DISTRITO FEDERAL
Comunicação falha e Agnelo ‘apanha’ de graça
Alfredo Bessow, jornal Passe Livre
Ainda que toda unanimidade seja burra, há uma convergência quanto à
perda de oportunidades pelo GDF pelo fato de não ter uma Secretaria de
Comunicação com a estrutura e o perfil necessários. Há uma flagrante
incompatibilidade entre uma repartição que emite releases, ocupada por
um porta-voz, e a expectativa e os desafios que devem ser assumidos
por um Secretário de Comunicação qualificado.
Resta saber até quando o Governador Agnelo irá continuar teimando com
esta solução que ele criou, gerando um monstrengo. Se de um lado
contemplou o ego e a demanda salarial pedida, de outro gerou uma
situação ridícula. Nada justifica ficar amassando barro, sem sair do
lugar, apenas para dar a falsa impressão de estar se movimentando.
O que se sabe é que decorridos quase 100 dias da posse, a imagem do
governo Agnelo está muito mais próxima a uma convicção de continuidade
dos outros governos do que uma ruptura ética. Dentro deste quadro, é
apavorante observar que a Secretaria de Comunicação é de uma
incompetência aterradora, sem se contrapor ao noticiário que tenta
colar estereótipos no Governo Agnelo. Falta alguém com autoridade para
dizer que episódios como os de Alírio Neto e de Chico Leite não dizem
respeito ao atual governo, que foram suspeitas em relação a atuações
lá no passado.
Estou entre aqueles que não tem nenhuma razão para defender ou achar
que Alírio Neto seja um modelo de político, ainda mais pela sua
participação efetiva no processo de destruição da qualidade de vida do
Guará – tanto no episódio da tramitação do PDOT – que desrespeitou
TODAS as deliberações dos moradores do Guará que em audiências
públicas definiram gabaritos de prédios e outras ações – quanto na
transformação da cidade em um amplo campo para a ilegalidade de
construções, com a proliferação de kitinetes e a construção de novos
andares nos setores de oficina e do chamado pólo de modas. Cabe
lembrar que o administrador da cidade foi e continua sendo indicado
por ele, Alírio.
Mas para mim, soa estranho que Durval diga que entregou dinheiro ao
Alírio e estranhamente não o filmou. Logo ele que filmou a todos. Ou
será que neste caso, como em outro envolvendo um policial, ele,
Durval, prudentemente e por medo tratou de não exibir as imagens?
A palavra de Durval, volto a dizer, não tem credibilidade alguma. Já
escrevi várias vezes que, para mim, ele continua sendo apenas e tão
somente alguém com muitas contas a acertar com a Justiça e ao entregar
AS FITAS ele fez algo para tentar salvar um pouco a sua pele – mas que
isso em nada o redime dos crimes pelos quais está sendo acusado. A
palavra de Durval não tem valor se não estiver amparada por fitas de
vídeo.