Distritais se reúnem com Rollemberg para discutir reajuste de passagem

A Mesa Diretora da Câmara Legislativa vai aguardar, até a noite desta segunda-feira (2/1), uma reunião com o governador Rodrigo Rollemberg (PSB) e decidir se haverá ou não convocação extraordinária dos distritais para votar decreto legislativo suspendendo o reajuste das tarifas de ônibus e metrô. A decisão foi tomada em reunião nesta manhã.

Caso o GDF não suspenda o reajuste, os deputados serão convocados durante as férias para analisar o decreto legislativo. Serão necessários 13 votos para que o aumento seja revogado. O encontro dos distritais no Palácio do Buriti está agendado para as 19h30.

Segundo o presidente da Casa, independentemente do conteúdo da conversa com o governador, a Câmara quer a suspensão do reajuste. “Esperamos que ele atenda nosso pedido para discussão. Caso isso não aconteça, nós faremos”,
explicou.Valle informou que a Câmara não é contra reajuste, mas não concorda com o valor anunciado pelo governo. Segundo o presidente, se o aumento realmente for necessário, deve ser menor e justificado.

Rollemberg interrompeu suas férias em Sergipe e voltou a Brasília nesta segunda depois da enxurrada de críticas ao reajuste. Até mesmo o vice-governador do DF, Renato Santana (PSD), foi duro e disse que “gestor que sugere aumento deve ser demitido”. “Não sei se vou conseguir andar de ônibus amanhã (segunda)”, ironizou.

Revolta
Usuários do transporte público ouvidos pelo Metrópoles questionaram o aumento de até 25% nas passagens. Para muitos, a alta foi um “presente” de fim de ano nada agradável. Nesta segunda, às 17h30, está prevista uma manifestação na Rodoviária do Plano Piloto.

“Não estava contando com isso. É um absurdo esse preço. Se ainda tivéssemos um transporte de qualidade, explicaria o aumento, mas nem isso. Acho que a população deve questionar o governo. O ano já começa amargo”, reclamou a corretora de imóveis Jennifer Oliveira Brandão, 27 anos. Ela teve que desembolsar R$ 10 pelo trajeto Sobradinho até Taguatinga nesta manhã.

Geraldo Manoel de Oliveira, 48 anos, é auxiliar de limpeza e mora em Ceilândia. Ele utiliza o metrô todos os dias para chegar ao trabalho no Plano Piloto. “Fiquei decepcionado quando vi o anúncio do governo. A população não tem outra alternativa a não ser pagar para poder ir trabalhar”, disse.

Outra surpresa ocorreu para os usuários das linhas feitas pela empresa Marechal. Os valores ainda não tinham sido atualizados nas catracas e os passageiros que utilizam o bilhete único conseguiram embarcar pelo valor antigo. “”Bom para o consumidor, que tem o direito de pagar o preço do painel”, disse um cobrador que não quis se identificar.

RAFAELA FELICCIANO/ METRÓPOLESRafaela Felicciano/ Metrópoles

Para Jennifer, aumento deveria ser avisado com, pelo menos, um mês de antecedência

 

As novas tarifas foram anunciadas na última sexta (30) pelo governo e representam a segunda elevação nos preços do transporte desde o início do governo Rollemberg. Os valores passaram de R$ 2,25 para R$ 2,50 nas linhas circulares e alimentadoras do BRT (aumento de 11%); R$ 3 para R$ 3,50 (aumento de 16%) nas linhas metropolitanas “curtas”; e de R$ 4 para R$ 5 (aumento de 25%) no restante das linhas, além do metrô.

O secretário de Mobilidade, Fábio Damasceno, reconhece que o embate não será fácil, inclusive na Justiça. Mas garante que o governo está preparado para participar das discussões e apresentar seus argumentos. “Não é a melhor decisão, a que o governador queria, mas é uma medida de austeridade necessária. Não adianta ter passagem mais barata e um Estado quebrado”, ressaltou.

Font: METROPOLES

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