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    Câmara cobra retratação de Rollemberg por confronto com professores

    Deputados distritais reforçam a obstrução a pauta de votações

    Carlos Vieira/CB/D.A Press
    A relação entre o Palácio do Buriti e a Câmara Legislativa, este ano, é marcada por sucessivas discórdias. O governador Rodrigo Rollemberg (PSB) não conseguiu formar uma base consolidada na Casa e sofre para aprovar projetos que, segundo o Executivo, são imprescindíveis para equilibrar as contas e pagar servidores. Após o enfrentamento entre policiais militares e professores grevistas na última quarta-feira, a situação do GDF no parlamento piorou. Antes do episódio, a oposição já havia apresentado obstrução à pauta. Agora, ganhou mais apoio dos parlamentares “da situação”.
    Embora tenha apresentado o calendário de pagamento dos reajustes, o governo diz que o cronograma está condicionado à aprovação de vários projetos para garantir caixa e honrar os compromissos. O acordo era ter votado nesta semana. Como os sindicalistas rejeitaram a proposta de receberem a partir de outubro de 2016, os distritais recuaram e não deram uma previsão a fim de apreciar as matérias. As reações negativas após a operação policial acirraram ainda mais as relações entre Executivo e Legislativo. E atrapalharam a negociação, já complicada, para fechar uma data certa de votação que permita o GDF prever o tamanho exato do orçamento do próximo ano.
    Não são apenas os distritais os insatisfeitos com Rollemberg. A bancada do DF no Congresso Nacional, formada por oito deputados federais e três senadores, também demonstrou indignação com o tratamento do governo no caso do fechamento do Eixão Sul por docentes. O discurso quase unânime é de total repúdio ao GDF — os parlamentares cobraram formalmente do chefe do Executivo local, por meio de uma carta, uma retratação.
    No dia seguinte ao enfrentamento que terminou com professores agredidos, algemados e levados para a delegacia, Rollemberg comentou o assunto em uma rede social. As palavras do governador a respeito, no entanto, não foram suficientes para acalmar os aliados. Na mensagem, apesar de afirmar que determinou a abertura de uma investigação a fim de apurar se houve exageros, ele relata que a “PM foi acionada para garantir a segurança de todos e, com responsabilidade e profissionalismo, negociou com os líderes sindicais que ali estavam”.
    Um dos mais enfáticos ao criticar o GDF, o senador Cristovam Buarque (PDT) classificou a postagem como “insuficiente”. “Ele pediu desculpas à sociedade, o que foi bom. Mas é pouco. Além de se desculpar por ter espancado professor, ele tem que dizer o que vai fazer daqui para frente de diferente. Já fiz inúmeras sugestões, mas ele não dá importância”, opinou. Um dos únicos atores do meio político que saiu em defesa de Rollemberg foi o ex-chefe da Casa Civil do GDF, Hélio Doyle. “O governador responsável pelos atos de violência na Estrutural (episódio ocorrido em 1998, na gestão de Cristovam) vem dar lição de como a PM deve agir? Pensa que as pessoas não têm memória?” argumentou. O pedetista respondeu. “Aquela situação foi organizada por pessoas que queriam desestabilizar o meu governo. O julgamento desse caso, este ano, mostrou isso. Ali ficou claro que a polícia saiu de controle. Depois a gente viu que foi manipulação de infiltrados”, rebateu.
    Fonte: Correio Braziliense

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