E chegamos ao final do ano de 2017. A política brasileira ferveu neste ano. Malas de dinheiro circularam pelo país, numa nítida demonstração de que a corrupção continua a mil por hora em plena Lava Jato. Parece que políticos continuam achando estar acima de tudo e de todos, inclusive da lei.
Michel Temer conseguiu com maestria se manter no poder, com a providencial colaboração de deputados federais e uma ajudinha do STF. Quem tem poder e dinheiro, aparentemente consegue o que quiser no STF (basta ver as estranhas e inquietantes decisões tomadas nos últimos meses envolvendo políticos e empresários ligados a políticos).
Aécio Neves conseguiu se manter no Senado mas dificilmente escapará da revolta do eleitor mineiro, que não quer mais vê-lo no Senado Federal.
Paulo Maluf está devidamente guardado na Papuda, fazendo companhia a outros ilustres conhecidos da política nacional.
De forma rápida e quase silenciosa, Filippelli e Temer conseguiram trocar o comando da Polícia Federal. Acham que com isso evitarão novas situações constrangedoras. Ledo engano.
E enquanto no cenário nacional os detentores do poder tentam a todo custo se manter por lá, por aqui, no DF, muitos fatos aconteceram e surpreenderam alguns.
Maria de Lourdes Abadia, que desde 2006 não se elege a nada no DF, conseguiu um luar ao sol no governo do PSB, mesmo o partido dela, o PSDB, tendo candidato próprio na corrida ao Buriti, o deputado federal Izalci Lucas. Há tempos que Abadia prefere um gordo contracheque, mesmo que isso implique em contrariar até mesmo seu eleitor.
Izalci Lucas, presidente do PSDB-DF, ainda não percebeu que continua sendo um estranho no próprio ninho e dificilmente será candidato por ali. Deverá mesmo ser candidato a governador pelo pequeno PSDC, comandado por seu filho.
O PSOL ainda bate cabeça, assim como o PT, atordoado pelas denúncias que alcançaram importantes caciques do partido no DF, ainda não definiram nomes que concorrerão ao Buriti.
O PPS de Cristovam Buarque flertou com Wanderley Tavares, presidente do PRB-DF e pré-candidato a governador, mas ainda acha que tem tudo para ser candidato a governador ou presidente da República. Cristovam está desgastado com petistas e evangélicos…
Wanderley Tavares, presidente do PRB-DF e pré-candidato a governador, mesmo tendo dinheiro e apoio, não é conhecido pelo eleitor brasiliense e não terá tempo de se apresentar. Deverá se somar a outro nome no segundo turno das eleições. Por outro lado, o seguimento evangélico não é unido quando o assunto é a majoritária.
O delegado aposentado e presidente do PTB-DF, Alírio Neto, começou o ano pontuando 0,3 na corrida ao Buriti e chegou em dezembro com mais de 6% das intenções de voto e com baixíssima rejeição. É forte adversário contra Rodrigo Rollemberg (PSB), porque tem discurso e conhecimento sobre o DF.
Alberto Fraga, que comanda sozinho o DEM no DF, continua fazendo uma política egoísta e tem afastado muitos colaboradores. Sua rejeição também é enorme e ainda tem a questão daquela caneta espiã, que poderá sepultar os planos dele em 2018. Ao final, disputará a reeleição de federal.
A poderosa empresária Eliana Pedrosa sonha se tornar governadora do DF pelo PODEMOS, mas não consegue aglutinar em torno de si o apoio político de partidos que a conhecem bem. Ao final, tentará ser vice de alguém com chance real de vitória mas será tarde demais.
Jofran Frejat não será candidato a governador. Será candidato a senador porque o candidato a governador é outro nome dentro do PR. E quem manda no PR se chama José Roberto Arruda, que estuda os cenários, lê pesquisas, testa e analisa a fidelidade de seus correligionários e interlocutores. Além disso, Arruda ainda mantém alto índice de aprovação popular e intenção de voto para governador.
Chico Leite (REDE), atualmente deputado distrital, já comemora o fato de estar em terceiro lugar nas pesquisas na corrida por uma vaga no Senado. Ele ainda poderá atropelar Cristovam.
Rogério Rosso (PSD) tentará a reeleição mas não será fácil. Enquanto isso, cresce o nome de Flávia Arruda (PR) na disputa para a Câmara dos Deputados (Não está descartada a possibilidade dela ser a vice de Alírio numa chapa PTB-PR).
Érika Kokay, Augusto Carvalho e Ronaldo Fonseca estarão de fora nas próximas eleições devido à desgastes. Fonseca não disputará a reeleição.
Enquanto isso, o desespero bate forte na Câmara Legislativa do DF. Ao menos 13 deputados não conseguirão se reeleger e 3 concorrerão a outros cargos, segundo pesquisas internas e avaliações de especialistas.
No seguimento evangélico, a renovação na CLDF será ampla, geral e irrestrita! Deputados denunciados por corrupção não serão reeleitos.
E o governador Rodrigo Rollemberg (PSB) acredita veementemente que conseguirá se reeleger. Só falta combinar com o eleitor brasiliense e promover uma mudança radical em seu governo. De qualquer forma, o PSB acredita que estará no segundo turno das eleições, porque não existem denúncias de corrupção contra Rollemberg.
E quanto aos empresários outsiders, esses nada entendem de política e desconhecem a cidade. Tem um que conhece muito Miami, mas não sabe onde fica o Pedregal… O eleitor está atento.
O eleitor quer um nome experiente, que seja ousado, tenha visão e que trabalhe muito. O resto é blá-blá-blá.
E os partidos esperam que o TRE não favoreça um ou outro candidato graças a decisões intrigantes e conflitantes. E que a PF e o TSE investiguem a fundo os gastos de candidatos milionários em suas campanhas.
No mais, que venha 2018 e que o eleitor brasiliense saiba decidir com a mente e não pelo marketing pago por candidatos abastados.
Fonte: Donny Silva