Em entrevista à TV Globo, governador afirmou que errou ao nomear chefias. Segundo Ibaneis, controle das forças de segurança precisa ser ‘centralizado’.
Por Fred Ferreira, TV Globo
Governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha — Foto: Reprodução/TV Globo
O governador Ibaneis Rocha (MDB) comentou, nesta terça-feira (6), as exonerações da comandante da Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF), Coronel Sheyla Soares Sampaio, e do chefe da Casa Militar, coronel Marcus Paulo Koboldt.
Segundo o governador, a decisão foi tomada após desentendimentos entre os militares e o secretário de Segurança Pública, Anderson Torres. Em entrevista à TV Globo, Ibaneis afirmou que errou ao não consultar o titular da pasta antes de escolher os chefes da PM e da Casa Militar.
“Eu tenho que reconhecer que esse foi um erro meu. Quando escolhi o secretário de Segurança, também escolhi a comandante da Polícia Militar e o diretor da Polícia Civil”, disse.
“Acho que essa decisão tem que partir do secretário. Porque é ele quem tem que organizar as forças de segurança.
“[O Anderson Torres] é extremamente qualificado, conhece todo o sistema policial. As indicações vão ser dele para a gente cobrar uma organização, cobrar racionalidade nos gastos dessas polícias, pra termos uma polícia única no DF”, afirmou.
Exonerações
Ibaneis também disse que a demissão não foi culpa dos militares dispensados nesta terça-feira. A exoneração deles foi publicada em edição extra do Diário Oficial do DF no fim da tarde.
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Coronel da Polícia Militar do DF Sheyla Soares Sampaio — Foto: TV Globo/Reprodução
A Coronel Sheyla Soares Sampaio foi a primeira mulher a assumir o Comando-Geral da PMDF. Ela tomou posse no inicio do governo Ibaneis.
Em nota divulgada no início da noite, a coronel afirmou que construiu “uma carreira centrada na total observância do dever” e que leva “o orgulho de sempre ter prezado pela defesa da valorosa Polícia Militar, marca da minha gestão e de ter sido a primeira mulher a estar à frente de uma instituição militar bicentenária”.
Já o chefe da Casa Militar estava no cargo desde o dia 1º de abril. Marcus Paulo Koboldt ocupou o lugar do coronel Júlio César Lima de Oliveira, que foi substituído “por conta de embates internos”.
Novos escolhidos
Os nomes dos novos chefes da Polícia Militar e da Casa Militar do DF ainda não foram anunciados. No entanto, o governador garantiu que os escolhidos virão de dentro da PM.
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Secretário de Segurança do DF, Anderson Torres — Foto: TV Globo/Reprodução
Segundo Ibaneis, o secretário de Segurança foi instruído a conversar com lideranças da corporação para nomear o comando. O chefe do Executivo afirmou ainda que, a partir de agora, a interlocução com a PM ocorrerá por meio do secretário.
“Não é tirar esse poder que eles tem dentro da PM, e sim que isso consiga ser feito de forma harmônica. Minha vontade não é fazer nenhum desmonte.”
Resistência
Ibaneis também disse que encontrou resistências no comando da Polícia Militar. Segundo o governador, existe um “corporativismo exacerbado” na corporação.
“Nós temos que pensar muito mais na população, na situação que vivemos, e não nesse sistema de corporativismo tão fechado. Está na hora de quebrar isso. É o que estou tentando fazer”, afirmou.
