Com a possível criação da CPI do Metrô, o deputado Chico Leite (PT), autor do requerimento, terá muito trabalho para desvendar um escândalo de proporções milionárias, herança dos governos Roriz e Arruda.
Talvez a CPI descubra, por exemplo, por que foi oferecido uma estação do Metrô a conhecido Shopping do DF, que se negou a pagar o valor ‘solicitado’… Resultado? Outro Shopping ganhou uma estação quase que na porta.
Tem ainda a questão do primeiro concurso do Metrô que merece ser investigado. Afinal, parentes de políticos e algumas pessoas que trabalhavam para o então governador Roriz e para o então poderoso secretário de Obras, José Roberto Arruda, passaram no concurso. Um pente fino pode mostrar revelar dados surpreendentes.

Em 30/08/2001, uma semana depois de receber as denúncias de irregularidades relativas às operações de indenização por desapropriações, efetuada pela Terracap, a partir de 1992, das terras que seriam utilizadas pelo Metrô do Distrito Federal, a Ministra Anadyr de Mendonça Rodrigues, da Controladoria Geral da União (CGU) enviou ofícios ao presidente da empresa e a seus conselhos administrativo e fiscal, pedindo informações sobre aquelas imputações. As denúncias foram entregues à Corregedora-Geral da União, pela então deputada distrital Maninha (PT), durante audiência.
Como 49% do capital social da Terracap pertence à União, passa a ser da competência da CGU zelar pelo patrimônio federal, no âmbito do Distrito Federal. Em razão disto, a Ministra Anadyr pediu informações, também, à Secretaria do Patrimônio da União e à Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional, dando a ambas o prazo de 15 dias para o fornecimento de informações e documentos existentes acerca da matéria. Todas essas providências foram comunicadas aos ministros da Fazenda e do Planejamento e ao governador do Distrito Federal.
No governo de Arruda, Domingos Lamoglia (atualmente ganhando gordo salário sem trabalhar no Tribunal de Contas do DF) recebia em seu gabinete em Águas Claras, grandes empresários. Foi assim que a empresa Diebold-Procomp (conforme este Blog denunciou em 2009) atropelou e ganhou um milionário contrato no BRB. O que dirá dos contratos do Metrô…

Uma coisa é certa: em 1993, rorizistas e arrudistas tentaram – e conseguiram – engavetar a CPI do Metrô na Câmara dos Deputados. O que temiam? O que escondiam? Por que Arruda se empenhou pessoalmente para retirar as assinaturas da CPI? Mistérios…
E por último: Roriz e Arruda nunca ficaram distantes. Aliás, Roriz, Abadia, Arruda e Rosso sempre estiveram juntos . E misturados.
Fonte: Donny Silva/redação