“Nós temos um desvio de função no Brasil. Parlamentares deveriam discutir as grandes questões nacionais, como a reforma administrativa ou uma reforma tributária de verdade, mas não tocamos no assunto, e está havendo um desvirtuamento. O deputado ou senador acha que se ele levar verba para os seus estados, vai ter voto. Mas esse dinheiro é aplicado sem nenhum critério e transparência”, disse o senador Oriovisto Guimarães (Podemos-PR), ao discursar na sessão plenária desta terça-feira (12/11).
Segundo o senador, o Parlamento “come hoje 24% do orçamento” e, por isso, as emendas deveriam acabar: “De 2014 a 2016, as emendas individuais estavam na faixa de R$ 9 bilhões por ano. Em 2020, o valor passou para R$ 36 bilhões e em 2023, R$43 bilhões. Os parlamentares viraram despachantes de emendas que, na minha opinião, deveriam acabar ou, pelo menos, ter um teto”.
No pronunciamento, o senador paranaense também criticou a condução da política econômica do governo, com uma dívida interna de R$ 7,8 trilhões e, até agora, nenhum corte de gastos: “Um partido que sempre falou que gasto é vida agora fala que vai cortar despesas. Quem fez o Tico e o Teco deles conversarem? Gasto é vida até certo ponto; depois é morte sofrida. Os investidores internacionais estão com medo é já não investem no país e o dólar está escalando. Se continuar nessa trajetória, o governo Lula três vai se transformar em governo Dilma”.