Deputada Liliane Roriz renuncia à vice-presidência da Câmara do DF

Decisão foi tomada por ‘motivo de foro íntimo’, segundo assessoria dela.
Ela é processada por ‘ganhar’ imóveis de empresa, mas nega irregularidade.

do G1 DF

Carta de renúncia da deputada Liliane Roriz (PTB) do cargo de vice-presidente da Câmara Legislativa, apresentada nesta quarta-feira (17) à Mesa Diretora (Foto: Reprodução)Carta de renúncia de Liliane Roriz (PTB) do cargo
de vice-presidente da Câmara (Foto: Reprodução)

A deputada distrital Liliane Roriz (PTB) reununciou à vice-presidência da Câmara Legislativa do Distrito Federal na manhã desta quarta-feira (17). O documento de renúncia foi entregue à Mesa Diretora da Casa. A assessoria de Liliane informou que a decisão foi tomada por “motivo de foro íntimo”.

A parlamentar renuncia ao cargo no dia em que ocorre o julgamento dela na 3ª Turma Cível do Tribunal de Justiça do Distrito Federal por lavagem de dinheiro – ela é acusada de receber dois dois apartamentos em Águas Claras de empresa beneficiada por operação irregular durante o governo de Joaquim Roriz, pai da deputada.

De acordo com o MP, o ex-governador usou de influência política para intermediar a concessão e a repactuação de um financiamento de R$ 6.742.438,84 junto ao Banco de Brasília (BRB) para beneficiar a construtora WRJ Engenharia. Em troca, a empresa entregou 12 apartamentos no condomínio residencial Monet à família Roriz. Segundo os promotores, Liliane recebeu duas dessas unidades em nome da filha, por meio de contrato simulado.

Em 2015, o TJ condenou Joaquim Roriz, as filhas Jaqueline, Liliane e Weslliane e o neto Rodrigo por improbidade administrativa. Também são réus o ex-presidente do BRB Tarcísio de Moura, o ex-diretor do banco Geraldo Pereira, o ex-gerente de crédito Antônio de Oliveira, os sócios da construtora Roberto Cortopassi Júnior e Renato Salles Cortopassi, a WRJ Engenharia, a JJL Administração e a Coss Construção. Todos os envolvidos sempre negaram irregularidades.

De acordo com o MP, Jaqueline e Liliane Roriz possuem quotas na JJL. De acordo com a ação, um dos apartamentos recebidos da construtora foi emprestado por Roriz para um especialista em fecundação in vitro que trabalhava nas fazendas do ex-governador.

Segundo o processo, os sócios da WRJ, Roberto e Renato Cortopassi, procuraram Joaquim Roriz em 2004, então governador, para que ele mandasse o BRB viabilizar dois empréstimos. O dinheiro serviu para a WRJ construir o edifício Monet, que tem 96 apartamentos. Em 2006, a construtora conseguiu prorrogar o pagamento da dívida em três meses.

Investigação
A investigação do caso começou em 2007 com a Operação Aquarela, que apurou fraudes e lavagem de dinheiro envolvendo o BRB. Na época, Tarcísio de Moura foi flagrado pela Polícia Civil negociando por telefone com Joaquim Roriz a partilha de R$ 2,2 milhões que teriam sido sacados de uma agência do banco. O episódio culminou com a renúncia de Roriz ao mandato de senador e a prisão de Moura.

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui