Eleito, Rollemberg diz que assumirá DF com dívida de R$ 2,1 bilhões

‘Tenho convicção de que não sou o salvador da pátria’, afirmou governador.
Assessoria do atual governo negou existência do déficit citado em discurso.
Raquel Morais
Do G1 DF
Em seu primeiro pronunciamento como governador eleito, Rodrigo Rollemberg (PSB) afirmou neste domingo (26) que assume o Distrito Federal com um rombo de R$ 2,1 bilhões e convicto de não ser “o salvador da pátria”. Ele acompanhou a apuração no apartamento da mãe dele, na Asa Sul. Durante o discurso, Rollemberg ainda citou o ex-presidenciável Eduardo Campos, morto em um acidente aéreo durante a campanha.

“A situação do DF é realmente muito difícil. Existe um déficit já assumido pelo atual governo e publicado no Diário Oficial de R$ 2,1 bilhões. Nós vamos estudar agora com a transição, tendo acesso a todos os dados do DF, quais são as medidas que nos permitirão equilibrar financeiramente o DF. Sabemos que o DF tem uma dívida a receber em torno de R$ 20 bilhões, queremos fazer uma renegociação desta dívida para que possamos receber parte dela já no ano que vem”, declarou. “Tenho convicção de que não sou o salvador da pátria, mas que com o apoio da população vamos resgatar o sonho de JK.”
Por telefone, a assessoria do GDF negou a existência da dívida. “Durante o governo de transição, o governador eleito vai ter oportunidade de conhecer todos os dados, números, com relação a quanto o GDF arrecada e quanto gasta com pessoal, custeio e obras. Nesse momento ele vai perceber que não existe déficit”, disse o secretário André Duda.
Rollemberg venceu o oponente, Jofran Frejat (PR), com 55,56% dos votos (veja aqui o resultado final da apuração). Entre as propostas dele estão a adoção do turno integral em todas as escolas públicas, a redução do número de secretarias de governo, a implantação do bilhete único para transporte coletivo e a escolha de administradores regionais por meio de eleição. O governador eleito também defende uma gestão baseada na estipulação de metas e no acompanhamento de resultados (veja entrevista dele ao G1 quatro dias antes do segundo turno).
“Nossas primeiras medidas serão radicalizar na transparência. Nós vamos criar o conselho de transparência na primeira semana de governo, composto por entidades da sociedade civil, como o Contas Abertas. Nós vamos abrir a senha do orçamento para que a população acompanhe, para que em todos os locais de grande movimento nós tenhamos painéis com os contratos feitos pelo governo”, disse.
O novo governador também afirmou que vai atuar no “combate à burocracia e à corrupção” e não descartou apoio de nenhum partido, desde que aceitem o programa de governo dele. “Nós não vamos lotear o nosso governo”, declarou. “[Queria] Lembrar com muito carinho e muita saudade de algumas pessoas. […] De Miguel Arraes, que foi um mestre para nós, e de Eduardo Campos, que morreu tragicamente nesta caminhada e que é um grande amigo.”

2º TURNO NO DF

Atualmente senador pelo DF, Rollemberg disputou o segundo turno com Jofran Frejat (PR). A votação nas 6.452 seções eleitorais da capital do país começou às 8h e terminou às 17h. Ao fim do pleito, dez pessoas haviam sido presas por boca de urna e 116 urnas eletrônicas tinham sido trocadas.
Rollemberg assumiu a liderança da disputa para o Palácio do Buriti na reta final do primeiro turno, após a renúncia da candidatura de José Roberto Arruda (PR), que não conseguiu reverter a condenação por improbidade que o deixou na condição de ficha suja. A condenação se deu por conta da participação dele no esquema de corrupção que ficou conhecido como mensalão do DEM.
No primeiro turno, Rollemberg atingiu 45,23% dos votos e disputou todo o segundo à frente nas pesquisas de intenção de voto.
A disputa inicial envolvia seis candidatos. Além de Rollemberg e Frejat, tentavam a eleição o atual governador Agnelo Queiroz (PT), Luiz Pitiman (PSDB), Toninho (PSOL) e Perci Marrara (PCO).
Perfil
O senador Rodrigo Rollemberg nasceu no Rio de Janeiro em 13 de julho de 1959. Na capital federal desde 1 ano, o candidato do PSB é formado em história pela Universidade de Brasília (UnB) e está filiado ao partido desde 1985.
Eleito deputado distrital em 1995, assumiu a Secretaria de Turismo do governo de Cristovam Buarque no ano seguinte. Concorreu ao Buriti pela primeira vez em 2002. Em 2004, foi nomeado secretário nacional de Inclusão Social do Ministério de Ciência e Tecnologia, no governo Lula.
Rollemberg foi eleito deputado federal em 2006. Depois do primeiro mandato, se candidatou a senador em 2010 e também foi eleito.

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