Com o lema “juntos somos mais fortes” a Sessão Solene em comemoração ao Dia do Orgulho Autista, proposta pelo Deputado Distrital Robério Negreiros, emocionou os presentes no Plenário da Câmara Legislativa do DF, na manhã desta terça, 18/06.
Com o intuito de promover a discussão e garantir maior espaço de forma inclusiva às pessoas autistas e suas famílias, Negreiros, autor da Lei nº 5.078, de 11 de março de 2013, que incluiu o Dia do Autismo no calendário oficial de eventos do Distrito Federal a ser comemorado anualmente em 9 de outubro, explicou que a partir da Lei, o Governo pôde oferecer recursos que apoiam as discussões visando a educação e disseminação de informações para toda a sociedade.
Margareth Kalil, diretora social da Associação dos Amigos dos Autistas (AMA-DF) e diretora do Movimento Orgulho Autista Brasil (MOAB), possui três filhos com Transtorno do Espectro Autista (TEA) – termo atualmente utilizado para englobar o Autismo, a Síndrome de Asperger e o Transtorno Global do Desenvolvimento sem Outra Especificação, afirmou que é um grande desafio ajudar as crianças e jovens no desenvolvimento de suas habilidades, e muitas vezes isso é dificultado pelo diagnóstico tardio do tipo de Transtorno que a criança possui. Kalil discorreu sobre a importância dos centros de ensino especiais que podem facilitar a ida de uma criança para uma escola inclusiva.
O Diretor da Clinica de Atendimento Multidisciplinar (CLIAMA), Aluísio Maluf, comentou que a partir dos três meses a criança já manifesta o espectro Autista e que observar o quanto antes os sinais que a criança emite permite ajudar mais e melhor o desenvolvimento desta. Também lembrou a importância da tríade: família, escola e clinica, que, em conjunto, fortalecem a luta pela inclusão.
Na opinião do Dr. Alexandre Rosenwald, médico psiquiatra, lidar com certas limitações como se tudo fosse transtorno e desordem coloca em um mesmo perfil pessoas com TEA e outras, sendo que são situações diferentes. Para ele, o diagnóstico tardio ocorre em parte porque o ser humano delegou à maquina a possibilidade de identificar doenças por meio de exames computadorizados sem observar a criança antes de tudo.
Por que orgulho? Essa pergunta sempre é feita a Fernando Cotta, inspetor da Polícia Rodoviária Federal (PRF), presidente do MOAB e pai de um jovem com TEA. “O nosso orgulho não é por ser autista, mas temos orgulho quando nossos filhos têm acesso. Quando aprendem a brincar, quando se desenvolvem. É disso que precisamos, é ter orgulho, é dar acesso para que essas pessoas possam participar. Nós temos o direito de ter orgulho!”
Pais e professores presentes no evento manifestaram a preocupação com o Centro de Ensino Especial I da 912 sul, ameaçado de fechamento desde o ano passado. No entanto, o professor Antônio Leitão informou que não existe esse risco e reafirmou: “em momento algum o Governador Agnelo deixará o CEE fechar”.
“Quando a gente discute acessibilidade, falamos do direito de que os meninos não fiquem dentro de casa, que sejam incluídos”, relatou a Deputada Federal Erika Kokay, que reforça o entendimento de que se deve tratar diferente os que são diferentes para que se busque a igualdade.
Negreiros informou aos presentes que está em fase de elaboração o projeto de sua autoria que exige a execução de exames, diagnóstico precoce e o acompanhamento das pessoas com autismo e transtornos invasivos nos centros de saúde do DF, momento que convidou a todos para contribuir na melhoria do projeto para que este fique de acordo com a as reais necessidades das famílias e dos autistas.
Participaram, ainda, do evento os professores e alunos das escolas da 411 e 116 sul, servidores da Secretaria de Saúde e da CAPSI de Sobradinho, mães e pais de crianças autistas.
Fonte: assessoria do deputado Robério Negreiros