A Operação Caixa de Pandora, que domina Brasília desde o dia 27 de novembro, só vai ter fatos novos em abril, quando estão sendo esperados muitos desfechos. O mês de março foi improdutivo, com protelações e fugas, enquanto problemas administrativos agravam-se no Distrito Federal.
Ficou claro, nas últimas horas, que o ex-governador José Roberto Arruda e seu ex-vice Paulo Octávio adotam estratégia conjunta de não falar à Polícia Federal. Ambos recusaram-se a prestar depoimento, situação que foi repetida ao longo do processo pelos principais auxiliares desses dois políticos, o primeiro deles preso na Polícia Federal e o segundo solto, atuando livremente à frente dos seus negócios.
No lado adversário, o ex-secretário Durval Barbosa, protegido pelo regime de delação premiada, obteve na Justiça do DF o direito de ficar calado no depoimento que prestaria à CPI da Corrupção da Câmara Legislativa. Assim, ele evitou o constrangimento de ser obrigado a provar acusações que fez contra diversos deputados distritais, que teriam recebido mensalão do esquema Arruda-Paulo Octávio.
A propósito, provocado pelo deputado Batista das Cooperativas, Durval quase vira a mesa, falando mais do que queria. Mas se conteve. O deputado poderia ter passado por grave constrangimento pessoal.
Para o mês de abril, depois da Semana Santa, ficam as seguintes decisões:
-Fechamento do inquérito da Operação Caixa de Pandora, pela Polícia Federal e Ministério Público Federal, para encaminhamento ao ministro Fernando Gonçalves, do Superior Tribunal de Justiça, que se aposenta no dia 20 de abril (há previsão de serão pedidas novas prisões).
-Eleição indireta de governador, no dia 17 de abril, na Câmara Legislativa. Esse eleito governará o DF até 31 de dezembro, devendo ser empossado no dia 19 de abril.
-Votação no plenário do Supremo Tribunal Federal da intervenção federal no DF e na Câmara Legislativa, a partir de pedido feito pela Procuradoria Geral da República. Não há data marcada. Se acontecer antes da eleição indireta da Câmara, tchau!
-Definição sobre a manutenção da prisão do ex-governador José Roberto Arruda e mais cinco auxiliares, inclusive o deputado distrital Geraldo Naves, detidos por tentativa de suborno.
Esperava-se que a libertação acontecesse esta semana, mas a negativa de falar nos depoimentos à Polícia Federal pode manter esse grupo retido na Penitenciária da Papuda.
Fonte: blog do riella