As eleições da OAB-DF, sempre motivo de grande expectativa, este ano não são diferentes
Paulo Maurício, o Poli, candidato da situação, parece não ter fôlego para empolgar a advocacia brasiliense. Sua candidatura, apagada e insípida, tem sido comparada a um “picolé de chuchu”, sem tempero ou novidade para a classe que anseia por uma liderança autêntica.
Mas o foco da disputa real está entre dois candidatos que personificam visões
bem distintas de como conduzir a entidade: Everardo Gueiros, o Vevé, e Cleber Lopes.
Cleber Lopes conseguiu o apoio do governador Ibaneis Rocha, o que deveria ser uma vantagem expressiva. Porém, em vez de fortalecer sua candidatura, esse apoio levanta dúvidas sérias sobre a independência da OAB-DF, uma instituição que sempre prezou
por sua autonomia. A interferência direta de um governador no processo eleitoral da Ordem compromete o equilíbrio que deveria ser mantido entre o poder público e a advocacia.
O risco de uma OAB mais submissa às vontades do governo não é desprezível, e a advocacia sabe que sua força reside justamente na capacidade de atuar de maneira isenta, sem amarras políticas.
José Seabra, em sua análise perspicaz, destacou a disputa entre Cleber e Vevé como um embate entre “catimba” e “carisma”;. E é justamente na “catimba” que reside o ponto fraco de Cleber. Sua estratégia pode ser vista como um artifício de jogar nas sombras, de
se esgueirar pelos corredores do poder, utilizando-se do apoio governamental para pavimentar sua campanha. É o tipo de jogo que funciona nos bastidores, mas que levanta sérias preocupações sobre os interesses reais que ele representa. Até que ponto a
advocacia brasiliense estará disposta a votar em alguém que traz consigo a sombra da interferência política? Cleber parece ter escolhido o caminho da conveniência, mas a advocacia sabe que a Ordem não pode ser apenas mais uma extensão do poder
executivo local.
Por outro lado, temos Everardo Gueiros, o Vevé, o candidato do carisma. Vevé traz consigo uma autenticidade que contrasta diretamente com a estratégia de Cleber. Enquanto este se esconde nas sombras da “catimba”, Vevé se apresenta à luz do dia, com a confiança de quem tem história e personalidade para liderar. Seu carisma não é apenas uma qualidade superficial; é a expressão de um candidato que se conecta de verdade com seus pares, que não precisa de apoio político para legitimar sua candidatura. Ele representa a possibilidade de uma OAB independente, que atua com firmeza e ética, distante dos artifícios políticos.
Assim, a escolha que se coloca para os advogados do DF é clara: seguir por um caminho de compromissos políticos e interferências indesejadas, representado por Cleber Lopes, ou optar por uma liderança autêntica e independente, encarnada por Everardo Gueiros. Na prática, votar em Cleber é permitir que a Ordem se aproxime perigosamente do governo. Votar em Vevé, por outro lado, é garantir que a OAB-DF retorne a ser o espaço de defesa da advocacia e da sociedade, sem ceder à pressão externa.
Nesta reta final, resta saber se os advogados do DF preferirão a catimba nas sombras ou o carisma à luz do dia?