Eleições 2018: Clã Roriz se mantém na política

Joaquim domingos Roriz Neto. Foto: Reprodução instagram

POLÍTICA & PODER 

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Aposta agora se volta a candidatura aliada para o Buriti e à terceira geração para a Câmara

Francisco Dutra
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Contrariando céticos e rivais, a família do ex-governador Joaquim Roriz se mantém no jogo político. O apoio do clã foi decisivo para a construção da candidatura ao Governo do Distrito Federal (GDF) de Eliana Pedrosa (Pros), uma das chapas mais competitivas até o momento. Além disso, o “rorizismo” prepara um ciclo de renovação com a pré-candidatura de Joaquim Roriz Neto (Pros) para a Câmara dos Deputados. Para completar, a esposa do ex-governador, Weslian Roriz (PMN) virou coringa na briga pelo Senado.

Roriz Neto tentou um voo para a Câmara dos Deputados, em 2014. Entrou de emergência na corrida para substituir a mãe, a então deputada federal Jaqueline Roriz (PMN). A candidatura da filha do ex-governador naufragou durante uma ação de improbidade administrativa. Mesmo em um curto espaço de tempo, Roriz Neto conseguiu 30 mil votos. Nesta eleição, especialistas, dentro e fora da nominata do PMN, projetam que ele tem chances atingir um número bem maior de votos.

“Infelizmente, Brasília está sem rumo e eu e a Eliana queremos trabalhar pra equacionar o hoje e o amanhã desta cidade que tanto amamos. Ou seja, vou me dedicar ao planejamento urbano, e ao resgate social das pessoas mais necessitadas. Pois não basta apenas matar a fome, é necessário ir além. Dar condições de ascensão e qualificar as pessoas para que o produto do seu trabalho seja melhor remunerado. Tambem vou me dedicar à melhoria da qualidade de vida do cidadão que passa necessariamente pela mobilidade urbana”, comenta Roriz Neto.

A defesa do legado do avô está profundamente enraizada no discurso do pré-candidato. Nesse sentido, Roriz Neto promete uma política popular, fortemente ligada às comunidades. Apesar de a política habitacional do ex-governador ser alvo de críticas de especialistas, órgãos de controle e adversários políticos, ele considera que a gestão de seu avô foi determinante para a erradicação de favelas e para a criação de importantes regiões administrativas.

“A politica habitacional do meu avô foi um sucesso. Reconhecida, de fato, pela Organização das Nações Unidas (ONU) como um modelo exemplar e inovador de assentamento. Atualmente, não existe política habitacional. Este governo que está aí não entregou uma única casa. E a Agefis está fazendo de forma equivocada as coisas. Fiscalizando e derrubando de forma aleatória. É importante, sim, vigiar e impedir construções. Muitos constroem de boa fé e depois de a família ter investido tudo e as vezes se endividando, chega alguém e derruba. Se houver uma política correta, ninguém iria se aventurar em construir em locais sem infraestrutura ou sem a certeza da legalidade”, afirma.

Neste sentido, Roriz Neto planeja uma política de habitação vertical, aproximando a população dos equipamentos públicos como escolas e também dos locais de trabalho. Ele tentará a cadeira no Congresso para não concorrer com a tia Liliane Roriz (Pros), pré-candidata à reeleição como distrital.

Alternativa para Senado

Apesar de não estar com uma campanha na rua, Weslian Roriz tem bom desempenho em pesquisas internas, principalmente para o Senado. Além de uma base sólida, a matriarca do clã tem fôlego para crescer ao longo da eleição. Mas a pré-candidatura ainda está em avaliação. Segundo Jaqueline Roriz, tudo depende do estado de saúde delicado do ex-governador. Se Joaquim Roriz estiver bem, Weslian não descarta brigar pelas urnas. Caso o contrário, a prioridade será apoiar o marido.

Em conversas reservadas, analistas de diferentes campos políticos apontam as razões para a continuidade da força do clã Roriz, mesmo com o histórico de escândalos e da distância do controle da coisa pública. Para começar, até hoje na história do DF, Roriz é o maior líder político regional. Foi governador por quatro vezes, sendo o único reeleito. Ninguém teve o mesmo desempenho. O ex-governador José Roberto Arruda (PR) chegou perto, mas foi engolido pela operação Caixa de Pandora.

Desta forma, a família ainda mantém raízes e contatos nas estruturas do Executivo, Legislativo e Judiciário. Apesar dos graves problemas urbanos gerados pela política habitacional do ex-governador, na população o sentimento preponderante é de gratidão. Além disso, a gestão Roriz na saúde, segurança e nos programas sociais preserva a imagem positiva na memória da comunidade.

David Fleischer, professor de Ciência Política da Universidade de Brasília (UnB), está cético quanto ao futuro da família Roriz. O especialista lembra que, além de Roriz e Jaqueline, Liliane também responde a ação na Justiça e corre risco de não disputar a eleição. “O rorizismo está muito distante de quando o ex-governador deixou o Buriti”, afirma. Segundo o professor, hoje os votos são norteados por corporações e não têm uma afinidade direta à terra.

 

 

Fonte: Jornal de Brasília

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