Fraga e Roney Nemer disputam o PP no DF

Partido garantiria tempo de TV para a próxima disputa. Mas a presença de um inviabilizará a do outro

Millena Lopes

millena.lopes@jornaldebrasilia.com.br

Com a promulgação da tão esperada janela, que dará aos deputados prazo de um mês para mudar de partido, os próximos 30 dias serão movimentados na capital federal. Em nível local, uma queda de braço para o comando do PP deve definir os rumos das eleições majoritárias em 2018. O grupo do ex-vice-governador Tadeu Filippelli (PMDB) – na figura do deputado federal Roney Nemer (PMDB) – e o deputado federal Alberto Fraga (DEM) disputam o partido, que tem generoso tempo de TV.

De um lado, o PMDB fortaleceria uma provável candidatura de Filippelli ao Palácio do Buriti. De outro, Fraga vê a possibilidade de se aliar ao grupo do ex-governadores Joaquim Roriz, Paulo Octávio ou mesmo José Roberto Arruda, que, por ora, não tem como se candidatar nas próximas eleições. “Brasília precisa se unir, alinhar os partidos da direita, para tirar a esquerda do poder”, argumenta Fraga.

Sem chance

Tanto Fraga quanto Nemer  não negam que foram “convidados” a mudar de  legenda e que uma  aliança do PP com suas atuais siglas é completamente factível. Tanto que, dizem os dois, a decisão de mudar será tomada em conjunto com os atuais partidos.  Fraga diz, no entanto,  que a presença de um inviabiliza a permanência do outro no PP. “Se o Roney for, não há chance  nenhuma de eu ir”, disse. Já o deputado do PMDB desconversa: “Não sei, porque eu não tomei a decisão”.

Na executiva nacional

Fraga não nega que está de olho na disputa de um cargo majoritári em 2018. Avisa  que, apesar de ter recebido convites do PDT, do PR, do PTB  e até do PMDB (“se não tivesse o Filippelli lá”), a ida para o PP “é uma possibilidade real”, já que “o flerte do PP está maior”. Também não esconde que, assim, “tiraria Roney da jogada” e dificultaria para Filippelli, pretenso candidato ao Palácio do Buriti.

Já o deputado do PMDB se diz “honrado e feliz” com o convite para dirigir o partido no DF. “Mas tem muitos prós e contras que tem que ser pesados. Há muito a analisar”, diz.

Ele explica que, embora não tenha sido a motivação inicial do convite, uma futura aliança do PP com o PMDB pode reforçar a disputa em 2018. E, ao dizer que foi convidado também pelo PMB e pelo partido do governador Rodrigo Rollemberg, o PSB, garante que a definição será feita após ouvir o   atual partido. “Essa decisão vou tomar em conjunto com o PMDB e com o Filippelli”, explica.

Dá até para sonhar

Atual presidente do PP no Distrito Federal, Benedito Domingos brinca que seria bom ter os dois no partido. “Se viessem os dois, ficava até bom, daria para fazer uma boa chapa em 2018”, planeja.

Ele diz que as negociações são feitas em nível federal e que estão sendo tratadas pessoalmente pelo presidente do partido, senador Ciro Nogueira (PI).

“Ele tem dispensado atenção para este assunto e devemos nos reunir ainda esta semana em Brasília para  tratar dessas colocações”, afirma, duvidando de que a “janela” seja mesmo promulgada nesta semana.

A janela

A previsão é de que o Congresso Nacional promulgue na quinta-feira, às 11h, no Senado,  a emenda constitucional que abre “janela” para troca de partidos sem perda de mandato.

De acordo com o texto da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 182/2007, que tem apenas um artigo, os detentores de mandatos eletivos poderão deixar os partidos pelos quais foram eleitos nos 30 dias seguintes à promulgação da emenda.

A medida fez parte da proposta que trata da reforma política já aprovada pelos deputados.

O restante do texto, que prevê medidas como o fim da reeleição para cargos do Poder Executivo, ainda vai ser examinado no Senado.

A desfiliação, no entanto, não será considerada para fins de distribuição do dinheiro do Fundo Partidário e do acesso gratuito ao tempo de rádio e televisão.

Fonte:  Jornal de Brasília

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