FUP e Anapetro protocolam representação no TCU contra licitação suspeita da Petrobras
Em compra de plataformas, apenas empresas do mesmo grupo econômico participaram da concorrência
Rio de Janeiro, 26 de agosto de 2022 — A Associação Nacional de Petroleiros Acionistas Minoritários da Petrobras (Anapetro), com apoio da Federação Única dos Petroleiros (FUP), protocolou, nesta sexta-feira, 26, representação junto ao Tribunal de Contas da União (TCU) contra a Petrobrás. A movimentação foi feita a fim de que seja aberta investigação sobre possíveis irregularidades em licitações para a contratação das plataformas P-80, P82, P-83, no campo de Búzios, no pré-sal da Bacia de Santos.
Na ação ao TCU, a Anapetro pede que as negociações entre as empresas sejam suspensas durante as apurações e que sejam disponibilizados à associação representante dos petroleiros acionistas minoritários da Petrobrás documentos e relatórios da comissão de licitação da estatal e os estudos de viabilidade técnica e econômica feitos pela área de Exploração e Produção (E&P) da companhia.
Após as negociações com as empresas de Singapura, a Petrobrás acordou preço de cerca de US$ 2,92 bilhões para a P-80, assegurando desconto de 2% sob o valor original da proposta. No caso da P-82, o preço final ficou em US$ 2,80 bilhões, pois o edital previa que a segunda unidade seria contratada por 95,8% do valor do primeiro FPSO. Já o Sembcorp Marine apresentou preços bem mais altos, superando o patamar de US$ 3,60 bilhões.
“O objetivo é dirimir suspeitas de fraudes à licitação, decorrentes de práticas de fixação e de cobertura de preço. Precisamos saber o que levou a Petrobrás a fechar esse preço e qual a justificativa para contratar tudo no mesmo grupo econômico. Por que validar uma concorrência em que só participaram empresas do mesmo grupo econômico?”, indaga o coordenador-geral da FUP, Deyvid Bacelar, apontando a falta de transparência da Petrobrás. Veja o processo na íntegra: Representação TCU 26-8-2022 |