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DF e Entorno terão R$ 90 milhões para combate a violência contra jovens negros

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Programa “Juventude Viva”, do governo federal, disponibilizará recursos às ações que reduzam riscos sociais para negros entre 15 e 29 anos

Lançado oficialmente hoje no Distrito Federal e Região Metropolitana, o plano “Juventude Viva” disponibilizará R$ 90,3 milhões em recursos do governo federal para a capital do país e também seis municípios vizinhos desenvolverem ações que reduzam os riscos sociais para jovens negros entre 15 e 29 anos.

“Temos que enfrentar esse problema com políticas públicas de educação, esporte e desenvolvimento, e não com repressão ou retirada de direitos. Temos obrigação de dar exemplo na capital do país de cidadania para os jovens negros”, destacou o governador Agnelo Queiroz durante lançamento do plano.

O DF será a terceira unidade da Federação a implantar o plano “Juventude Viva”, depois de Alagoas e Paraíba, mas terá como diferencial a integração com municípios do entorno (Santo Antônio do Descoberto, Águas Lindas de Goiás, Formosa, Luziânia, Novo Gama e Valparaíso).

Agora, será criado um comitê gestor para definir as ações que serão desenvolvidas, mas conforme adiantou o secretário de Promoção da Igualdade Racial do DF, Viridiano Custódio, serão criados centros para atendimento dos jovens nas cidades satélites.

Mapeamento da pasta apontou Itapoã, Estrutural, Ceilândia e Samambaia como os locais com maiores índices de mortalidade de jovens negros do Distrito Federal. “Focaremos em políticas públicas de educação, saúde e cultura nas regiões com maior índice de criminalidade”, acrescentou Custódio.

NÚMEROS- Segundo o “Mapa da Violência 2012”, com base em dados de 2010 do Sistema de Informação sobre Mortalidade (SIM) do Ministério da Saúde, o DF é a quinta unidade da Federação com maior taxa de morte entre jovens negros (103,8 para cada grupo de 100 mil habitantes).

Em números gerais, o banco de dados do Serviço único de Saúde (SUS) mostra que, em 2010, foram registradas 880 mortes violentas no Distrito Federal, das quais 57,84% foram homicídios de jovens, com 88,41% das vitimas negras e 82,7% do sexo masculino.

“Eu podia estar nos índices de violência como vítima ou autor, escapei dessas tristes estatísticas, pois aqui no DF, se você é jovem, negro e da periferia, tem cinco vezes mais chances de morrer”, destacou o membro do conselho de juventude Akiní Aduni.

Em municípios da região metropolitana, como Novo Gama e Águas Lindas de Goiás, 100% das vítimas de homicídios entre 15 e 29 anos eram negros. “Estamos juntos para trazer a nossa juventude a inclusão social”, reforçou a prefeita de Valparaíso, professora Lucimar.

“Com esse plano estamos dizendo que a vida de uma pessoa negra, na contramão do racismo, vale tanto quanto a de qualquer outro ser humano”, ponderou a ministra-chefe da Secretaria de Políticas de Promoção de Igualdade Racial, Luiza Barros.

O Juventude Viva deve chegar este ano a São Paulo, Bahia, Espírito Santo, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul e Pará. Desenvolvido em conjunto por 11 ministérios, o trabalho estará focado nos 132 municípios brasileiros com os maiores índices de mortalidade dessa parcela da população.

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