Crédito: Edilson Rodrigues
Com a decisão do TSE de rejeitar a Rede, muitos aliados de Marina Silva se filiaram ao PDT, antes de a ex-senadora anunciar a entrada no PSB. O senhor acha que o partido poderá herdar parte desse espólio eleitoral?
Acho que sim, principalmente por conta da relação do Reguffe com a Marina Silva. Já conversei com o André Lima (advogado de Marina) e o Reguffe que coordenou essas filiações. Ele esteve muito próximo da Marina durante esse tempo todo.
Essa aproximação do Reguffe com a Marina foi um incômodo para o senhor e para o PDT?
Não. Sempre fui favorável à Marina, mas nunca tive dúvidas de que o Reguffe não sairia do PDT. Eu já falei para a Marina que não a vejo como líder partidária, mas como líder moral, uma espécie de Betinho do Século XXI, a Martin Luther King do país. Marina poderia canalizar os anseios dos cidadãos que foram para as ruas protestar. Poderia verbalizar o que esse povo quer. Como líder partidária, ela perderia essa chance.
O PDT vai oferecer a legenda para o Reguffe disputar o governo no ano que vem?O PDT está doido que ele se decida. Na hora em que ele disser que aceita, todo mundo no partido vai fazer uma festa. Temos esperança de que o Reguffe será candidato.
Se o Reguffe não quiser concorrer, o PDT terá candidato de qualquer forma?
Se ele não quiser, o mais provável é que a gente faça uma coligação com outros partidos, como Psol ou PSB. Mas essa composição só vai existir se o Reguffe não for candidato a governador.
A manutenção da aliança entre o PT e o PMDB torna o cenário mais difícil para a oposição?
É claro que a aliança dá a eles uma força maior, mas o candidato é o Agnelo, que continua sendo um nome muito fraco, mesmo com essa aliança. Sem o PMDB, acho que o PT nem sequer lançaria Agnelo candidato. O Agnelo continua com aprovação baixa, as pesquisas mostram que ele teria no máximo 12% se a eleição fosse hoje.
Como o senhor avalia as movimentações no campo da direita, com a chegada de Arruda e ao PR e com a filiação de Roriz ao PRTB?
Não tenho ideia do que vai acontecer nesse lado. Roriz tem voto, mas será que ele transfere esses votos se não for ele o candidato? E será que vai ser ele? A minha impressão é de que nem Roriz, nem Arruda serão candidatos. A grande dúvida então é saber quem eles apoiarão e se eles terão poder de transferir votos. Acho muito difícil o Roriz ser candidato mas não descarto. Ele está vivo e ativo e pode surpreender.
O senhor ainda cogita disputar a Presidência?
Não desisti, mas acho quase impossível. O PDT está muito ligado a Dilma, não vejo o partido querendo largar ministério, como fez o PSB.
O senhor não tem receios de que o PDT nacional possa impor uma aliança com o PT no DF?
Nenhum, não há a menor chance. O Lupi já me disse diversas vezes que não vai se meter aqui. Muita gente critica o Lupi, mas quem trabalha com ele sabe que é um cara que cumpre palavra.
Fonte: Ana Maria Campos/Eixo Capital/Correio Braziliense