MAIS
    spot_imgspot_img
    HomeNotasCerca de 900 crianças nascem prematuras por dia no Brasil

    Cerca de 900 crianças nascem prematuras por dia no Brasil

    Novembro Roxo conscientiza a população para o risco do nascimento prematuro

    A prematuridade é uma das principais causas de mortalidade infantil no país. É considerado prematura a criança que nasce antes da 37ª semana de gestação. Segundo o Ministério da Saúde, no Brasil, 340 mil bebês nascem prematuros todo ano, número que equivale a aproximadamente 930 nascimentos por dia.

    O coordenador da pediatria do Hospital Santa Helena, da Rede D’Or, Thallys Ramalho, explica que os riscos da prematuridade para a criança vão depender da idade gestacional em que ela nasceu, e são acentuados nos prematuros extremos. “Os principais são os problemas pulmonares, a dificuldade para iniciar a amamentação ou tolerância à dieta, ausência de controle de temperatura e atraso de desenvolvimento, principalmente quando há hemorragia cerebral”, afirma.

    O pediatra esclarece que, para não subestimar o desenvolvimento do paciente, é feito um cálculo pela idade corrigida. “Desta forma, esperamos que a criança tenha um desenvolvimento compatível com a idade corrigida e não a cronológica. Nós fazemos a correção para 40 semanas. Por exemplo, para um bebê que nasceu de 28 semanas, serão analisados os marcos de desenvolvimento de um mês apenas com 16 semanas de vida, ou seja, aproximadamente, 110 dias de vida”, explica Thallys Ramalho.

    Rayane Gebrim é mãe dos quadrigêmeos Lucca, Theo, Samuel e Laura, nascidos em maio do ano passado, com 29 semanas, no Hospital Santa Helena. Ela conta que a maior dificuldade da prematuridade é ter que lidar com o medo e a insegurança. “No meu caso, por serem quatro bebês, eram quatro diagnósticos diferentes, cada um evoluía de uma forma, então, nem sempre eu tinha notícias felizes”. Rayane explica que ao saber da gravidez quadrigemelar, já foi alertada sobre o fato de as crianças nascerem prematuras. “Me organizei para ir longe na gestação e graças a Deus conseguimos chegar até as 29 semanas, o que é maravilhoso por serem quatro bebês. Me preparei psicologicamente para ser mãe de prematuro, no entanto não sabia o quão desafiador era. Ser mãe de prematuro é uma jornada única e desafiadora, uma montanha russa de sentimentos. Viver na UTI é muito difícil, nem sempre temos boas notícias, vivemos com medo e insegurança, mas sempre com muita fé. Peguei os meus filhos no colo depois de 10 dias de vida. Meu sonho era poder levá-los para casa assim que nasceram, mas infelizmente a prematuridade não nos permitiu”, conta.

    Laura nasceu com 1.170 kg, Lucca com 1.070 Kg, Samuel com 1.180 kg e Theo com 1.245 kg. Depois de 76 dias de lutas pela vida, finalmente Rayane pode ter os quatro filhos em casa. Atualmente, um ano e seis meses depois, a mãe conta que, apesar da prematuridade, as crianças estão se desenvolvendo bem e são saudáveis. “Agora são só alegrias, felicidade e muita energia para cuidar dos quatro. O novembro roxo simboliza para mim a luta e a vitória de hoje ter os meus filhos em meus braços”, afirma.

     

    Serviço de Medicina Fetal

    A Rede D’Or em Brasília lançou neste mês de novembro o Serviço de Medicina Fetal no Hospital Santa Helena. O programa inclui desde o rastreio e diagnóstico ultrassonográfico pré-natal de forma universal, até a detecção de casos de alto risco e acompanhamento disciplinar. “Consultas pré-natais com equipe especializada no tipo de malformação congênita que poderá ter tratamento intrauterino – em casos elegíveis -, orientações e consulta pré-natal com as diversas especialidades médicas que atenderão o recém-nascido no pós-natal, ambulatório pré-natal de acolhimento com psicólogas, discussão multidisciplinar sobre os achados ultrassonográficos e alinhamento de condutas pré e pós-natais, organização de toda equipe envolvida no parto e discussão de prognóstico a longo prazo, são alguns dos serviços oferecidos. Para os casos em que não há tratamento, um ambulatório de cuidados paliativos vai acolher a família e alinhar condutas pós-natais em medidas paliativas”, explica a coordenadora de ginecologia e obstetrícia da Rede D’Or em Brasília, Janaina Nessralla Sturari.

    De acordo com Janaína, os primeiros nove meses de vida do feto são de extrema importância para a epigenética, contribuindo para que ele atinja o seu melhor potencial genético na vida adulta. “Tratar o feto como um paciente demonstra como nos importamos com a vida desde a forma mais precoce, pois sabemos que intervindo nesse período estamos contribuindo para a saúde física e mental como um todo, para essa geração, desde a infância até a sua vida adulta”, afirma.

    Todas as gestantes estão aptas a terem consulta de aconselhamento e exames em medicina fetal.

    LEAVE A REPLY

    Please enter your comment!
    Please enter your name here

    Deve ler