Grupo de trabalho criará glossário em libras com sinais-terminológicos para personalidades e conceitos do conservadorismo
Uma das bandeiras do Deputado Distrital Thiago Manzoni (PL), é a inclusão de surdos e o seu gabinete conta com uma intérprete de libras, Vânia Rocha. Durante o planejamento de divulgação do lançamento da Frente Parlamentar em Defesa do Pagador de Impostos de da Liberdade Econômica da Câmara Legislativa, liderada pelo parlamentar, descobriu-se que, Margaret Thatcher, primeira-ministra da Europa e símbolo da luta pela liberdade econômica, não tinha um sinal que a identificasse na comunidade surda. Assim como Thatcher, muitos nomes e termos do conservadorismo ainda não têm sinais em libras. Por isso, foi firmado um grupo de trabalho para a criação deste glossário.
A fim de sanar a ausência de sinais para personalidades do conservadorismo, a intérprete Vânia Rocha realizou uma reunião com autoridades da comunidade surda, nesta quinta-feira (9). Após a explanação de Vânia sobre esta lacuna no vocabulário surdo, o professor adjunto de libras da UNB, Messias Ramos Costa, a doutora na área de educação pela UFSC, Karin Strobel e o doutor em estudos da tradução pela UFSC, atuante como professor no Instituto Nacional de Educação de Surdos – INES, Nelson Pimenta, concordaram em estabelecer um grupo de trabalho de forma voluntária para construir os sinais. Também comporá o grupo de trabalho, o mestre em educação, Fabiano Guimarães, que foi intérprete do ex-presidente Bolsonaro.
O foco do grupo de trabalho será a criação de sinais, para que os conceitos do conservadorismo sejam compreendidos, também em libras. Será um trabalho de inclusão, no qual os surdos poderão se inserir e participar do debate político. “Nós temos grandes expoentes do conservadorismo e do liberalismo, como Margaret Thatcher, Roger Scruton, Winston Churchill e outros. Então, esse trabalho tem uma grande relevância, porque apresentará essas personalidades aos surdos e a importância desse trabalho vai para além do conservadorismo”, explicou o Deputado Manzoni.
Durante a reunião, Vânia contou que ficou surpresa ao descobrir que Margaret Thatcher, protagonista da liberdade econômica, não tinha um sinal próprio. “Mesmo na Inglaterra, país de Margaret Thatcher, não existe o sinal do nome dela, pois conversei com uma pessoa da comunidade surda de lá, e eles desconhecem o sinal. Eles fazem datilologia (soletração) para se referir à Thatcher”, explicou Vânia, que também falou que o gabinete apresentará um Projeto de Lei para instituir, no “Setembro Surdo”, o “Dia Da Cultura Surda”, no mês que compõe diversas datas de comemorações voltadas à comunidade surda.