Diretores da Petrobras se rebelaram contra acordo entre Graça e Dilma e anteciparam demissão

Eles ficaram irritados com o vazamento da informação de que o comando da estatal seria trocado
POR RAMONA ORDONEZ E MARTHA BECK

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Presidente da Petrobras, Graça Foster, deixa reunião do Palácio do Planalto – André Coelho / O Globo

 

RIO e BRASÍLIA — Os cinco diretores da Petrobras tomaram a decisão de antecipar a entrega dos seus cargos após a realização, na noite de terça-feira, de uma longa e tensa reunião de pouco mais de três horas com a presidente da companhia, Maria das Graças Foster. Ela se reuniu com os diretores depois de chegar do encontro que tivera à tarde com a presidente Dilma Rousseff, em Brasília.

Segundo uma fonte próxima à estatal, ao serem informados por Graça que a presidente havia decidido pela troca da cúpula da empresa, eles afirmaram que não tinha mais sentido permanecerem nos cargos, principalmente após as pressões que a companhia estava recebendo. A reunião ocorreu na sede da Petrobras, no Centro do Rio.

Os diretores que renunciaram a seus cargos são: José Formigli (Exploração e Produção), Almir Barbassa (Finanças), Alcides Santoro (Gás e Energia), José Figueiredo (Engenharia) e José Cosenza (Abastecimento). Somente permancerão nos cargos o diretor Corporativo, José Eduardo Dutra, que está afastado por motivos de saúde, e o recém-emposado na nova diretoria de Governança, João Elek.

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Segundo integrantes da equipe econômica, na reunião com a presidente Dilma, Graça voltou a pedir para sair imediatamente. Mas, mais uma vez, a presidente pediu que ela aguardasse enquanto se procurava um nome para substitui-la.

Os diretores da estatal, que já haviam combinado de deixar os cargos com Graça, ficaram irritados com o vazamento da informação de que o comando da Petrobras seria trocado logo. Também por isso se rebelaram e não quiseram mais esperar para tornar a saída oficial.

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O anúncio da saída de cinco diretores e de Graça Foster do comando da Petrobras também foi precipitado por discordâncias internas em relação à forma como esse processo deveria ser conduzido.

— A diretoria se rebelou e não aceitou o acordo que Graça tinha fechado com Dilma (de esperar um pouco mais) — disse uma fonte do governo.

O questionamento da Comissão de Valores Mobiliários (CVM) sobre a saída da cúpula da Petrobras também pesou na decisão. Quando soube da rebelião dos diretores, Graça comunicou na própria noite de terça-feira que a saída deveria ser imediata.

 

 

Fonte: O Globo

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