Com campanha mais curta, pré-candidatos elogiam evento do Metrópoles para apresentarem propostas e ideias, nesta segunda (9/7), às 19h
Os pré-candidatos ao Governo do Distrito Federal encaram odebate promovido pelo Metrópoles como a primeira oportunidade para apresentar propostas e discutir com os concorrentes temas que interessam à população brasiliense. A importância do evento vai além. Ainda com alianças em aberto, os sete postulantes ao Palácio do Buriti, dependendo do desempenho na mesa-redonda, poderão conquistar a adesão de mais partidos em torno de seus nomes.
A campanha – até agora morna – promete elevar a temperatura no auditório do ParlaMundi, a partir das 19h desta segunda-feira (9/7). Os “buritizáveis” farão perguntas uns aos outros e responderão a questionamentos feitos por jornalistas, bem como pelos eleitores que enviaram vídeos.
Entram para dividir o mesmo palco, pela primeira vez em ano eleitoral, com outro desafio: convencer parte significativa da população do DF – a que pretende votar em branco ou nulo – serem merecedores de uma chance.
Debate propositivo
À frente nas pesquisas eleitorais divulgadas até agora, Jofran Frejat (PR) está ansioso para entrar em campo. De acordo com o ex-secretário de Saúde, a oportunidade “vale ouro”. “Sempre coloco que todo debate precisa ser propositivo, de alto nível. Vamos apresentar a nossa proposta, independentemente de provocações”, garante.
Determinado a permanecer por mais quatro anos como governador do DF, Rodrigo Rollemberg (PSB) tem opinião semelhante: “Acho importante um debate desse tipo. Espero que seja de alto nível e respeitoso, com os pré-candidatos mais interessados em mostrar suas propostas para governar Brasília”.
Para a ex-deputada distrital Eliana Pedrosa (Pros), que tem aliança com o PTB e a família do ex-governador Joaquim Roriz, a iniciativa é importante para o cidadão. Segundo a pré-candidata, os postulantes terão a chance de expor “ideias para um DF melhor”.
O tucano Izalci Lucas defende a discussão aprofundada de temas que afetam diretamente a vida do brasiliense: “Não podemos simplificar ou infantilizar o debate em um momento tão delicado não só para o DF, mas para toda a classe política”.
A professora Fátima Sousa (Psol), estreante na política e na corrida majoritária, tem grandes expectativas. Com tempo reduzido na propaganda eleitoral, promete aproveitar cada oportunidade para deixar o seu recado: “Ao final do debate, espero que a população possa identificar os compromissos que cada um assumirá”.
Sem perder tempo e reforçando a importância das plataformas digitais para os debates da campanha, o também estreante Alexandre Guerra (Partido Novo) quer usar o espaço para mostrar ao eleitor do DF que existe opção para a cidade: “Vamos explicar o nosso caminho de combate ao câncer político do toma lá dá cá. Chega de governantes que prometem e não fazem nada”.
Tão combativo como o presidenciável Jair Bolsonaro (PSL), seu principal aliado, o general Paulo Chagas (PRP) deseja apresentar um projeto que, segundo o militar, visa mudar o Distrito Federal: “A sociedade negligenciou a política por muito tempo. Vamos reverter isso com propostas”.
Organizado em seis blocos, o evento tem patrocínio da Federação das Indústrias (Fibra) e da Federação do Comércio (Fecomércio). O debate será transmitido em todos os canais do portal: site, página no Facebook, Twitter e também pela rádio 104.1 Metrópoles FM.
Transparência e legitimidade
O debate terá a participação do subprocurador-geral da República Renato Brill. O ex-chefe da Procuradoria Regional Eleitoral do DF estará à disposição para esclarecer eventuais dúvidas sobre o direito de resposta dos pré-candidatos.
Na opinião de Brill, o evento é fundamental para os eleitores avaliarem o que pensam os postulantes ao Palácio do Buriti e quais são as propostas de cada um deles. “É uma das formas de se trazer transparência e legitimidade ao processo eleitoral”, pontuou.
Checagem
Agência Lupa fará a checagem de informações dadas no debate. Sete jornalistas serão destacados para fazer fact-checking de números, comparações e legislações citadas pelos buritizáveis.
Para verificar se houve equívoco, a equipe vai consultar órgãos de renome. Entre eles, Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Instituto Brasileiro de Opinião Pública e Estatística (Ibope), Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) e DataFolha.
Após a checagem, a declaração é classificada em etiquetas. As oito possíveis são: falso; contraditório; verdadeiro; ainda é cedo para dizer; exagerado; insustentável; verdadeiro, mas; e de olho. “O objetivo é ser o mais específico possível sobre o grau de equívoco, se houver”, afirmou Tardáguila. O resultado deverá ser divulgado ainda nesta semana.
A Agência Lupa é integrante da International Fact-Checking Network (IFCN) – rede mundial de checadores reunidos em torno do Poynter Institute, nos Estados Unidos. Atuante desde 2015, é a primeira agência de notícias do Brasil especialista na técnica jornalística identificada como fact-checking.