Após tumulto e bate-boca, distritais buscam a paz para definir comissões

Deputados tentam afinar o discurso antes de iniciar as articulações para os 10 colegiados que compõem a Casa. Novo presidente prega reforma no Legislativo local

Após a conturbada votação que elegeu a Mesa Diretora da Câmara Legislativa, o novo presidente, Joe Valle (PDT), terá a tarefa de estabelecer a harmonia na Casa. As traições e as brigas durante o pleito incomodam os envolvidos e podem causar animosidades em plenário durante o próximo biênio. Para reverter o cenário, há uma aposta em torno da equidade entre base governista e da oposição no momento de configuração das mesas das comissões permanentes do Legislativo local.

A Câmara é composta por 10 comissões. No próximo ano, porém, algumas atraem os olhos dos deputados e despertam, de forma mais expressiva, a atenção do governo. Uma delas, desejada por Telma Rufino (PROS) e Cristiano Araújo (PSD), é a Comissão de Assuntos Fundiários (CAF), a qual, possivelmente, tratará da Lei de Uso e Ocupação do Solo (Luos) e do Plano de Preservação Urbanístico de Brasília (PPCub). A Comissão de Educação, Saúde e Cultura (CESC) também é de interesse do Executivo local, porque deliberará sobre a autorização ao gerenciamento e à prestação de serviços de Organizações Sociais (OSs) em diversas áreas do setor público. Essa é cobiçada por Wasny de Roure (PT) e Reginaldo Veras (PDT).

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Em outra vertente, há as tradicionais Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) e de Economia, Orçamento e Finanças (CEOF). A primeira é de interesse de Celina Leão (PPS). Os aliados do governo de Brasília, inclusive, questionam se, caso a parlamentar assuma o cargo, não contrariará a Justiça, que a afastou da Presidência da Mesa Diretora, devido à Operação Drácon . A segunda comissão é o desejo de Rafael Prudente (PMDB). Outros postos-chave são a Corregedoria, responsável por fiscalizar a atuação e a conduta dos deputados distritais; e a Ouvidoria, a qual recebe as demandas da sociedade. A primeira, inclusive, poderá ter nas mãos, ao longo de 2017, pedidos de cassação do mandato do chefe do Executivo local e dos parlamentares envolvidos no escândalo conhecido como UTIgate.

As costuras pelos cargos, entretanto, seguirão o mesmo molde das articulações pela eleição da Mesa Diretora e adentrarão o próximo mês, quando há o recesso legislativo. A votação das comissões deve ocorrer na primeira semana de fevereiro, para manter o funcionamento usual da Câmara Legislativa. O vice-presidente da Casa, eleito na última quinta-feira, Wellington Luiz (PMDB), afirma que o equacionamento é a prioridade de todos os parlamentares. “Precisamos atender aos interesses de todos, de forma que fique a menor sequela possível”, apontou.

O candidato derrotado à Vice-presidência, Ricardo Vale (PT), também indica a necessidade de respeito à proporcionalidade. “Se os postos não ficarem definidos, ao menos de forma semelhante, existe a possibilidade de os grupos que ficarem de fora iniciarem um processo de oposição à nova Mesa Diretora, o que poderia dificultar o processo de harmonização”, comentou. O líder do governo na Câmara, Rodrigo Delmasso (Podemos), concorda: “Precisamos de estabilidade nas Comissões, o que significa mesas balanceadas entre governo e oposição”.

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Fonte: Correio Braziliense

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