DF quer mais trabalho e menos discurso

Senador diz que é cedo para falar em campanha e dá uma cutucada naqueles que já se arvoram como candidatos: “cada um tem seu estilo, mas eu, em vez de ir para as feiras distribuir santinhos, optei por trabalhar duro aqui no Senado”

Tamanho da Fonte     Redação Jornal da Comunidade

[credito=Foto: Ariel Costa]Respaldado por ter conseguido garantir mais de R$ 18 bilhões de recursos federais para o DF – um recorde histórico – o senador Gim Argello (PTB-DF) não mede palavras para dizer o que pensa sobre o período de tensão pré-eleitoral vivido pelos políticos brasilienses: “Brasília precisa de mais trabalho e menos discurso”, sentencia nesta entrevista exclusiva ao Jornal da Comunidade. Gim diz que é cedo para falar em campanha, e dá uma cutucada naqueles que já se arvoram como candidatos: “cada um tem seu estilo, mas eu, em vez de ir para as feiras distribuir santinhos, optei por trabalhar duro aqui no Senado e, graças a Deus, os resultados para Brasília são inegáveis”.
Os poucos mais de seis anos de mandato de senador alçaram Gim – que assumiu após a renúncia de Joaquim Roriz – a um patamar de destaque na política nacional. Líder de uma bancada de 14 senadores de quatro partidos – Gim é presença constante nas reuniões políticas do Palácio do Planalto, o que acaba lhe proporcionando uma posição privilegiada na hora de defender os interesses de Brasília. “A presidenta Dilma tem sido generosa com Brasília, como deve ser o tratamento com a capital de um país”, destaca o senador, que começou na política por Taguatinga e agora adquiriu expressão nacional. O governador de Goiás, Marconi Perillo (PSDB), por exemplo, o chama de “o quarto senador de Goiás”, por conta do trabalho que os dois têm feito em busca de melhorias para a região do Entorno do DF.

O governador de Goiás, Marconi Perillo, o chama de o quarto senador de Goiás. Isso não pode despertar ciúmes nos eleitores do DF?
Tenho certeza de que não. Essa generosidade do governador é porque temos trabalhado em conjunto por recursos federais para o Entorno. Mas melhorar a vida no Entorno é diminuir a pressão sobre os equipamentos públicos do DF, principalmente na saúde, na educação e na segurança.

E como se dá essa parceria com o governo de Goiás?
Da mesma forma que faço com o GDF, desde a época do governador Arruda, passando por Rogério Rosso e agora no governo Agnelo. Ou seja: procuro os mais diferentes canais do governo federal para conseguir recursos para obras e programas sociais no DF e no Entorno.

No caso do DF, o que dá para destacar?
Olha, principalmente o volume de recursos, mais de 18 bilhões de reais nos últimos dois, três anos. É dinheiro para obras como o BRT que ligará o Gama e Santa Maria ao Plano Piloto. Para o asfaltamento de regiões mais carentes do DF, como Estrutural, Itapoá, Pôr do Sol e Sol Nascente, e também para a saúde, como novas UPAs. Em resumo, uma infinidade de obras que só estão sendo possíveis, graças ao governo federal.

Pode-se dizer que Brasília está sendo bem tratada pela presidente Dilma?
Com certeza. A nossa presidenta tem um olhar clínico de justiça sobre todo o Brasil. Mas Brasília, além de tudo, é a capital federal e merece um tratamento especial não só do governo federal quanto de todos os brasileiros. E ela tem sido muito generosa com Brasília.

Fala-se muito que esse seu bom trânsito com o governo federal o credencia para disputar a reeleição, mas o senhor ainda não declarou qual será sua posição na disputa de outubro próximo…
Minha disposição é de buscar um novo mandato, até para poder continuar a desempenhar o papel que assumi nos últimos anos.

Mas na chapa de Agnelo ou na da oposição, com Arruda, Roriz ou mesmo Rodrigo Rollemberg?
Não sei ainda, até porque considero legítimas todas essas candidaturas. Mas ainda acho cedo para qualquer definição.

Mas muitos candidatos já estão colocando o bloco na rua, inclusive alguns com discursos bem eleitorais.
Tenho acompanhado tudo isso um pouco de longe, até porque acho que o brasiliense espera de nós mais trabalho e menos discurso. Falar, criticar, discutir, faz parte da política. Mas o que interessa mesmo para a população são os resultados práticos.
Podemos deduzir que este é um bom mote de campanha?
Não sei ao certo. O que sei é que acho que o eleitor vai querer saber o que cada um de nós fez durante o mandato. Eu, por exemplo, trabalhei duro aqui no Senado, em vez de ir para as feiras e para a rodoviária distribuir santinhos.

Mas, apesar de importante, seu trabalho se limitou a buscar recursos para Brasília?
De jeito nenhum. Tenho buscado constantemente a interlocução com setores organizados da sociedade, como sindicatos, associações e outras entidades de classe. Daí surgiu muitas ideias boas, diversas delas já transformadas em leis.

Por exemplo?
Por exemplo, leis de minha autoria ou relatoria, como a que criou a aposentadoria especial para deficientes físicos, que poderão se aposentar com menos tempo de contribuição e a autorização para a transferência da concessão de táxis para a viúva ou filhos dos taxistas, uma antiga injustiça que era cometida com essa categoria. No total, tivemos atuação no pleito de mais de 120 categorias, como garçons, agentes penitenciários, quiosqueiros e caminhoneiros.

Defender essas categorias em algum momento não cria uma linha de atrito com o Governo?
Se fizermos este trabalho com critério, não. Claro que geralmente essas reivindicações geram discussões, mas quando são justas e legítimas, sempre encontramos respaldo e boa vontade da parte dos integrantes do Governo e também dos parlamentares, quando é o caso de votação de algum projeto específico.

E ciúmes?
Acho que não, até porque tenho por costume compartilhar com todos as eventuais conquistas. Não tenho cerimônia em ligar para um parlamentar de outro partido – seja de Brasília ou de outra unidade da Federação – para sugerir um trabalho conjunto em benefício desta ou daquela categoria. O trabalho em grupo gera resultados mais rápidos. Não me preocupo com o imediatismo. Quem nos avalia é a sociedade. No momento e na proporção certas.

 

 

 

Fonte: Jornal da Comunidade

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