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    A ordem de Klepter que derrubou o comandante geral da PMDF e o governador Ibaneis Rocha

    Na Câmara Legislativa do Distrito Federal, vários requerimentos estão prontos e os depoimentos dos convocados ocorrerão até 30 de março, mas três novos personagens precisarão ser ouvidos após a matéria abaixo

    Na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que investiga os atos antidemocráticos de 8 de janeiro, já tem pronta lista dos convocados a depor. Oito pessoas prestarão depoimento, incluindo o ex-secretário de Segurança Pública do DF (SSP-DF) Anderson Torres. O início da CPI teve início nesta quarta-feira, 2 de março.

    Por ora, os convocados pela CPI são:

    Ex-secretário de Segurança Pública do DF Anderson Torres

    Ex-secretário-executivo da SSP Fernando de Sousa Oliveira

    Ex-comandante da Polícia Militar do DF (PMDF), coronel Fábio Augusto Vieira

    Ex-subsecretária de Inteligência da SSP-DF, Marília Ferreira

    Ex-secretário da SSP-DF, Júlio de Souza Danilo

    Dos coronéis da PMDF, Jorge Eduardo Naime e Marcelo Casimiro Vasconcelos Rodrigues

    Tenente-coronel, Jorge Henrique da Silva Pinto.

    AÇÃO DESASTROSA 

    Mas a CPI deveria também convocar o atual comandante da Polícia Militar do DF, Coronel Klepter Rosa, a subsecretária de Operações Integradas da Secretaria de Segurança Pública do DF, Coronel Cintia Queiroz de Castro e o deputado distrital João Hermeto.

    Para boa parte da PMDF, o trio é visto como um grupo que efetivamente contribuiu, de modo indireto, para a intervenção federal na Segurança Pública do DF e o afastamento do Governador do DF. A quebra dos sigilos telemáticos e telefônicos poderão indicar o caminho percorrido pelo trio para que Klepter derrubasse Vieira quando determinou que a tropa ficasse em casa invés de estar de PRONTIDÃO no quartel, fato primordial para a ineficácia da Operação. Resta saber se a CPI, controlada pela situação, terá coragem de cortar na própria carne para descobrir a verdade.

    Ex-líder do governo Ibaneis, o deputado Joao Hermeto é amigo de Klepter

    O relator da CPI é o deputado distrital João Hermeto (MDB), que teria ficado irritado com Ibaneis que não o reconduziu para líder do governo na Câmara Legislativa do Distrito Federal (CLDF) no segundo mandato do governador reeleito, e que teria se aliado a Klepter e Cíntia, com sua indicação para assumir cargos hoje ocupados, com a finalidade de ter mais poder dentro da corporação.

    Segundo fontes ouvidas de dentro da PMDF, graças aos três militares, a situação saiu do controle e acabou atingindo em cheio o governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha (MDB), que após o episódio de 8 de janeiro, foi catapultado do cargo por ordem do ministro do STF, Alexandre de Moraes, sendo obrigado a ficar 60 dias afastado do Buriti, acusado de omissão. Um determinou que a tropa ficasse em casa e não no quartel, a outra teve informações de possível invasão e não informou e o deputado que controla a PMDF com suas indicações consideradas infelizes.

    O trio mirou em algo diferente e atingiu em cheio Ibaneis e Fábio Augusto posteriormente inocentado pela própria Polícia Federal (PF) e Procuradoria-Geral da República (PGR) que não encontraram indícios da participação do governador do DF nos eventos de 8 de janeiro.

    Recentemente o ex-interventor federal da Segurança Pública do Distrito Federal, Ricardo Cappelli, anunciou o coronel da Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF), Klepter Rosa, para o Comando-Geral da corporação. Klepter assumiu a função em meio à duras críticas sobre a atuação da corporação nos atos de 8 de janeiro. Ele exercia a função de subcomandante da corporação. Klepter e seu amigo deputado Joao Hermeto ficaram eufóricos com a nomeação.

    ORDEM PARA FICAR EM CASA

    O estranho é que Klepter, que era subcomandante da PMDF, foi quem determinou na noite de 7 de janeiro, que a tropa permanecesse de SOBREAVISO em casa, além de demonstrar total descaso com a missão policial de preservar os órgãos públicos e a integridade das pessoas, ao colocar policiais que ainda estavam em curso e que, portanto, não estavam preparados tal para ação.

    Klepter deveria ter determinado a tropa que ficasse de PRONTIDÃO nos quarteis o que não ocorreu, deixando policiais experientes simplesmente em casa naquele fatídico domingo (8).


    A reportagem teve acesso a um print de conversa em um grupo do WhatsApp, destinado exclusivamente para alta patente da PMDF, onde través do seu assessor DOP (Chefe do Departamento Operacional), postou a seguinte mensagem no dia 7 de janeiro de 2023 às 20h12, colocando, portanto, a segurança na Esplanada dos Ministérios em risco. Confira:

    “Considerando a possibilidade de emprego massivo de nossa tropa na manifestação prevista para amanhã (domingo, 8Jan23|), DETERMINEM aos respectivos efetivos de toda estrutura dos senhores, que permaneçam de SOPBREAVISO, APD 07h. Em caso de acionamento, ponto de apresentação será a APMB, devidamente armados e equipados. DOP e DLF coordenem conjuntamente com os CPR e BPM os ônibus para transporte de tropa, caso tenha o acionamento. DEC, o restante do CFP que não está escalado amanhã, deverá permanecer em sobreaviso. Deem o ciente por gentileza. Senhores, boa noite. Por determinação do Sub comandante geral”, diz a mensagem.

    Outro fato que chama atenção, e que a CPI precisa investigar, é que no dia 5 de janeiro de 2023, a delegada da Polícia Federal, Dra Marília enviou relatório de inteligência que alertava sobre riscos de invasão de prédios públicos, possivelmente ao tenente-coronel Rosivan, então chefe de gabinete da coronel Cíntia, subsecretária de operações integradas da SSP-DF, pessoa de confiança do então secretário de Segurança Pública do DF, Anderson Torres. Segundo depoimento de Marília, a coronel Cíntia não levou a sério.

    Por outro lado, Cintia Queiroz de Castro, subsecretária de Operações Integradas da Secretaria de Segurança Pública do DF, afirmou em depoimento à Polícia Federal que a PMDF agiu “sem o devido planejamento”. Segundo a coronel, o documento foi aprovado pelo então secretário de Segurança Pública do DF, Anderson Torres, que estava de férias nos Estados Unidos. O responsável pelo planejamento interno da PMDF, contudo, era o Departamento de Operações (DOP) da corporação.

    No dia dos episódios de depredação em Brasília, quem estava à frente do DOP era o coronel Paulo José Ferreira de Souza Bezerra, subordinado ao sub-comandante-geral, Klepter.

    Coronel Fabio Augusto chegou a ficar ferido no dia 8 de janeiro durante confronto com os infiltrados que aterrorizaram a Esplanada dos Ministérios em Brasília.

    Outro detalhe: o ex-Comandante Geral, Fábio Augusto Vieira esteve desde as 8h da manhã comandando sua tropa no terreno, ou seja: in loco. E novamente chama bastante atenção o fato de que o então subcomandante coronel Klepter Rosa não ter aparecido em nenhum momento para controlar sua tropa, uma vez que ele era comandante.

    Aproximadamente 200 policiais não estavam com escudo, capacete e equipamentos de proteção pessoal – que é obrigado em todas as manifestações públicas ocorridas na Esplanada – numa demonstração total de inércia para a segurança dos policiais.

    A Polícia Federal (PF) concluiu que Ibaneis Rocha (MDB) não teve qualquer responsabilidade com os atos do dia 8 de janeiro. Diante desta manifestação, a defesa do governador do Distrito Federal afastado, já solicitou ao Supremo Tribunal Federal (STF) o retorno imediato dele ao cargo.

    O relatório da corporação, a partir de análise dos celulares que foram recolhidos de Ibaneis, aponta que o governante não foi conivente ou cometeu prevaricação com as invasões de vândalos aos prédios dos Três Poderes, em Brasília.

    O inquérito foi assinado pelo agente Daniel Dutra Araújo e cita que, “pela análise da mídia disponível, considerando todo exposto, de forma cronológica, a investigação não revelou atos do governador Ibaneis em mudar planejamento, desfazer ordens de autoridades das forças de segurança, omitir informações a autoridades superiores do governo federal ou mesmo de impedir a repressão do avanço dos manifestantes durante os atos de vandalismo e invasão.”

    Quanto à CPI na CLDF, caberá a mesma ouvir o atual comandante-geral da PMDF, Klepter Rosa, a ex-subsecretária Cintia Queiroz de Castro e o deputado Hermeto, que aliás, sequer poderia ser relator na CPI, por justamente ser militar da PMDF e que tem nomes envolvidos nos atos de 8 de janeiro.

    Enquanto isso, o coronel Klepter Rosa assumiu o comando da Polícia Militar do Distrito Federal. Seu antecessor foi preso em 11 de janeiro após ser apontado como provável responsável, por ação direta ou omissão, pela falha de segurança ocorrida nos atos golpistas de 8 de janeiro, e foi solto no dia 3 de fevereiro.

    Enquanto isso, Ibaneis, que nada teve a ver com a situação, continua longe do Buriti e cercado de fogo amigo, principalmente na PMDF.

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    Deve ler

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