Aos deputados distritais: Um apelo no mês da mulher e da síndrome de Down

Mães de crianças com deficiência ainda acumulam os cuidados com as inúmeras terapias e atividades de estimulação dos seus filhoS

MÃES DE CRIANÇAS COM DEFICIÊNCIA/PEDUC –

Março é o mês da mulher. Com muita justiça presta-se inúmeras homenagens às mulheres. Em março, no dia 21, também se dedica um dia à síndrome de Down. Mas vamos abrir os nossos horizontes e ir além da síndrome de Down. Vamos falar do autismo, da paralisia cerebral, do câncer, da fenilcetonuria, da fibrose cística e de tantas outras condições que marcam as pessoas com deficiência. Vamos conjugar o dia da mulher e o dia da síndrome de Down, para falar de mulheres especiais, das mães de crianças com deficiência, tais como a síndrome de Down, Transtorno do Espectro Autista, Paralisia Cerebral e tantas outras condições. …

 

As mulheres que são mães, em geral, estão dispostas a tudo por seus filhos. Aceitam até o martírio e suportam os sofrimentos mais atrozes. Em geral, as mães de crianças com deficiência amam os seus filhos e os enxergam muito além das deficiências.

 

Em geral, os afazeres domésticos recaem sobre os ombros das mulheres. É uma realidade. A maior parte dos cuidados com os filhos também são um encargo feminino. Note-se que não estamos dizendo que concordamos que seja assim, mas apenas estamos retratando a realidade. Hoje em dia, além do trabalho doméstico, a maior parte das mulheres exerce atividades externas, trabalham fora, ou no setor público ou na iniciativa privada. A jornada de trabalho da mulher, portanto, é muito mais acentuada do que a dos homens.

 

As mães de crianças com deficiência ainda acumulam os cuidados com as inúmeras terapias e atividades de estimulação dos seus filhos.

 

O resultado da desumana carga de trabalho é que tais mulheres acabam deixando de lado os cuidados com a própria saúde. São mulheres que vivem sob o estigma do estresse e da culpa, por não conseguirem se desincumbir de todas as tarefas de forma satisfatória. São muitas atividades e, em geral, recebem pouca solidariedade e pouca ajuda.

 

Na Câmara Legislativa do Distrito Federal, em forma de projeto de emenda à Lei Orgânica, tramita um projeto de redução da carga horária para servidoras públicas do Distrito Federal. É um projeto louvável sob todos os aspectos. A Lei que se pretende aprovar já vigora em inúmeros municípios e Estados da Federação. Na União, tramita um projeto de lei similar, de autoria do Romário, pai de uma criança com síndrome de Down.

 

O projeto já foi aprovado em primeiro turno. Está tudo pronto para ser votado em segundo turno. Basta ser incluído na pauta da Câmara Legislativa do Distrito Federal. A decisão acerca do momento em que será votado é da Presidente da Câmara Legislativa, Celina Leão, que, também é a autora do Projeto de Emenda à Lei Orgânica do DF.

 

Os deputados distritais, a um só tempo, podem prestar uma excelente homenagem às mulheres que são mães de crianças com deficiência. Podem homenagear o dia da mulher e da síndrome de Down com um único ato concreto. A CLDF, em uma única votação, em um projeto imune à polêmica, pode aliviar o fardo de inúmeras mulheres, propiciando meios para que elas possam estimular os seus filhos a atingir uma maior autonomia.

 

A Câmara Legislativa do Distrito Federal, ao votar o projeto de emenda à Lei Orgânica, adequará a legislação local aos tratados internacionais que o Brasil se obrigou a cumprir. A cada dia que se passa, no entanto, centenas de crianças deixam de receber a estimulação adequada e inúmeras mães acabam com a própria saúde. A Câmara Legislativa pode resolver o problema, basta levar o projeto à votação e, quanto antes o fizer, melhor. É o apelo que fazemos à CLDF no mês da mulher e da síndrome de Down.

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