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    SECRETÁRIO DE GOVERNO DE ARRUDA É INVESTIGADO

    O secretário de Governo, José Humberto Pires (DEM), é alvo de uma ação judicial, por improbidade Administrativa, movida pelo Ministério Público Federal do DF (MPDFT).
    Reportagem da Revista Época, assinada pelos jornalistas Matheus Leitão e Marcelo Rocha conta a história que envolve o homem de confiança de Arruda. Leia na íntegra: O mercado imobiliário de Brasília está intrigado diante de um caso espetacular de valorização. A questão envolve José Humberto Pires de Araújo, secretário de Governo e um dos principais auxiliares do governador do Distrito Federal, José Roberto Arruda. Em 27 de dezembro de 2006, apenas 72 horas antes de tomar posse no cargo, José Humberto vendeu um terreno, na região conhecida como Cidade do Automóvel, por R$ 426 mil. Dois anos depois, o governo Arruda mudou a destinação do terreno para construir ali uma escola pública. Pagou R$ 4,2 milhões pela área.
    Brasília é um dos mercados imobiliários mais aquecidos do país. Mas uma valorização de 1.000% em 24 meses foge a qualquer padrão. “O valor do terreno seria de R$ 700 mil”, diz o empresário do ramo de imóveis Donizetti Filho, que teve um terreno idêntico no mesmo local. A diferença do preço pago pelo governo fica mais intrigante quando se olham os documentos. De acordo com a escritura registrada em cartório, nos seis anos em que pertenceu a José Humberto, o terreno de 6.250 metros quadrados valorizou-se apenas R$ 700, ou 0,16%. Considerada a inflação do período, José Humberto teria tido prejuízo com a área.
    O aspecto que torna o negócio intrigante envolve o intermediário – que comprou o terreno de José Humberto e vendeu dois anos depois com um lucro de R$ 3,8 milhões. Em cartório, esse intermediário é uma cooperativa de imóveis chamada Coohabex. A Coohabex é uma empresa ligada a Marcos Lombardi, um dos grandes empresários de Brasília. A suspeita no mercado imobiliário é que José Humberto teria ajudado Lombardi. Um antigo executivo da Terracap, estatal que gerencia as áreas públicas do Distrito Federal, diz ter visto José Humberto duas vezes na sede da empresa tratando do assunto. A Terracap pagou R$ 4,2 milhões de indenização pelo terreno desapropriado.
    Lombardi e José Humberto dividem um terreno em Taguatinga, cidade-satélite de Brasília, onde estão instalados um posto de gasolina, um supermercado e outros estabelecimentos comerciais. A área é alvo de ação judicial na 1a Vara da Fazenda Pública do Distrito Federal. No processo, os dois são réus acusados de parcelamento irregular do solo, eufemismo para grilagem de terras. Na ação, as empresas de Lombardi e José Humberto são tratadas como “negócio de incorporação”.
    Procurado por ÉPOCA, José Humberto negou, por sua assessoria, que tenha tido qualquer influência na desapropriação da área recordista em valorização. ÉPOCA procurou Marcos Lombardi. Conversou com um de seus advogados, mas ele não quis comentar o caso. O governo do Distrito Federal afirma que desapropriou a área porque era preciso construir uma nova escola, dado o aumento da procura por vagas na rede pública. Investimentos em educação sempre são bem-vindos. O problema é o preço, que tanto intriga os investidores de Brasília.

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