“A proposta do Paulo Guedes é mil vezes mais perversa que a CPMF. Ela vai cobrar qualquer pagamento de boleto via internet, qualquer transação nacional ou internacional. O governo irá arrecadar uma montanha de dinheiro. A proposta vai pegar todo cidadão que fizer qualquer transação de R$ 1 pela internet”, protesta Nelto.
O deputado afirmou que pretende convidar o ministro para ir à Câmara, na primeira semana de fevereiro do ano que vem, para detalhar o novo imposto e explicar qual será a contrapartida para os municípios e estados.
“Vou convidar. Se ele não comparecer, será convocado. O ministro sempre fala, menos Brasília, mais Brasil. Pelo que estou vendo será só Brasília. Quero saber qual a contrapartida que o governo irá repassar para os estados e municípios”, questiona.
Nelto cobra também que Paulo Guedes apresente um estudo com a projeção da arrecadação com o novo imposto.
“O ministério tem um controle de quantos bilhões irá arrecadar? O Brasil não quer saber de novos impostos, sem justiça social. Queremos saber qual a proposta que ele vai apresentar para a extinção de impostos. Quero a isenção de uma dúzia ou mais de impostos”, aponta Nelto.
Por fim, o parlamentar diz que é “urgente” uma proposta que alcance a elite financeira do país e que combata a sonegação. Como exemplo, Nelto cita o imposto sobre herança, cobrado nos Estados Unidos, e faz um alerta sobre os protestos no Chile, país que adotou a cartilha da Escola de Chicago, da qual Paulo Guedes é defensor.
“Chegou a hora dos ricos pagarem as contas no Brasil. Cobrar impostos que tratam de dividendos dos bancos e também atacar a sonegação que chega a R$ 400 bilhões por ano. Cadê o imposto sobre herança? Lá nos Estados Unidos, que o Guedes sempre fala, a taxa é de 40%. Tinha que colocar pelo menos 20% aqui no Brasil. Ou ele apresenta um plano econômico para o Brasil, ou o país vai estar nas ruas em pouco tempo, como está acontecendo no Chile”, adverte.
A proposta de um novo imposto sobre transações digitais foi apresentada na última quarta-feira (18) pelo ministro Paulo Guedes e está em estudo pela equipe econômica. Ela deve ser incluída no projeto da reforma tributária, que será enviado pelo governo ao Congresso em 2020.