Cristovam e Reguffe: tão pertos e tão longe do governo Agnelo

Agência Senado
Senador Cristovam Buarque e o deputado federal Antônio Reguffe: cobiçados por muitos
e arredios com a reeleição de Agnelo Queiroz

A nomeação do pedetista (licenciado), Marcelo Aguiar para a secretaria de Educação do DF foi, sem dúvida nenhuma, o fato político mais relevante na quinta-feira, 29. Tudo indica que a estratégia do governador Agnelo Queiroz  é para atrair o renitente senador Cristovam Buarque e seu pupilo, deputado federal Antônio Reguffe. Especula-se que tudo foi combinado com o esperto e ardiloso presidente nacional do PDT, Carlos Lupi. “Foi uma jogada indecente do governador Agnelo. Mais uma vez ele oferece cargos para tirar as pessoas dos partidos. Eu me sinto cada vez mais longe do governo. Ele não respeitou nem a mim, nem ao deputado Reguffe. Não fui consultado sobre a nomeação e, se tivesse sido, teria rejeitado”, desabafou Cristovam na edição de sexta-feira, 30, do “Jornal de Brasília”.

Se a estratégia der certo e a dupla Cristovam/Reguffe jogar na lata de lixo sua coerência e história, Agnelo se cacifa ainda mais para conseguir a tão sonhada reeleição, mas se mantida a indignação dos dois pedetistas, ele cava mais fundo o buraco da derrota em 2014. Com várias tendências dentro do PT se degladiando para saber quem deve substituir Agnelo, agora é que o circo pega fogo. Os pretendentes à única vaga de senador, Geraldo Magela e Chico Leite, devem estar acumulando ira contra a jogada de Agnelo, pois o gesto sepulta de vez as pretensões de ambos.

Como o tempo não para, Ag­nelo vai pressionar a cúpula nacional do PT para ajudá-lo a colocar algodão entre os cristais do PDT. Na avaliação de um petista aliado do governador, Cristovam não terá muita opção a não ser apoiar Agnelo. “Se ele afrontar o partido, apoiando Toninho do Psol (Antônio Carlos de Andrade) ou Rodrigo Rollemberg (PSB), a executiva nacional do PDT vai tomar alguma medida para impedir aplicar uma sanção. Não vejo o Lupi fora da disputa no DF, principalmente se a presidente Dilma fizer um pedido ajudar o PT”. Talvez até o dia 5 de outubro, prazo final para quem deseja candidatar-se a um cargo eletivo esteja devidamente filiado a um partido, Cristovam e Reguffe já tenham elaborado um plano B. O mais provável é que ambos tendem a construir uma aliança à esquerda de Agnelo. “Não consigo perceber no senador Cristovam disposição para brigar ao ponto de uma ruptura definitiva com o PT”, conta o aliado de Agnelo. Por enquanto, Cristovam e Reguffe estão pertos do governador Agnelo, mas longe de apoiá-lo no projeto de reeleição.

 

 

Fonte: Wilson Silvestre/Jornal Opção

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