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    MAIO AMARELO Número de mortes ocasionadas por acidente de trânsito caiu 24% em cinco anos

     

    Ao todo, foram registrados 26.781 óbitos em todo o Brasil em 2018, contra 20.337 entre os meses de janeiro de 2022 e janeiro de 2023

     

    O número de óbitos ocasionados por acidentes de trânsito no Brasil caiu em 24%, entre os anos de 2018 e 2022, segundo dados divulgados pela Secretaria Nacional de Trânsito, pasta do Ministério da Infraestrutura.

     

    Ao todo, foram registrados 26.781 óbitos em todo o Brasil em 2018, contra 20.337 entre os meses de janeiro de 2022 e janeiro de 2023. Os números, por região e ano, que podem ser consultados no site do Ministério, também apontam um total de 4,6 milhões de acidentes envolvendo veículos, nos últimos cinco anos no Brasil.

     

    Os equipamentos destinados ao controle de velocidade e monitoramento de vias e rodovias estão sendo fundamentais para obter esta redução no número de mortes. Além disso, eles também são capazes de aumentar a regularização de veículos, aumentar a segurança e reduzir em até 35 vezes o comportamento irregular dos condutores nos locais em que estão instalados.

     

    Neste mês em que as ações de educação no trânsito ganham reforço com o “Maio Amarelo”, o avanço na conduta de estados e municípios no sentido de atingir a meta da OMS e reduzir o impacto financeiro que os acidentes causam, traz resultados eficazes.

     

    Pará, Espírito Santo e Bahia são exemplos de sucesso

     

    É o caso do Estado do Pará. Segundo dados do Detran estadual, em 2020 o governo iniciou a implantação de sistema de monitoramento – composto por 384 equipamentos – nos seus municípios.

    Entre 2020 e 2022 o número de feridos em rodovias caiu de 361 para 126, redução de 65% no período. Além disso, o número de rodovias com acidentes também diminuiu, assim como a frota inadimplente.

    “Ações itinerantes utilizando tecnologias móveis reduziram a inadimplência em 2%, em apenas 45 dias de ações, contabilizando R$11 milhões em regularizações de veículos e condutores”, explica o diretor técnico Operacional Dentran-PA, José Bento Gouveia.

     

    O órgão conta hoje com a ajuda de alertas automáticos, produzidos pela fiscalização eletrônica. “Isso demonstra que as novas tecnologias trazidas pelo monitoramento do trânsito atendem não somente os pilares de fiscalização, mas também de educação, mobilidade, engenharia e segurança pública, trazendo inúmeros resultados positivos para o estado do Pará”, completa Gouveia.

     

    Outro fator positivo é que o estado resolveu contratar equipamentos para potencializar a fiscalização viária, de forma, aumentando a segurança no trânsito nas vias estaduais e nas BRs que são delegadas ao Detran. “Hoje contamos com equipamentos de última geração como, por exemplo, um software que fiscaliza ultrapassagem em faixa contínua e o motociclista sem capacete, que são duas atuações fundamentais para fortalecer a segurança no trânsito viário do estado do Pará. Os resultados estão chegando e podemos comemorar mais vidas salvas, menos acidentes e maior segurança nas vias. O Detran não sobrevive mais sem o sistema Sentinela”, completa Gouveia.

     

    Já no Espírito Santo, informações obtidas por equipamentos de tecnologia em mobilidade e trânsito estão garantindo um aumento de 90% no tempo de resposta da Secretaria de Segurança Pública, nas operações de repressão a crimes como roubo de veículos, tráfico de drogas, evasão fiscal e outros.

     

    O projeto Cerco Inteligente conta com um sistema formado por 1490 câmeras, instaladas em 290 pontos de fiscalização, incluindo as divisas do Estado, e que monitoram cerca de 1650 faixas em vias e rodovias. Também integram o sistema 90 pontos de coleta de imagens com balanças de pesagem em movimento (WIM — Weight in Motion). Todos os equipamentos trabalham de maneira integrada, entregando análise de dados com base em imagens, vídeos e ferramentas de investigação. Segundo representantes do Governo presentes no evento, em apenas três meses de funcionamento do sistema, contando o início da fase operacional em agosto, 106 veículos com restrição foram recuperados com atuação do Cerco Inteligente.

     

    “A partir do momento em que passamos a ter acesso a todos estes dados, o crescimento foi de 90% na recuperação de veículos, saindo de um caso solucionado a cada quatro dias para três casos por dia”, conta o gerente de tecnologia da Secretaria de Segurança Pública do Espírito Santo, João Paulo Siqueira do Nascimento.

     

    Outro bom exemplo é a capital baiana. Salvador, com o uso de tecnologia de monitoramento, a prefeitura conseguiu reduzir em 50% o número de mortes no trânsito nos últimos dez anos, saindo de 260 mortes ao ano para 130 mortes por ano. Os dados são da Transalvador.

     

    Avanço na Tecnologia

     

    As tecnologias para fabricação dos radares variam entre o laço indutivo, doopler (ultrassom), laço virtual (cálculo sobre imagem) ou laser. Com isso, são capazes de capturar informações sobre presença e tempo de passagem dos veículos, permitindo registrar estatísticas e as infrações de trânsito como, por exemplo, veículos acima da velocidade permitida, parada sobre faixa de pedestres, avanço de semáforo no vermelho, fluxo em contramão e conversão proibida.

     

    O especialista em mobilidade, Guilherme Araújo, conta que existe uma relação óbvia de redução de mortes e de acidentes de trânsito com o incremento da fiscalização eletrônica. “O monitoramento auxilia as administrações de trânsito municipais e estaduais no planejamento, reduzindo os riscos de mortes causadas por acidentes”, afirma Guilherme, que é diretor-presidente da Velsis, uma das fabricantes em mobilidade que mais possui registros de patente de tecnologias de controle de tráfego no mundo.

     

    Um em cada 22 depósitos de patente existentes – voltados a sistemas de controle do tráfego de veículos rodoviários – são de propriedade intelectual da fabricante brasileira de tecnologia em mobilidade.

     

    Para que se tenha ideia, dos 115 registros de patente mundiais – voltados à propriedade intelectual, na categoria G08G — 1/00, e que trata exclusivamente de sistemas de controle do tráfego de veículos rodoviários, 34 deles ou cerca de 29,5% foram solicitados pela empresa, situada em Curitiba, no Paraná.

     

    Os dados referentes às patentes no setor de mobilidade urbana no Brasil integram o estudo “Controle de Tráfego em Cidades Inteligentes: um panorama dos depósitos de patente no Brasil e no Mundo”, produzido e publicado pela Coordenação Geral de Estudos, Projetos e Disseminação da Informação Tecnológica do Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI).

     

    O estudo encontrou 1.440 documentos, que correspondem ao controle de tráfego urbano terrestre, em 10 categorias de diferentes modalidades.

    “Os dados demonstram que o Brasil está avançando cada vez mais no desenvolvimento de sistemas de mobilidade urbana, contribuindo com o crescimento das cidades e com a redução de mortes no trânsito”, explica o especialista em mobilidade, Guilherme Araújo.

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