Eixo capital
Augusto Carvalho Deputado federal (SD-DF)
O seu partido apoiou a eleição de Rodrigo Rollemberg. Está satisfeito com os rumos do governo?
Apoiamos desde o primeiro momento. Eu, o (Rogério) Rosso, com o PSD, o PDT e o PSB. A nossa chegada na aliança cacifou a eleição de Rollemberg e ele logo disparou na disputa. Tinha a expectativa de um governo diferente. Pensei que os aliados de primeira hora seriam mais ouvidos e mais respeitados.
Concordo com Cristovam (Buarque), o governador ouve de menos. Faz um governo de amigos. Repete muito a trajetória do Agnelo.
Qual é o seu contato com Rollemberg?
O último encontro que tive com ele foi há mais ou menos três meses. Às vezes, ele me telefona aqui e acolá.
Não participa das reuniões do conselho político em que o governador debate com os aliados?
Aquilo ali são tertúlias. Isso é para dizer que está ouvindo…
Gostaria de ter sido ouvido em que situações?
Nós, do Solidariedade, temos um compromisso firmado com a sociedade. Somos contra aumentos de impostos tanto na esfera federal, propostos pela Dilma, quanto pelo governador Rodrigo Rollemberg. A criatividade e a busca da boa governança não podem ser feitas às custas do contribuinte. Vamos buscar o equilíbrio das contas sem atribuir o ônus ao cidadão. É preciso pensar saídas diferentes, que não onerem o contribuinte.
Qual seria a saída?
O governo deveria fazer uma força-tarefa, usar toda a inteligência, para se dedicar à regularização de condomínios. A partir do momento em que se regularizam os terrenos, há um grande impacto na economia. Só de imposto do ITBI, o governo arrecadaria milhões. Mas tivemos um ano perdido. Nada foi feito. O governo anterior fez muita lambança. Para piorar a crise que vivemos, houve a truculência com os professores.
Acha que a PM exagerou no episódio do protesto dos professores?
Não tenho dúvidas. As imagens falam por si. Claro que teve provocações, mas não houve habilidade para resolver o problema. Não podemos seguir o exemplo do Paraná.
Acha que o governador está sendo abandonado pelos aliados?
A culpa é dele. A bancada do DF pediu uma audiência para tentar ajudar a intermediar uma solução para a crise com os servidores e nunca obteve retorno. Pergunte ao Cristovam, ao Hélio José… Para se ter uma ideia do distanciamento, ele nunca procurou a bancada, como todos os governadores sempre fizeram, para discutir projetos estruturantes a serem incluídos no orçamento federal. Mandou alguns prepostos, mas não é a mesma coisa. O diálogo com o governador tem uma liturgia, uma simbologia. Estamos todos perplexos com o estilo Rollemberg de governar. Está sobrando popularidade para tratar os aliados assim?