Presidente da Câmara mostra que relação com Bolsonaro continua truncada e diz que a reforma da Previdência, que é colocada pelo governo como resposta para todos os males do país, não vai resolver nada por si só
Em entrevista a Bruno Góes e Eduardo Bresciani, na edição desta segunda-feira (3) do jornal O Globo, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM/RJ) disse “não saber” como está sua relação com Jair Bolsonaro (PSL) que, segundo ele, estaria levando o Brasil a um colapso social.
“Para onde a gente está indo não é bom. A gente precisa que cada um, com sua atribuição, colabore, principalmente Executivo e Legislativo, para construir pautas além da Previdência, para que a gente possa cuidar desses brasileiros que estão cada vez mais em uma situação que eu tenho chamado de colapso social. Estamos caminhando de forma muito rápida para esse colapso social”, disse.
Para o deputado, “está faltando uma agenda para o Brasil” e a reforma da Previdência, que é colocada pelo governo como resposta para todos os males do país, não vai resolver nada por si só.
“Já está ficando claro para todo mundo que a reforma previdenciária por si só não vai resolver nada. Agora, para sair da trajetória (de colapso), o governo vai ter que ir muito além do que foi até agora. Vai ter que pensar projetos importantes na área de infraestrutura, políticas de segurança jurídica em muitas áreas, ter coragem de enfrentar desafios”, afirmou.
Manifestações
Maia minimizou as manifestações do dia 26, em defesa de Jair Bolsonaro, e que o colocou como um dos alvos principais dos bolsonaristas. “Foi uma manifestação basicamente do governo atacando àqueles que podem ajudar a agenda do próprio governo”.
O deputado também criticou o anunciado “pacto” acertado por Bolsonaro em reunião com ele, Davi Alcolumbre (DEM/AP), que preside o Senado, e Dias Tofolli, presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), que priorizaria, entre outros 4 temas, as reformas da Previdência e tributária.
“Teve aí uma informação mal colocada. O ministro (Dias) Toffoli fez uma proposta de um pacto, não me lembro dos termos exatos, mas era mais de princípios, o governo veio com uma contraproposta mais política, mais ideológica, nós vamos estudar porque eu não posso assinar algo que eu não tenha apoio majoritário”, afirmou, dizendo que o ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni (DEM/RS), “avançou na informação sem uma construção política amarrada”.
“Ele entregou um documento, ninguém leu, e ficou parecendo para a sociedade e a imprensa que a gente fechou aquele pacto em cima daquele texto. Zero de verdade nisso”.
Fonte: Revista Forum