As manifestações da juventude brasileira, nas jornadas de junho de 2013, deram um inequívoco recado ao nosso sistema político: é necessário reformá-lo profundamente, combatendo vícios arraigados, dos quais o mais grave é a corrupção, que se assenta nos mecanismos de financiamento privado das campanhas eleitorais no Brasil.
Nosso partido defende há muitos anos uma ampla Reforma Política que afaste a influência do poder econômico, ao mesmo tempo em que reforça o caráter partidário das disputas eleitorais.
Há quinze anos tentamos aprovar no parlamento mudanças no sistema político, sem sucesso. As reformas esbarram nas forças conservadores que prevalecem no Congresso Nacional.
Ouvindo a voz das ruas, a Presidenta Dilma Rousseff deu uma resposta avançada aos anseios populares. Propôs cinco pactos, dentre os quais, um plebiscito pela Reforma Política. Essa ideia contou imediatamente com enorme apoio da opinião pública e passou a ser combatida pelos mesmos setores que empatam a transformação de nosso sistema eleitoral.
Uma das respostas conservadoras, patrocinada pela atual Presidência da Câmara dos Deputados, além da rejeição à ideia do plebiscito, foi a constituição de mais uma comissão para propor uma reforma política em marcos muito mais tímidos do que inicialmente proposto pela Presidenta Dilma.
O caráter regressivo desse ato foi reafirmado por interferência externa na indicação do membro da bancada do PT para coordenar os seus trabalhos. Indicamos por unanimidade o deputado Henrique Fontana, relator há dois anos e meio da comissão anteriormente incumbida para propor a Reforma Política. Para a surpresa da bancada, a Presidência da Câmara designou o Deputado Cândido Vaccarezza como coordenador da nova comissão. Mais do que uma escolha pessoal, este gesto é um claro movimento para impor à bancada do PT preferências políticas que não são as suas. Tal atitude antecipa um antagonismo às posições que o PT defende na reforma política.
O PT foi construído como partido democrático a partir de relações de confiança e de respeito às decisões tomadas em seus fóruns legítimos. O episódio aqui referido é um grave precedente que viola a nossa cultura política e afronta nossos princípios.
Somos inteiramente solidários ao companheiro Henrique Fontana e estaremos ao seu lado na luta por uma reforma política para valer.
À Presidenta Dilma, nosso total apoio, lealdade e confiança. Conte conosco na defesa, mobilização e articulação do Plebiscito.
Assinam esta nota os seguintes Deputados Federais:
1- Afonso Florence
2- Alessandro Molon
3- Amauri Teixeira
4- Anselmo de Jesus
5- Arthur Bruno
6- Bohn Gass
7- Cláudio Puty
8- Décio Lima
9- Domingos Dutra
10- Dr. Rosinha
11- Erika Kokay
12- Eudes Xavier
13- Fernando Ferro
14- Francisco Praciano
15- Iriny Lopes
16- Janete Pietá
17- Jesus Rodrigues
18- João Paulo Lima
19- Jorge Bittar
20- Leonardo Monteiro
21- Luiz Couto
22- Marcon
23- Margarida Salomão
24- Marina Santana
25- Nazareno Fonteles
26- Newton Lima
27- Padre João
28- Padre Ton
29- Paulo Pimenta
30- Paulo Teixeira
31- Pedro Uczai
32- Reginaldo Lopes
33- Ricardo Berzoini
34- Ronaldo Zulke
35- Taumaturgo Ferreira
Waldenor Pereira