Fato foi denunciado pela direção da Fundação à polícia, que investiga ex-servidores acusados de irregularidades na gestão Rollemberg
De acordo com a direção da Funap-DF, a tentativa de ocultação de documentos ocorreu após ex-servidores, alvos da operação, descobrirem que o Tribunal de Contas do Distrito Federal (TCDF) faria uma auditoria para apurar as falhas na Fundação. Segundo testemunhas, um dos presos teria tentado engolir papeis. A preocupação seria com folhas de pontos, recibos, entre outros, que poderiam indicar fraudes ocorridas na gestão passada.
À polícia, os detentos afirmaram que foram orientados a “dar um sumiço” nos arquivos, que estavam dentro do Centro de Internação e Ressocialização (CIR), do Complexo Penitenciário da Papuda. Dois funcionários foram apontados como suspeitos e acabaram afastados. Ao Metrópoles, a diretora executiva da Funap, delegada Deuselita Pereira Martins, afirmou que, assim que assumiu o cargo no começo deste ano, percebeu irregularidades em pagamentos.
“Diante da gravidade dos problemas encontrados, registramos ocorrência e encaminhamos o caso para investigação na delegacia especializada. Em uma análise preliminar, constatamos que o repasse dos pagamentos aos presos era feita de forma que facilita a fraude e que não havia fiscalização adequada. Em alguns casos, verificamos que o nome e o CPF dos beneficiários eram divergentes dos dados do preso”, explicou.
Um ex-servidor é acusado de forjar cadastro para incluir detentos como supostos beneficiários. Só que eles sequer deixavam a cadeia para trabalhar. Com isso, o funcionário da Funap embolsava o valor pago e concedia a remissão de pena ao preso, que recebia uma pequena quantia do fraudador. Há ainda a suspeita de participação de laranjas no esquema investigado.
Funap: presos tentaram “dar sumiço” em arquivos ao saber de auditoria
Documentos apreendidos nas gavetas de uma das servidoras afastadas reforçam a suspeita de que o sistema foi burlado. “Quando comunicamos a comissionada sobre a apuração, ela reagiu. Afirmou que não tínhamos o direito de pegar os arquivos. Disse que eles eram dela. No entanto, no dia seguinte, devolveu outros documentos que estavam em sua posse, assim como uma quantia em dinheiro. Recurso que teria que ser usado para pagar os internos. O ato foi protocolado, mas a servidora não deu maiores explicações”, detalhou a delegada.
Pergunta que fica: As pessoas investigadas e expostas ao ridículo sem terem nada a ver com a história, serão indenizadas?