Por um erro da Justiça Federal, o Supremo Tribunal de Justiça manda engavetar a Operação Castelo de Areia, que causava calafrios aos maiores partidos do país e à empreiteira Camargo Corrêa.
O STJ anulou as principais provas do processo que resultou da maior e mais profunda investigação da Pol;icica Federal (PF) sobre fraudes envolvendo empreiteiros e políticos. Em mais de um ano de investigação, a PF encontrou fortes indícios de que, para ser favorecida em licitações de obras públicas, a construtora Camargo Corrêa pagou propina a diversos partidos, entre eles o PT, PMDB, PSDB E DEM.
O trabalho, contudo, foi por terra por causa de um erro formal cometido por juízes que cuidavam do caso na Justiça Federal de São Paulo. Com base na derrapagem da Justiça, os advogados da Camargo Corrêa, coordenados pelo ex-ministro da Justiça Márcio Thomaz Bastos, convenceram o STJ a declarar a nulidade das provas da operação colhidas a partir da quebra dos sigilos telefônicos – ou seja, quase todas.
A Camargo Corrêa e os políticos envolvidos ficaram, é claro, aliviados. A investigação teve início porque um doleiro (sempre tem um) chamado Marco Antônio Cursini contou que executivos da empreiteira enviavam milhões de reais ao exterior sem conhecimento do Banco Central, numa operação clássica de caixa dois. A partir da;i, a PF começou a investigar a empresa, comprovou as remessas ilegais e, além disso, descobriu os indícios de pagamentos de propina (caprichosamente registrados por um funcionário da empresa).