Inimigo número 1 do governo, parlamentar do PMDB enfrenta o Planalto amparado por uma “bancada” que ele ajuda a eleger
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EU TENHO A FORÇA Sem o menor constrangimento, Cunha joga contra o governo e a orientação de seu próprio partido |
Se os problemas que a presidenta Dilma Rousseff enfrenta no Congresso Nacional pudessem ser personificados, o deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) encarnaria o retrato da crise com a base aliada. Desde que se tornou líder do PMDB na Câmara, Cunha passou a representar a soma de todos os medos do Palácio do Planalto. Com o aval para negociar em nome do partido, o parlamentar enquadra vozes dissidentes, empareda o governo e até organiza tucanos e democratas para criticarem o governo. “É claro que estamos preocupados. Quem tem um líder do maior partido aliado como esse não precisa de oposição nem de adversários”, diz um ministro com assento no Planalto. Uma preocupação que faz sentido. Na última reunião do colégio de líderes da Câmara e do Senado antes do recesso, Cunha fez questão de jogar contra o governo e contra a orientação de seu próprio partido sem o menor constrangimento. Assumiu sem reservas o papel de inimigo número 1. Discutia-se a proposta para votação do orçamento e, ao ser dada a palavra à oposição, quem se levantou foi Cunha. “Na Câmara, a obstrução continuará!”, disparou. Em seguida, a reunião foi encerrada sob um silêncio obsequioso.Leia mais