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    Cop29: Expectativa de NDCs mais ambiciosas e que integrem economia circular

     

    Com a COP29 se iniciando semana que vem, no dia 11 de novembro, os olhares se voltam novamente para as mudanças climáticas. As próximas Conferências do Clima serão decisivas já que, de acordo com relatório anual da ONU, o mundo ainda está longe de cumprir as metas de descarbonização necessárias para limitar o aquecimento global a 1,5°C.

    Também com o prazo para a apresentação das novas NDCs (Contribuições Nacionalmente Determinadas) chegando ao fim, no começo de 2025, a COP29 já contará com novidades em relação ao plano nacional brasileiro para o cumprimento das metas do Acordo de Paris. Como próximo anfitrião da COP30, o Brasil se comprometeu a entregar um plano ambicioso, com metas por setores econômicos e foco especial à proteção das florestas.

    A Fundação Ellen MacArthur estará presente no evento, em Baku, no Azerbaijão, para acompanhar as discussões da cúpula.

    Análise: Pedro Prata, Oficial de Políticas Públicas na América Latina

    Na COP29 e nas próximas Convenções do Clima, é essencial que os países fortaleçam seus compromissos para limitar o aquecimento global a 1,5°C. Estamos num momento crítico, pois, apesar dos avanços em energias renováveis, elas representam uma solução parcial, respondendo por apenas 55% das emissões de gases de efeito estufa. Para enfrentar o desafio de maneira completa, precisamos de uma transição que vá além da energética e que integre a  economia circular, que atua diretamente nos 45% restantes das emissões, vindas da produção e descarte de bens e alimentos. 

    O Brasil, como futuro anfitrião da COP30, que está sendo considerada a COP da Amazônia, tem uma responsabilidade ainda maior. Além de apresentar metas setoriais e aumentar seu escopo olhando para a economia circular, precisa ter um foco especial para a regeneração da natureza. A boa notícia é que esses dois conceitos andam juntos: se pensarmos um desenvolvimento econômico a partir dos princípios da economia circular, podemos regenerar a natureza, enfrentar as mudanças climáticas e trazer prosperidade e melhores condições econômicas para a população.

     

    Fundação Ellen MacArthur e Um Só Planeta promovem live sobre poluição plástica

    Nesta quarta-feira, 06 de novembro, a Fundação Ellen MacArthur realizou em parceria com o Um Só Planeta, do grupo Globo, o webinar “Hora de Frear a Poluição Plástica”. Com mediação da jornalista Vanessa Oliveira, e participação de Luisa Santiago, diretora executiva da Fundação para a América Latina, e We’e’ena Tikuna, palestrante indígena, influenciadora, empreendedora e ativista, a live não apenas ofereceu uma visão técnica sobre a urgência de um Tratado Global contra a poluição plástica, mas também trouxe uma reflexão profunda sobre o cuidado com o planeta e a natureza, destacando a importância de deixarmos um legado positivo para as futuras gerações.

    Acesse o Instagram do Um Só Planeta para assistir ao webinar completo!

    Leia abaixo alguns destaques do webinar: 

    Luisa Santiago, diretora executiva da Fundação Ellen MacArthur na América Latina

    As discussões agora estão andando para um olhar mais abrangente, um olhar de economia circular, o que pra gente é muito bom, isso é, aborda o plástico em todo o seu ciclo de vida, desde o design dos produtos até o pós-uso e os modelos de negócio. Isso foi um avanço, porque a gente viu que no início tinha uma discussão limitada à  reciclagem e à gestão de resíduos. E a gente sabe, com ciência, com cálculos, com muita modelagem e com conhecimento empírico, que a reciclagem e a gestão de resíduos, mesmo sendo fundamentais, não vão acabar com a poluição plástica. Então é preciso redesenhar o sistema, fechar a torneira dos volumes de plástico e dos tipos de plástico e das aplicações plásticas que estão indo para o ambiente. 

    Hoje o nosso principal papel é exigir dos governantes do Congresso Nacional e do Poder Executivo nesse momento, […] que levem a sério esse assunto, que se posicionem de uma forma ambiciosa, principalmente pensando aqui no Brasil que se propôs a ser uma liderança ambiental, uma liderança climática.

    We’e’ena Tikuna, palestrante indígena, influenciadora, empreendedora e ativista

    Até os meus 12 anos eu não tinha conexão com a questão do plástico. […] Na aldeia a gente usa tudo o que vem da terra, da natureza, sem poluir, e tudo volta para a terra. Na cidade, por que as pessoas não pensam dessa forma? […] Então eu sempre me pergunto […] ‘quem és tu homem para destruir o que você não construiu?’

     

    Artigo: “Os governos têm apenas cinco semanas para acabar com a poluição plástica. Um tratado global e vinculativo é a única solução”

    Esta é uma oportunidade única para abordar as causas profundas da poluição plástica, mas, apesar do apoio significativo do público e dos negócios, existe um verdadeiro perigo de deixar essa chance escapar

    Em artigo publicado na Revista Fortune, Ellen MacArthur, fundadora da Fundação Ellen MacArthur, e Christiana Figueres, ex-secretária-executiva da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas, ressaltam a importância urgente da quinta sessão de negociações para o Tratado Global contra a Poluição Plástica. Elas enfatizam que os governos têm uma oportunidade única para implementar medidas juridicamente vinculantes que possam conter a crise dos plásticos antes que esta se torne irreversível.

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