Congresso e STF põem Brasil numa sinuca de bico

Brasília - Chuva se aproxima do prédio do Congresso Nacional (Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil)

Major-brigadeiro Jaime Sanchez

A volta das férias escolares do Covil de Ali Baba e da Suprema Casa da Mãe Joana marcará o recrudescimento da sórdida luta que empreendem continuamente para inviabilizar as ações do governo Brancaleone.

Apenas para reavivar a memória sobre essa moderna lenda histórico-eleitoral, conta-se que Brancaleone era um Capitão-Deputado, atrapalhado, que resolveu combater a peste vermelha que devastava o País.

No seu sonho de eliminar o fantasma do comunismo que assolava a América Latina e ameaçava invadir o Brasil, resolveu iniciar uma cruzada libertadora contra a doutrina

conspiratória elaborada no âmbito do foro de São Paulo, financiada pelos bancos oficiais brasileiros e pela promiscuidade entre a classe política corrompida e as mega-empresas nacionais, apoiada e enaltecida, também, pela imprensa marrom, por artistas comprados e falsos intelectuais.

Começou a percorrer o Brasil de norte a sul e, com o discurso agressivo e nacionalista que o notabilizou nos debates em plenário, rapidamente conquistou a simpatia e despertou a esperança na população, cansada de ouvir falar da “retomada da democracia”, que na realidade era o “alvorecer da cleptocracia”.

Multidões começaram a ovacioná-lo do Oiapoque ao Chuí e, rapidamente, o elevaram à condição de “mito”, carregando-o nos ombros por onde passava.

Essa atitude do povo e a celebridade que se tornou despertaram a ira daqueles que, embevecidos pela farra com o dinheiro público, recusavam-se a perceber a decadência da sociedade, provocada pelo apodrecimento do mundo feudal, que encantava seus vassalos com migalhas roubadas.

Em outubro de 2018, Brancaleone elegeu em sua esteira, com seu carisma e aversão à corrupção, um exército de políticos de primeira viagem e de oportunistas que, olhando para o próprio umbigo, rapidamente absorveu hábitos da velha política e passou a representar um perigoso “fogo amigo”.

Apesar dessa armadilha e das trapalhadas familiares, conseguiu dar início a parte de suas promessas de campanha, graças a um ministério especializado e apolítico, ancorado no tripé economia, segurança pública e infraestrutura.

Imediatamente, uniram-se o legislativo e o judiciário, parindo uma sucuri de duas cabeças para enredar o governo Brancaleone em seu abraço letal e conduzir o País de volta ao abismo.

Após 1 ano dessa colossal batalha, vieram as férias escolares da sucuri e o sossego relativo, permanecendo apenas a preocupação com a artilharia da mídia desmamada, alimentada muitas vezes pelo próprio exército e seu comandante Brancaleone.

Deixando a ficção de lado e voltando à realidade, vemos que a nova legislatura começa com ameaças graves, como a tentativa de limitar a apenas 5 o número de Medidas Provisórias emitidas pelo Presidente (PEC 43/2019).

Essa ferramenta, fruto da Constituição parlamentarista, põe o pirulito na boca do presidente, mas quem chupa é o Congresso.

Seus autores, especialmente o senador Humberto Costa do PT, contaminados pelo Alzheimer que destruiu o cérebro da esquerda brasileira, esquecem-se de que, segundo publicado pela Agência Senado, o governo Lula teve 96% das MP aprovadas no 1º mandato por um congresso movido a propinas e 86% no 2º, enquanto Bolsonaro teve apenas 14%, ainda assim, desidratadas por um congresso agora denunciado por crimes do colarinho branco.

Não satisfeitos, resolveram desenterrar uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC 35/2015), segundo a qual a indicação dos ministros do STF passaria a ser feita a partir de uma lista tríplice elaborada com base nas informações de 7 instituições do poder judiciário, um anseio legítimo da sociedade àquela época,

que fixava ainda o tempo do mandato dos ministros em dez anos, previa a inelegibilidade por cinco anos após o término do mandato, exigia a comprovação de, no mínimo, 15 anos de atividade jurídica e permanecerem inelegíveis pelo prazo de 5 anos após o mandato.

Tudo isso, porque os ministros, nos últimos 35 anos, foram escolhidos a dedo com objetivos inconfessáveis e à revelia dos critérios constitucionais de reputação ilibada e notável saber jurídico, tendo sido 8 indicações feitas por Lula e 5 de Dilma Rousseff.

Obviamente, essa proposta, elaborada no auge do desgoverno Dilma Rousseff, foi motivada pela insatisfação já acentuada da sociedade em relação à atuação da Suprema Corte e à sua composição, que viriam a torná-la a Instituição com um dos maiores índices de rejeição popular, a ponto de ter alguns de seus membros hostilizados sempre que aparecem em público, devido a seguidas denúncias de corrupção e frequentes demonstrações de incompetência, contradições internas, quebra das próprias jurisprudências, atropelo das instâncias inferiores, análises oportunistas da Constituição, medidas monocromáticas inconcebíveis, solapamento das atribuições dos outros poderes e várias outras distorções que mergulharam o País em uma imensa insegurança jurídica e agravam a sensação de impunidade reinante.

A aprovação dessa PEC seria um ato corajoso e patriótico do Congresso, não estivesse tão atrasadas e não visasse diretamente impedir que o governo Bolsonaro venha a indicar os dois próximos ministros, e assim quebrar o desequilíbrio que hoje existe em favor do feudo desmascarado pela operação lava-jato.

O Brasil está preste a ser colocado numa sinuca de bico.

Brasil acima de tudo, Deus acima de todos

Fonte: Notibras

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