Queiroz. Pelas contas da parlamentar, hoje, há previsão de falta de R$ 380 milhões para Saúde, apenas neste segundo semestre. Um déficit que atinge desde pagamentos de salários até compra de insumos.     

“Estamos na iminência de abrir da CPI da Saúde”, antecipou Celina. Segundo a presidente da Câmara, a cada dia a possibilidade de abertura da comissão ganha contornos mais concretos. “O problema da Saúde é que os desvios são pagos com vidas. Então, acho que essa Casa não pode se furtar”, complementou. Tecnicamente, a CPI tem como objetivo descobrir os pontos de origem da crise do sistema público de Saúde. Politicamente, é mais um golpe de Celina contra o governo de Queiroz, o qual a parlamentar capitaneou uma forte oposição.      

Antes do recesso legislativo de julho, a Câmara estava dividida entre a abertura da CPI da Saúde ou da CPI do Buritigate, para investigar a divulgação de áudios de uma reunião entre os deputados e governador Rodrigo Rollemberg no Palácio do Buriti. “Eu nunca fui a favor de abrir uma CPI dos Áudios. Aquilo ali precisava de ter uma resposta naquele momento. Distorceram os fatos”, argumentou Celina.

Os polêmicos áudios que circularam pela internet mostravam frases de Celina, Juarezão (PRTB), Dr. Michel (PP) e o líder do governo Júlio César (PRB) pedindo mais espaços no governo para políticos, em uma reunião com outros parlamentares e membros a cúpula do  Buriti.

Só duas por vez

À época, falava-se que o GDF estaria sendo achacado pela Câmara.  Os distritais alegaram que o pedido por espaços foi dentro das normas republicanas sem chantagem. O Buriti reforçou o argumento que os áudios foram editados para causar desgaste entre os poderes.        

Pelo regimento da Casa, os distritais só podem manter simultaneamente duas comissões de inquérito. Como a CPI dos Transportes tinha começado, os distritais precisam escolher. Considera-se improvável a instauração da CPI do Buritigate, pois o processo pode reacender reações da população contra os distritais, além de, eventualmente, abrir investigação contra os próprios parlamentares.

Relação entre deputados e Buriti melhora

Celina Leão reabriu ontem a Câmara sem mudar seu posicionamento em relação ao Buriti. A parlamentar manterá a posição de independência. No entanto, pelo menos diante dos holofotes, o clima entre a líder do Legislativo e o Executivo melhorou.

No primeiro semestre, a deputada entrou em rota de colisão contra o Buriti, por discordar de  posicionamentos da cúpula do governo. Além de sair da base, Celina propôs que o PDT se afastasse do governo. No auge da crise, o movimento de Celina levou à troca de comando da Casa Civil.

Ao longo dos últimas semanas, Celina passou a avaliar que a escolha de Sérgio Sampaio para a Casa Civil foi acertada. “Eu vejo uma melhora no governo com a entrada do Sérgio. É um bom nome, um cara tranquilo. Eu acho que cidade começa a melhorar, o governo começa a ter pautas positivas. Eu acho que vai melhorar. É um sentimento”, ponderou.

Impressão positiva

Celina também colheu impressões positivas do novo secretário da Saúde, Fábio Gondim. “Ele me mostrou ser uma pessoa experiente. Eu acho que a gente tem que não só criticar, mas também dar um voto de confiança para que faça um trabalho legal na cidade. Se fizer um bom trabalho, vai ter todo o meu apoio. Se  deixar a Saúde como está, eu vou cobrar”, comentou. 

Nesta semana, Celina pretende discutir o déficit de R$ 380 milhões na Câmara. Sobre a postura de independência, a parlamentar considera que é a melhor posição para o DF. E nesse sentido, já teve uma conversa franca com Rollemberg.

 

Fonte: Jornal de Brasília

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