A verdade sobre os números da Covid-19

Em artigo especial para o BSM, o médico Alessandro Loiola faz uma análise sobre os números da mortalidade na Europa e questiona visão catastrófica sobre o coronavírus

Alessandro Loiola

O Projeto EuroMOMO monitora os índices de mortalidade por todas as causas em 24 países europeus. Os boletins são publicados no site toda quinta-feira, por volta do meio-dia. Um gráfico consolidado de janeiro de 2016 a março de 2020 pode ser encontrado neste site.

Nos gráficos a seguir, encontram-se indexados os óbitos ocorridos entre janeiro de 2016 e março de 2020. Para evitar uma sobreposição cansativa de datas, os cortes são feitos com o distanciamento de algumas semanas entre um e outro. Assim, após o número que indica o ano, você verá outro número – que indica a SEMANA daquele ano em que os dados foram coletados e tabulados.

O gráfico completo é este:

Apesar de parecer complicado em uma primeira olhada, não é preciso grande conhecimento médico ou científico para entender os traçados do EuroMomo. Basta que você compreenda o que significam as três linhas principais:

A linha tracejada superior aponta o PIOR CENÁRIO POSSÍVEL de mortes – em que morrem muito mais pessoas na Europa que o esperado para um determinado período:

A linha vermelha mostra a média de mortes esperada para um determinado período:

E a linha tracejada de baixo mostra O MELHOR CENÁRIO POSSÍVEL, onde morreram BEM MENOS pessoas que o previsto:

Se você observar a próxima figura, verá que ocorreram muitas mortes no inverno de 2016 na Europa:

O número de mortes na 52ª semana do ano de 2016 (que corresponde ao final de dezembro) mostra que foram registradas muito mais mortes que o PIOR cenário previsto. Isso decorreu não de uma epidemia, mas de um inverno excessivamente rigoroso no continente europeu em 2016 https://www.france24.com/en/20170107-europe-weather-cold-deaths-across-deep-freeze-continues na Rússia, o Natal Ortodoxo (celebrado em 7 de janeiro de cada ano) foi considerado o mais frio em 120 anos. Istambul foi coberta de neve. A Polônia chegou a registrar temperaturas de 14 graus negativos (-14°C). A Grécia chegou a -15°C. A Suíça, a -29°C. Dezenas de pessoas morreram DE FRIO na Bulgária, na Itália, na República Checa, na Ucrânia e em vários outros países.

Na temporada de inverno que se seguiu (janeiro e fevereiro de 2017), os indicadores de mortalidade “por qualquer causa” e de mortalidade “por gripe comum” explodiram, afetando especialmente as pessoas com 65 anos de idade ou mais. Este padrão coincidiu com a circulação do vírus Influenza A(H3N2) no continente: considerando todas as faixas etárias e a população europeia em janeiro de 2017, foram registrados cerca de 16 mil óbitos causados diretamente pelo Influenza apenas na temporada de inverno.

Na faixa etárias acima de 65 anos de idade, as mortes por gripe comum chegaram a 181 óbitos para cada 100 mil pessoas – quase seis vezes maior que a taxa de mortalidade para pessoas mais jovens.

Um quadro semelhante voltou a ocorrer no inverno de 2017/2018: o frio intenso ceifou a vida de muitos europeus, indo bem além do PIOR CENÁRIO previsto, como pode ser visto na figura a seguir:

Novamente, a combinação de temperaturas extremamente baixas e uma epidemia de gripe comum foram os principais responsáveis pela mortandade: no período entre a 1ª semana de novembro de 2017 e a 5ª semana de janeiro de 2018 foram registrados 43.400 mil óbitos na Europa – uma média de 480 mortes por dia.

Entre os falecidos, 57% (24.700 pessoas) possuíam mais de 80 anos de idade – uma taxa de mortalidade seis vezes maior que aquela observada em pessoas com até 64 anos de idade.

Quando a temporada de inverno 2017/2018 finalmente terminou, a gripe comum havia deixado para trás 152.000 corpos sem vida – ou uma média de 1.013 mortes POR DIA entre dezembro de 2017 e abril de 2018, apenas no continente europeu.

Nos EUA, a mesma temporada produziu 48,8 MILHÕES de casos de gripe, com 959 mil hospitalizações e 79.400 mortes.

No ano seguinte, a combinação letal entre inverno rigoroso e circulação da Gripe Comum se repetiu na Europa e nos EUA: apenas nos Estados Unidos, 42,9 MILHÕES de pessoas pegaram gripe, 647 mil foram hospitalizadas e 61.200 morreram no inverno de 2018/2019.

Na Europa, inverno e gripe comum também fizeram suas vítimas, mas, felizmente, com uma intensidade menor que aquela observada nas duas temporadas anteriores, como pode ser constatado no gráfico da EuroMOMO abaixo:

Mas… e na temporada de inverno de 2019/2020?

Era de se esperar algo parecido acontecesse novamente no Hemisfério Norte: temperaturas muito baixas e a circulação de Influenza provocariam mortes aos montes – algo que, sejamos sinceros, já vinha acontecendo nos anos anteriores.

Então, por causa do frio, deveríamos observar o velho aumento de sempre no número de mortes na Europa. Ainda mais com o Covid-19 sentando a lenha por lá. Puxa, aí é que as mortes deveriam apresentar um pico extraordinário, talvez até maior que aquele do inverno de 2016! Afinal de contas, trata-se de um vírus “altamente infeccioso e letal”, que justifica lacrar o mundo inteiro para evitar a extinção da espécie humana, certo?

Inverno no Hemisfério Norte + Covid-19 = muitas, muitas, MUITAS! Mortes em excesso!

Todavia…

A temporada de inverno de 2019/2020 chegou como uma das mais “quentes” da Europa, com temperaturas 1,4°C acima da média. Este inverno de 2019/2020 está sendo considerado o inverno mais quente da Europa NOS ÚLTIMOS 40 ANOS.

Inverno com temperaturas muito frias = muitas mortes. Então, inverno com temperaturas mais amenas = menos mortes. Este seria o raciocínio lógico. Porém temos o Covid-19 na área (não se esqueça dele!), o “maior perigo para a existência da humanidade em todos os tempos”, como tem sido propagado pela grande mídia. Isso deveria puxar as taxas de mortalidade para cima, independente do clima. Quer dizer, isso SE O COVID-19 FOSSE REALMENTE TÃO LETAL quanto aquilo que foi amplamente anunciado.

E o que vemos?

Bem, em pleno final de março de 2020, o que temos na Europa é uma DIMINUIÇÃO DAS MORTES entre crianças. Apesar do inverno, estão morrendo bem menos crianças por lá que o previsto no MELHOR cenário possível.

Mas crianças são poupadas pelo Covid-19 (não existem registros de mortes causadas pelo novo coronavírus em pessoas com menos de 9 anos de idade), então nada demais até aí. E o mesmo que foi dito para as crianças vale para os adolescentes:

E, a despeito da disseminação do “letal” Covid-19, também estão morrendo menos adultos na Europa:

E supreendentemente também estão morrendo menos idosos também!

Vou pedir que você observe BEM a curva de mortes das pessoas com mais de 65 anos de idade.

Veja novamente: não apenas estão morrendo menos idosos no inverno europeu, como estão morrendo MENOS IDOSOS que o que previsto NO MELHOR CENÁRIO POSSÍVEL, onde todos estariam bem e saudáveis:

“Mas, e a Itália?”, os contestadores perguntam.

Desde 2016, a Itália vem apresentando uma taxa de mortalidade por gripe comum BEM MAIOR que a observada em outros países europeus, especialmente entre a população mais idosa. Isso nunca dependeu do ou esteve relacionado ao Covid-19.

Mas não era para esta “pandemia letal” estar provocando uma mortandade jamais vista? Onde estaria o aumento exponencial no número de mortes que o novo vírus causaria?

Na Inglaterra, por exemplo, o número de mortes até aqui está dentro da média registrada nos últimos 10 anos.

O fato é que o primeiro caso laboratorialmente confirmado de Covid-19 se deu na China, em 08/12/2019, mas a epidemia já estava rolando por lá desde 17 de novembro de 2019. Em 31 de dezembro de 2019, as autoridades de saúde chinesas informaram à OMS sobre a nova doença. A primeira morte pelo vírus foi notificada na China em 11 de janeiro de 2020. Entre esta morte e a presente data (31/03/2020), estima-se que o coronavírus tenha matado cerca de 40 mil pessoas.

Quarenta mil pessoas em 80 dias – ou 500 pessoas mortas por dia, em média.

Parece um absurdo, até a hora em que você fica sabendo que, a cada ano, a gripe comum ceifa a vida de cerca de 500 mil pessoas no mundo todo.

Em um cálculo grosseiro, a gripe comum produz um saldo de mais de 1.300 pessoas mortas por dia.

Apesar de o vírus Influenza patrocinar esse genocídio todos os anos, jamais fechamos países e economias por causa disso.

Pode-se tentar fazer uma defesa do Covid-19 dizendo que as estratégias de supressão e mitigação na Europa estão sendo eficazes para diminuir as mortes, ou que as medidas de distanciamento social estão sendo eficazes, ou que os dados totais de óbitos provocados pelo coronavírus ainda precisam ser consolidados para uma análise mais apurada, etc.

Contra isso, podemos afirmar que muitos óbitos estão sendo debitados na conta do Covid-19 sem que o vírus tenha sido a causa direta deles. Muitas pessoas estão morrendo COM o vírus, e não POR CAUSA dele.

Na Itália, por exemplo, estima-se que apenas 12% de todas as mortes registradas na ficha do Covid-19 podem ser consideradas FUNDAMENTALMENTE causadas pelo vírus.

No Brasil, eventos parecidos estão ocorrendo: o vírus está sendo culpado e condenado por crimes que não cometeu.

Nosso país tem uma taxa de mortalidade considerada razoavelmente boa: a cada ano, morrem 6,5 pessoas para cada 1.000 habitantes. Ainda assim, isso significa aproximadamente 1,3 milhões de mortes “por qualquer causa” ao ano – ou uma média de 3.700 mortes por dia no Brasil.

Sim, pessoas morrem. Morrem no Brasil, morrem no mundo todo. E é lamentável ver o sofrimento de seus entes queridos quando isso ocorre. Falo isso por experiência pessoal e profissional. É sempre um evento triste ver uma boa pessoa perder a vida. Mas assim é a natureza e assim é o nosso ciclo neste planeta.

Entretanto, quando olhamos o cenário pintado em torno do Covid-19, é difícil não constatar o óbvio: a “pandemia” não provocou um aumento no número total de mortes na Europa. Na verdade, estão morrendo BEM MENOS pessoas no inverno europeu do que o que seria esperado pela média. Para ser honesto, estão morrendo BEM MENOS pessoas inclusive do que o seria previsto no MELHOR CENÁRIO HABITUAL possível.

Em 01/04/20, dos 24 países listados no EuroMOMO, 16 encontravam-se com as taxas de mortalidade por Covid-19 estabilizadas ou caindo.

No mesmo período em que o Covid-19 matou 40 mil pessoas mundo afora, outras 840 milhões seguem sem comida suficiente, 15 mil morreram de fome, 120 mil morreram de gripe comum, 208 mil morreram por doenças relacionadas ao consumo de água contaminada, 243 mil morreram por malária, 265 mil se suicidaram, 334 mil morreram em acidentes de trânsito, 416 mil morreram por HIV/AIDS, 76 mil mulheres morreram por complicações no parto e 10 milhões de abortos foram realizados.

Coloque a realidade em perspectiva e você enxergará o tamanho da farsa que é a “pandemia letal de Covid-19”.

O vírus existe. Ele causa doença. Ele pode matar. Mas nem de perto é o monstro que está sendo pintado e contra o qual vários governos estão tomando medidas tão exageradas quanto desastradas.

Estamos fechando o mundo, amputando a liberdade, rasgando Constituições e condenando milhões de pessoas a uma gravíssima depressão econômica para salvá-las de uma ameaça que está mais para uma tramoia histérica que para uma peste mortífera.

Números não mentem. Interesses geopolíticos, sim.

― Alessandro Loiola é médico.

Fonte: Brasil Sem Medo

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