GESTÃO DE AUGUSTO CARVALHO: A CRONOLOGIA DO CAOS NA SAÚDE DO DF, E DO DESPREZO DE ARRUDA AO CASO

Em 07 de janeiro de 2009 o DF-TV denunciava a falta de capacidade da rede pública de saúde para suportar a demanda, dando conta que diversos aparelhos estavam quebrados. Muitas promessas foram feitas, mas como visto nos 11 meses de 2009, quase nenhuma foi cumprida[1]. Um bom bordão para a atual gestão: “promessa feita, promessa não cumprida”.
Em 24 de janeiro de 2009 o DF-TV noticiou que a intenção do Secretário de Saúde de disponibilizar painéis com as escalas dos médicos falhou. Não houve pulso suficiente por parte do Secretário para implementar a medida que garantiria maior informação aos usuários dos hospitais públicos do DF[2]. Igual notícia já havia sido veiculada em 21 de janeiro[3].
Em 26 de janeiro de 2009, pressionando pela repercussão negativa de sua falta de pulso, Augusto Carvalho determina a publicação da escala dos médicos na internet. A medida não está sendo cumprida[4].
Em 27 de janeiro de 2009, no DF-TV, o Secretário de Saúde do DF prometeu – mas não cumpriu – que todos os pacientes da rede pública teriam prontuário eletrônico. A promessa era uma garantia de que não haveria mais sumiço de prontuários. Como já mencionado, a promessa em outubro de 2009 ainda não havia cumprida[5].
Janeiro de 2009 não foi um bom mês na saúde pública, mas os efeitos Augusto Carvalho ainda não se faziam sentir de forma contundente. O estrago ainda era pequeno.

FEVEREIRO

07 de fevereiro de 2009. Começam a surgir sérios problemas no Hospital Regional da Asa Sul, prejudicando crianças logo no nascimento[6].
09 de fevereiro. Auditoria do Tribunal de Contas aponta irregularidades na saúde. Surge para o conhecimento do público um dos principais assessores do Sr. Augusto Carvalho, o presidente do PPS, Fernando Antunes[7], que muitas vezes viria em nossas casas – por meio da televisão – tentar explicar o inexplicável.
Em 10 de fevereiro, no mesmo noticiário duas matérias sobre saúde pública. O caos começava a ser instalado e o drama da população começava a aumentar. A primeira reportagem cuidava da insegurança no HRAN[8]. A segunda reportagem tratava de um problema que se tornaria, ao longo do ano, crônico, ou seja, a falta de vagas em leitos de UTI. Surge a figura de Secretário adjunto Florêncio Figueiredo, prometendo que resolveria o problema. Promessa que foi repetida inúmeras vezes nos 10 primeiros meses do ano[9].
11 de fevereiro, mais uma denúncia referente ao mau gerenciamento da saúde pública e ao descaso com a vida humana[10].
Em 16 de fevereiro de 2009 uma notícia chocante: pacientes de hospital público estavam sem alimentação. Faltava alimentação para enfermos. As questões relacionadas ao mau gerenciamento da Secretaria de Saúde começavam a pipocar aqui e acolá[11]. Também em 16 de fevereiro, o problema das filas e da falta de atendimento médico no HRAN ocupou o noticiário local[12].
Em 17 de fevereiro os telefones da Secretaria de Saúde ficaram mudos e diversos problemas surgiram no HRAS. A falta de gestão começava a tomar conta da mídia[13]. Em 26 de fevereiro a denúncia se referia à falta de tomógrafos na rede pública de saúde[14].
Fevereiro, quando a gestão Augusto Carvalho já estava assentada trouxe um agravamento das condições da saúde pública no DF. Um mau gestor em uma área sensível somente poderia trazer como conseqüência um desastre. O mesmo que um motorista inabilitado conduzindo uma carreta.

MARÇO

02 de março de 2009. Problemas estruturais e gerenciais. Começaram a faltar macas e quando os bombeiros levavam algum doente ao hospital, tinham as ambulâncias retidas, prejudicando a população. O secretário adjunto, Florêncio, indicava a inadmissibilidade de se colocar pacientes no chão e que por isso, excepcionalmente, foram obrigados a reter macas dos bombeiros. O futuro mostrou que pacientes no chão seria um fato corriqueiro na gestão Augusto Carvalho[15], assim como a retenção de macas.
Em 03 de março de 2009 a piora de condições estruturais do HRAS voltou a ser destaque na imprensa, pois o Sr. Augusto Carvalho não conseguiu resolver os problemas surgidos em fevereiro[16].
Em 04 de março a precariedade do atendimento do Hospital Regional de Sobradinho foi destacada na mídia[17]. A falta de seringas descartáveis na rede pública de saúde também[18].
Em 06 de março de 2009 a denúncia envolve a falta de atendimentos e remédios no Posto de Saúde do “P” norte[19].
Também em 06 de março foi notícia o drama da mãe de Gustavo Julian, uma criança que foi vítima de erro médico ao nascer, ganhou uma indenização na justiça, arrancou lágrimas do Ministro mais antigo do STF, quando da análise de seu processo, mas não consegue receber medicamentos, já garantidos pela justiça[20].
07 de março. Uma trágica notícia começa a se tornar freqüente: mortes ocasionadas por falta de adequado atendimento médico. Não é possível afirmar que se o atendimento houvesse sido adequado a morte teria sido evitada, contudo, como o atendimento médico não foi prestado de forma eficiente, nunca saberemos se o doente tinha uma chance[21]. Também em 07 de março foi destacada a precariedade do atendimento médico em Samambaia[22] e a superlotação do HRAN[23].
10 de março de 2009. Difícil achar vaga de UTI no Distrito Federal. As mortes começavam a se avolumar, a exemplo das promessas do Secretário de Saúde, Augusto Carvalho, que sempre falava pela boca de seus subordinados[24]. Em 10 de março o Secretário de Saúde Augusto Carvalho e o subsecretário adjunto Fernando Antunes foram ridicularizados no programa humorístico CQC[25]. A estratégia de Augusto Carvalho é desvendada[26].
Em 12 de março os pacientes oncológicos começam a expor o descaso com que são tratados, ou melhor, com que não são tratados, pois não conseguem receber a medicação que precisam[27]. O drama de Wagnéia comove a população, mas não é o suficiente para garantir que o Secretário de Saúde, Augusto Carvalho¸ forneça tratamento aos que se encontram doentes.
13 de março de 2009. Veículos do SAMU ficam nas garagens e não socorrem doentes[28]. A denúncia vai se repetir várias vezes ao longo de 2009.
16 de março. O CRM e o MPDFT constatam o que a população do Gama sente na pele: O descaso com a vida humana[29].
17 de março. Postos de saúde sem seringas e sem insulina. Augusto Carvalho dá de ombros para os diabéticos[30].
19 de março. A falta de vagas em UTI’s começa a tomar ares de dramaticidade. As promessas continuam se avolumando. Nem mesmo com ordem judicial se consegue tratamento médico na gestão Augusto Carvalho[31].
24 de março. A falta de leitos de UTI permanece. O descaso continua e as mortes se avolumam[32].
26 de março. A precariedade no Hospital Regional do Gama persiste[33]. O HRG não dispõe de um simples tomógrafo, aparelho essencial, por exemplo, para diagnosticar se um AVC (derrame) é hemorrágico ou isquêmico. É impossível imaginar o número de sequelados e de mortos por falta do aparelho[34].
31 de março. O Recanto das Emas sofre com a falta de atendimento médico[35] e mais problemas no Hospital do Gama são encontrados[36].
Em março a marca Augusto Carvalho já estava perenizada na história do Distrito Federal. Infelizmente, a marca não é positiva, mas trágica, um rastro de sofrimento para as famílias enlutadas, que viram seus entes queridos encontrarem a morte sem dignidade, sem tratamento médico.

ABRIL

Em abril, em 1º de abril, os prontuários que deveriam ser eletrônicos foram flagrados pela imprensa. Se os pacientes ficam jogados nos hospitais, imaginem os prontuários[37].
Em 02 de abril a vigilância sanitária interditou a lavanderia de um hospital público[38]. O Hospital do Gama continuava castigando a população[39]. A falta de remédios e a ineficiência castigam a população em todo o DF[40].
Em 04 de abril de 2009 o Hospital Regional de Sobradinho não suporta a chuva e fica alagado[41].
Em 07 de abril veio um caso de agravo à moralidade pública. O Secretário de Saúde do DF, Augusto Carvalho, que não cuida da saúde pública de forma adequada, sabe aproveitar bem e em causa própria as mordomias proporcionadas pelo cargo público que ocupa[42]. A filha do Secretário de Saúde não espera por transporte, usa, ilegalmente, motorista da Secretária de Saúde[43]. Enquanto o Secretário se refestela nas benesses do cargo, dezenas de criança à espera de médicos no Hospital de Planaltina[44]. Eleitores afirmam que não mais votarão em Augusto[45].
08 de abril. O desespero de falta de UTI’s segue grave. A população morre sem atendimento médico[46].
09 de abril morre um bebê, o segundo. Morte ignominiosa, sem tratamento. Mortes e mais mortes em decorrência da falta de gestão[47].
13 de abril de 2009. A falta de segurança e de estrutura para os servidores da saúde é grave. Posto de saúde vira ponto de usuários de drogas[48].
14 de abril. Os veículos do SAMU continuam na garagem[49].
15 de abril. As suspeitas de ilegalidades acerca do Hospital de Santa Maria começam a surgir[50]. O problema da fila de espera por cirurgias também ganha espaço na mídia. A falta de transparência na fila de espera é agravada pelo fato de existir lei determinando a publicação da lista de espera. Lei de autoria do então deputado distrital Augusto Carvalho, mas que não é cumprida nem mesmo pelo Secretário de Saúde Augusto Carvalho[51].
16 de abril. CNS quer suspender recursos para a saúde do DF devido a má gestão[52].
24 de abril. Hospital de Base continua acumulando problemas na gestão Augusto Carvalho[53].
28 de abril. Pacientes aguardam até 03 meses para fazer mamografia[54].
Abril foi um mês trágico para a população do DF. O rastro de sangue, dor e destruição provocado pela gestão Augusto Carvalho estará marcado na memória de inúmeras gerações no Distrito Federal.

MAIO

1º de maio. Cada vez mais difícil ser atendido no Hospital Regional do Guará[55], o caos cresce e as desculpas se avolumam. Para piorar, a gripe suína começa a ser noticiada. As preocupações crescem diante da notória ineficiência do Secretário de Saúde Augusto Carvalho em responder aos problemas de forma expedita.
02 de maio. Parte do teto do Hospital Universitário de Brasília desaba[56]. A auto-estima do usuário do SUS/DF também.
05 de maio. A sociedade cobra o cumprimento da lei distrital de autoria do então deputado distrital Augusto Carvalho, que determina a publicação da lista de espera por cirurgias eletivas. O Secretário de Saúde Augusto Carvalho não cumpriu a lei. Observação, não se fala aqui de homônimos, mas da mesma pessoa[57]. Também no dia 05 de maio surge acusação de negligência a jovem grávida de 15 anos[58].
11 de maio. Falta pessoal nos hospitais públicos, embora existam concursados aprovados em concurso desde 2005[59].
13 de maio. Motolâncias, que custaram uma fortuna, não atendem a população. Ficam encostadas na garagem, deteriorando pela ação do tempo. A ineficiência da gestão Augusto Carvalho impressiona[60].
14 de maio. Lembra da Wagnéia? Notícia de 12 de março, continua sem receber tratamento para o câncer[61]. Se fosse a filha do rei, iria de motorista da secretaria de saúde, mas, é uma pobre, sem amigos importantes. Também em 14 de maio o Conselho Nacional de Saúde recomendou a interrupção do repasse de verba para a Secretaria de Saúde. Suspeita de irregularidades[62].
15 de maio. O descaso com quem depende da saúde pública no Distrito Federal é vergonhoso, mas parece que o Sr. Augusto Carvalho não se envergonha, tanto que em breve estará lhe pedindo voto[63].
16 de maio. Pacientes do Hospital de Base não conseguem fazer tratamento para câncer[64].
18 de maio. Grávida não consegue fazer pré-natal[65], o desrespeito com a vida atinge até os que ainda não nasceram.
19 de maio. A falta de UTI persiste. A saúde pública do DF não está na UTI por falta de vaga, mas o Secretário Augusto Carvalho continua firme no cargo. Nem mesmo ordem judicial é observada[66]. Também em 19 de maio a falta de nutricionistas na rede pública de saúde – gestão Augusto Carvalho – virou notícia[67].
20 de maio. Faltam obstretas, voltamos, na gestão Augusto Carvalho, ao tempo das parteiras[68].
21 de maio. A falta de medicamentos na gestão Augusto Carvalho já era rotina[69], mas o Secretário permanecia em estado de inércia e de desaparecimento, pois não dava satisfação a população.
21 de maio. Acharam Wolly! A vigilância sanitária interditou o laboratório do Gama. A população do Gama foi castigada de modo especial pela gestão Augusto Carvalho[70].
22 de maio. Apareceu a margarida, digo, o Augusto Carvalho. Em uma cena de puro populismo foi entregar o remédio na casa de uma criança. Ao fazer o papel de entregador, diante da TV, garantiu que não mais faltaria remédio no DF[71]. Promessa feita…
23 de maio. Pesquisa revela que o DF tem o 2º pior atendimento psiquiátrico do país. A situação piorou e talvez já sejamos a pior unidade da federação no quesito saúde mental. Gestão Augusto Carvalho[72]. O Hospital de Sobradinho suspendeu internações em UTI por falta de condições[73].
25 de maio. O Laboratório do Hospital do Gama é fechado por fiscais. Motivo: falta de condições de funcionamento[74]. Bactéria atinge UTI de Sobradinho. Os sinais de falta de controle de higiene são manifestos[75].
28 de maio. Filas gigantescas no Arapoanga para marcação de consultas[76].
30 de maio. Finalmente o Ministério Público resolveu investigar a falta de leitos de UTI na gestão Augusto Carvalho[77].
Maio também não foi muito favorável aos doentes do DF. O caos persistiu. Junho foi pior, pois a gripe suína virou pandemia e a ineficiência causou mais estragos.

JUNHO

02 de junho. Pacientes do HRT sofrem com longa espera por atendimento médico[78].
03 de junho. As ambulâncias do DF circulam sem cinto de segurança para os pacientes[79].
05 de junho. O Hospital Regional da Ceilândia não tinha clínico geral em pleno período de gripe suína[80].
08 de junho. Mamógrafo do Hospital Regional da Asa Norte quebrado há mais de 01 ano[81].
09 de junho. A saúde recebe um caminhão de dinheiro, mas um caminhão na mão de um ineficiente motorista só pode causar desastre[82]. O Secretário recebe o apelido de Gasparzinho[83].
15 de junho. Os mamógrafos do HRAN continuam sem funcionar, apesar das promessas[84] feitas.
17 de junho. Os veículos do SAMU continuam parados. 01 ano de garagem[85].
20 de junho. Promessa de multirão de cirurgias. Promessa feita, promessa não cumprida, marca da gestão Augusto Carvalho[86]. O caos é noticiado também pelo SBT[87], que traz a triste sina de Maria Verlande, que, nem com ordem judicial fornece a medicação para câncer. Se fosse a mãe do Secretátio Augusto Carvalho, certamente a medicação seria entregue[88].
23 de junho. O caos instalado, a gripe suína se alastrando e Augusto Carvalho encerra expediente na madrugada de postos de saúde[89]. Nem o PPS quer saber de Augusto Carvalho[90].
27 de junho. Equipamentos novos estavam parados nos depósitos da Secretaria de Saúde, enquanto a população padecia por falta de tratamento e exames[91].
Junho foi um mês em que se acendeu a esperança de dias melhores para a saúde pública. A esperança (aporte de recursos) durou pouco, atropelada pela triste realidade de que faltou competência e boa vontade ao Secretário de Saúde Augusto Carvalho.

JULHO

02 de julho. O problema de falta de leitos e de retenção de macas dos bombeiros continua firme, apesar das promessas feitas pelo Secretário de Saúde Augusto Carvalho[92]. Promessas feitas, promessas não cumpridas.
03 de julho. Lembra do remédio que o Augusto Carvalho foi entregar para uma criança na Ceilândia? O ursacol? Pois bem, em 22 de maio o Sr. Augusto Carvalho disse que não mais faltaria medicação. No dia 03 de julho o medicamento ursacol estava em falta. Disseram que iam abrir uma sindicância, qual o resultado? Nenhum[93]. Promessa feita…promessa não cumprida.
11 de julho. Justiça ameaça Augusto Carvalho de responder pelo crime de desobediência por não entregar remédio à criança doente[94].
13 de julho. Núcleo especializado da Defensoria Pública abarrotado de pessoas. O Secretário Augusto Carvalho é condenado a pagar multa pessoal por descumprimento de ordem judicial[95].
15 de julho. Aparelhos de exame do Hospital Regional da Asa Norte não funcionavam[96]. Médicos residentes do Hospital Regional de Sobradinho reclamam da falta de condições de trabalho[97] e entraram em greve[98].
16 de julho. O Secretário de Saúde tenta explicar o inexplicável[99]. Também no dia 16 de julho tornou-se pública a história de Gisele, uma jovem atingida por bala perdida e que não consegue atendimento médico na rede pública gerenciada por Augusto Carvalho[100].
17 de julho. Falta de profissionais no Hospital de Base[101].
18 de julho. Mais falta de profissionais[102]. Falta de clínicos no Hospital de Samambaia[103]. Hospitais sem clínicos[104].
20 de julho. O número de profissionais da saúde é insuficiente, mas o Secretário Augusto Carvalho não nomeia candidatos aprovados em concursos. Pesquisa revela os principais problemas da saúde na gestão Augusto Carvalho[105], mas, estranhamente não elencou o próprio Secretário de Saúde como um dos piores problemas da saúde em 2009, mas a população quer que a saúde seja melhor cuidada[106].
21 de julho. O caos da saúde também é noticiado pela Record. O jornalista Yuri Achcar relata que metade da população desaprova a gestão da saúde pública[107]. O interessante é o final da reportagem, a Secretaria de Saúde, gestão Augusto Carvalho, não deu pelota para a reclamação da população e nem comentou a notícia. Toda cidade já sabe, o problema é a saúde[108].
28 de julho. Paciente não consegue fazer hemograma no Hospital de Base[109].
29 de julho. Secretaria tenta explicar o inexplicável sobre a impossibilidade de realização de hemograma[110].
Julho, por causa da gripe suína, foi um mês de poucas denúncias, não por se ter avançado no sistema de saúde, mas pelo fato da mídia ter se ocupado de outras questões.

AGOSTO

Agosto seguiu a mesma sina dos demais meses da gestão Augusto Carvalho, promessa feita, promessa não cumprida.
03 de agosto. Promessas de melhorias no Hospital de Samambaia[111]. Promessa não cumprida.
04 de agosto. A promessa de inaugurar as Unidades de Pronto Atendimento – UPA’s – em outubro já dava sinais de que não seria cumprida[112]. Por causa da gripe suína a demanda nos hospitais começou a aumentar freneticamente. A lentidão e ineficiência da gestão Augusto Carvalho ganhariam força. Pacientes não conseguiam ser atendidos no HRAN por falta de médicos[113].
05 de agosto. A preocupação da população com a gripe suína aumenta. A burocracia e a ineficiência da Secretaria de Saúde sob a gestão Augusto Carvalho tornam um verdadeiro suplício conseguir a medicação para tratamento da gripe suína, o tamiflu[114].
07 de agosto. As crianças recém nascidas sofrem com o descaso com a vida[115].
08 de agosto. Diante das denúncias de entraves para o acesso ao tamiflu a secretaria resolve agir e promete implementar medidas que confiram eficiência a distribuição do tamiflu. Mais uma marca da gestão Augusto Carvalho, sempre agir depois das críticas, atuação serôdia[116]. Também em 08 de agosto se descobriu que o dinheiro para compra de remédios e equipamentos, enfim, para prestar serviço de qualidade a população estava aplicado em fundos de renda fixa no Banco de Brasília. A gestão preferiu auferir juros ao invés de salvar vidas[117]. Bancário realmente gosta de aplicação financeira. Todos os órgãos de imprensa denunciam o caso[118], afirmando que dinheiro tem, mas gestão não[119].
09 de agosto. Denuncias sobre a Real Sociedade Espanhola[120].
10 de agosto. A falta de planejamento estratégico pode ter causado a primeira morte por gripe suína. A vítima procurou atendimento em diversos hospitais públicos e não conseguiu ser atendida. Quando foi atendido na rede privada, a doença já havia se alastrado[121]. Repete-se, foi medicada apenas na rede privada, após não encontrar atendimento na rede pública[122]. Augusto Carvalho tentou explicar, dizendo que “é o protocolo, o médico tem de preencher a ficha, é o protocolo, o médico tem de preencher a ficha”. Aí o Florêncio, fiel escudeiro do Augusto, disse que é natural que o paciente chegue no hospital, fique sabendo que vai ter de esperar 04 horas, acabe procurando outros recursos. Disse, ainda, que ele não recebeu a medicação de imediato, pois o caso não atendia o protocolo. O paciente morreu, sem atenção da gestão Augusto Carvalho[123]. Em 10 de agosto a saúde do DF recebeu foi objeto de notícia em rede nacional de Televisão. O dinheiro da saúde estava investido no BRB, mas o Governador Arruda e o Secretário de Saúde Augusto Carvalho dizem que a culpa dos problemas da saúde é dos moradores do entorno[124].
11 de agosto. Apesar de uma morte confirmada por gripe suína, a ineficiência da gestão Augusto Carvalho continuou. Quem procurava atendimento no HRAN encontrava apenas fila e descaso[125]. Anunciadas investigações para apurar as falhas no atendimento da primeira vítima de gripe suína no DF[126].
12 de agosto. Profissionais da saúde denunciam que não dispõe de máscara e materiais básicos de proteção para lidar com os casos suspeitos de gripe suína[127] e sobram motivos para a CPI da saúde[128].
13 de agosto. Pacientes com sintomas da gripe suína não sabem a quem recorrer. A Secretaria de Saúde sob a gestão Augusto Carvalho está um verdadeiro caos[129] e o Conselho Nacional de Saúde quer ouvir o próprio governador José Roberto Arruda[130], pois os recursos estão praticamente parados[131].
14 de agosto. Novamente de forma atrasada, a gestão Augusto Carvalho, assistindo inerte ao aumento dos casos suspeitos de gripe suína resolve dar início a contratação temporária de médicos. Não houve explicação para a demora, sendo intuitivo pensar na ineficiência da gestão®[132]. Deputados distritais começam a falar em Comissão Parlamentar de Inquérito para investigar a gestão Augusto Carvalho[133]. Pacientes continuam sem receber atendimento[134].
16 de agosto. Os recursos da saúde são destinados em grande volume para instituições privadas[135], enquanto a vigilância epidemiológica fica sem recursos em plena gripe suína[136].
17 de agosto. As marcas da gestão Augusto Carvalho se fortalecem. A falta de médicos se agrava com a gripe suína[137]. A cidade sendo assolada por uma epidemia mortal, e os hospitais sem clínicos[138] e a farmácia central está largada para escanteio[139], pois a intenção do governo e terceirizar o serviço[140].
18 de agosto. A falta de investimento estrutural e a má gestão Augusto Carvalho se somam à gripe suína e o caos ganha proporções inimagináveis[141] e até o governador diz que a saúde é o pior problema do governo[142].
19 de agosto. Gestão Augusto Carvalho promete remanejar médicos. Remanejar de onde, se eles não foram contratados, se as aposentadorias por falta de condições de trabalho ocorreram em grande número durante todo o ano[143]. A situação do Hospital Regional da Asa Norte se tornou insuportável[144].
20 de agosto. A gestão Augusto Carvalho, sempre de forma atrasada, anuncia que vai mudar a estratégia de atendimento dos casos suspeitos de gripe suína[145].
21 de agosto. Uma paciente ficou esquecida e trancada dentro do hospital. A desorganização é impressionante. A matéria da Record é inacreditável[146].
25 de agosto. As crianças são um dos principais grupos de risco da nova gripe. A lógica diz que não devem compartilhar o mesmo espaço que as pessoas com casos suspeitos de gripe suína. A lógica, no entanto, não é apanágio da gestão Augusto Carvalho[147]. Em Ceilândia pacientes vão ao hospital, mas voltam para casa sem atendimento médico[148] e os gastos com as UPA’s já causam desconfiança[149].
26 de agosto. Com o dinheiro da saúde aplicado e rendendo lucro ao BRB, Arruda desiste de vender o banco público[150], enquanto os pacientes ainda reclamam da demora para receber atendimento nos hospitais públicos[151].
28 de agosto. Pacientes continuam esperando horas por atendimento médico de urgência e emergência[152] e uma fortuna é gasta nas clínicas privadas de hemodiálise[153].
29 de agosto. Crianças não conseguem ser atendidas no Hospital Regional do Gama[154].
30 de agosto. Pacientes renais morrem sem transplante[155].
31 de agosto. Funcionários do Hospital de Base denunciam que as UTI’s estão sem equipamentos[156].
Agosto se foi, assim como inúmeras vidas na fila de espera por atendimento médico. O Distrito Federal se tornou um local enlutado, manchado pela dor das famílias que perderam os seus entes queridos na porta dos hospitais sem atendimento médico adequado.

SETEMBRO

Setembro não trouxe dias melhores. O rastro de dor continuou a se propagar.
02 de setembro. Gestão Augusto Carvalho promete dar agilidade a realização de cirurgias. Nada de publicação da lista, nada de transparência e nem dos mutirões prometidos[157].
04 de setembro. Governador de São Paulo, José Serra, indaga o governador Arruda se Augusto Carvalho entende de saúde. Se ele perguntasse a população do Distrito Federal teria ouvido um eloqüente NÃO[158]. E as compras sem licitação continuam em destaque[159], até ambulâncias precisam ser compradas de forma emergencial[160]. CPI da saúde já, pede a população[161], que faz luto pela saúde[162].
09 de setembro. Os médicos públicos do Distrito Federal trocam o jaleco branco e vestem roupa preta, simbolizando o luto. A gestão Augusto Carvalho é marcada pelo descaso com a população. Os médicos pedem condições de trabalho[163] e surgem articulações para investigar a saúde[164].
10 de setembro. A população de Sobradinho sofre com a falta de remédios. Os velhos problemas persistem e parecem que nunca serão solucionados[165], e a esperança decorre da criação da CPI da saúde[166].
11 de setembro. Escolhidos os nomes para a CPI da saúde, que, em breve será assassinada na CLDF[167], enquanto outro contrato emergencial chama atenção[168].
16 de setembro. Começa o trabalho de esvaziamento da CPI da saúde[169].
20 de setembro. As compras emergenciais na área de saúde levantam suspeitas[170].
21 de setembro. A falta de vagas para tratamento de hemodiálise também castiga doentes pobres. O descaso com a vida é gigantesco[171]. Também no dia 21 de setembro um bebê, uma inocente criança recém nascida, com suspeita de gripe suína não consegue ser internada em UTI por falta de vagas na gestão Augusto Carvalho[172]. O embuste dos Kits[173].
23 de setembro. Denúncia grave de malversação de dinheiro público, tráfico de influência e outras coisitas mais. O embuste dos Kits de UTI’s se tornam públicos[174] pela bem escrita matéria de Leandro Fortes, na Carta Capital.
24 de setembro. Problemas no Hospital de Santa Maria[175]. Sobram suspeitas de irregularidades[176]. O Secretário de Saúde Augusto Carvalho anunciou a aquisição de leitos de UTI’s novos e em 24 de setembro se descobriu que eram usados e que haviam sido apenas emprestados por um “empresário amigo”[177].
25 de setembro. Falta de remédios no Hospital de Santa Maria[178] e em toda a rede de saúde[179], o portal UOL notícias discorre sobre o sofrimento da população[180].
29 de setembro. Vaquinha para comprar remédios no Hospital Regional da Asa Sul. Não é brincadeira, as mães das crianças que estão internadas e os servidores estão fazendo vaquinha. É isso que dá deixar o tamanduá tomando de conta do formigueiro[181].
30 de setembro. O Hospital Regional da Asa Norte continua superlotado, os pacientes humilhados e o Secretário de Saúde Augusto Carvalho inerte e desaparecido. MPU pede investigação na saúde[182] e suspeita de ocorrência de crime de responsabilidade[183].

OUTUBRO

Setembro se foi, inúmeras vidas também. Outubro promete muito trabalho para a morte. Vejamos as notícias dos primeiros dias de outubro.
1º de outubro. Faltam macas nos hospitais públicos do DF. Problema que já havia sido noticiado em outras oportunidades, problema que já havia sido alvo de promessas da gestão Augusto Carvalho, reforçando o lema, promessa feita, promessa não cumprida[184]. O contraste nos hospitais públicos evidencia a falta de gestão[185].
02 de outubro. Mais uma vez a manchete do dia é o descaso com a saúde pública. No Gama, pacientes aguardam semanas por uma cirurgia. Em Sobradinho, uma mulher em trabalho de parto foi mandada de volta pra casa. O marido fez o parto[186]. A revolta dos pacientes e da população continua[187], mas a insensibilidade da gestão Augusto Carvalho não encontra medida.
05 de outubro. Mais uma vez o lema se mostra real, “promessa feita, promessa não cumprida”. As Unidades de Pronto Atendimento, as UPA, não saíram do papel[188]. Promessa feita, promessa não cumprida. Veja o Secretário de Saúde Augusto Carvalho prometendo a inauguração das UPA’s em julho[189].
06 de outubro. A dificuldade de atendimento médico persiste. Os gestores da saúde colocam a culpa nos moradores do entorno. O problema é que em época de eleição prometem aos eleitores do entorno que eles serão acolhidos aqui, mas depois dos votos depositados nas urnas[190].
07 de outubro. Absurdo! Absurdo! Absurdo! Posto de Saúde no Recanto das Emas está sendo despejado. O aluguel não foi pago[191] e Secretaria de Saúde persegue Defensor Público[192].
08 de outubro. A falta de comando na gestão Augusto Carvalho gera situações absurdas. Mais uma vez a saúde do DF é negativamente retratada em mídia nacional[193].
09 de outubro. Subsecretário de saúde confessa que assumiram saúde apenas para promover o partido e ameaça os que lutam por uma saúde mais digna[194] e Defensores Públicos lançam nota de repúdio contra ingerência do Secretário de Saúde no órgão[195].
10 de outubro. Sábado confuso (como tudo na gestão Augusto Carvalho) no Hospital de Santa Maria[196]
13 de outubro. Mais uma morte sem atendimento médico na gestão Augusto Carvalho, agora em Samambaia[197].
16 de outubro. Deficiente mental vai ao HRAN para extrair dois dentes, pasmem, todos foram extraídos sem qualquer comunicação prévia aos responsáveis[198]. Mesmo diante da forte censura imposta pela gestão Augusto Carvalho aos órgãos de comunicação, as notícias continuam a pipocar.
19 de outubro. Novamente, agora no DF-TV, a notícia sobre a extração dos dentes do adolescente portador de doença mental virou notícia. A gestão Augusto Carvalho só tomou providências depois que as denúncias se tornaram públicas[199].
20 de outubro. A indignação da sociedade com a extração dos dentes de César e com a lentidão da Secretaria de Saúde cresce ainda mais[200]. O presidente do Conselho Regional de Odontologia promete à família do adolescente que vai arcar com os custos do implante. A iniciativa privada faz o papel que deveria ser desempenhado pela Secretaria de Saúde[201] e o Ministério Público anuncia que vai processar a Secretaria de Saúde[202]. A transferência da Farmácia de Alto Custo é outro promessa feita, mas não cumprida[203].
21 de outubro. A esperança de que o estrago feito pela Secretaria de Saúde possa ser desfeito até o natal é veiculado na mídia[204], mas a realidade se mostrou mais grave e os implantes somente acontecerão daqui dois meses[205]. Mas o drama de César não é o único. Pacientes dormem na porta do Hospital São Vicente de Paulo e os que conseguem ser atendidos não encontram remédio[206]. No dia 21 de outubro, Wagnéia, portadora de câncer de mama, citada em 29 de abril e 14 de maio falece sem atendimento médico.
22 de outubro. HRT sem cardiologista e greve de servidores. O caos está perto[207]. Chefe de equipe do HRT pede ao SAMU que não leve outros pacientes para o hospital devido a superlotação. Foi perseguido e punido[208] e o diretor diz que os doentes só fazem barulho. E o problema não era só no HRT, conforme noticiou a imprensa[209].
23 de outubro. Os problemas no HRT continuam e parece que não terá solução tão cedo. Mais promessas feitas, mais promessas não cumpridas[210].
26 de outubro. Augusto Carvalho acusa Ministério Público de o perseguir[211].
27 de outubro. Greve na saúde. Os servidores dizem que não mais suportam as condições de trabalho e os baixos salários. A população sofre[212], sofre[213] e sofre[214] e mais uma denúncia por erro médico na rede pública[215].
28 de outubro. Laudo do Instituto Médico Legal comprova que não havia necessidade de extrair todos os dentes do adolescente César[216] e a greve comprometia o atendimento da população[217]. O caso de uma menina que teve o ouvido operado por erro foi inquirido na polícia[218].
29 de outubro. Deputadas distritais fazem apelo por medicamentos para hemofílicos[219].
30 de outubro. Investigação aponta suspeita na transferência de pacientes que necessitam de transplantes de córnea do Hospital de Base para o Hospital da Universidade Católica[220] e o Ministério Público repudia declarações de Augusto Carvalho que acusam Promotor de Justiça Jairo Bisol de perseguição[221].
31 de outubro. O problema agora é na hematologia[222].

NOVEMBRO

01 de novembro. O Blog da Paola comenta os gastos com as UPA’s[223] e sobre o atendimento domiciliar sem execução orçamentária[224].
03 de novembro. Fato raro, o Correio Braziliense noticia problemas na rede pública de saúde, agora no hospital do Paranoá[225] e o Blog da Paola informa sobre a existência de ação de improbidade referente a hematologia do DF contra o Secretário Adjunto de Saúde, Florêncio Cavalcante[226].
04 de novembro. Falta psiquiatra na rede pública de saúde[227] e a promessa de médicos para o HRT não foi cumprida[228], enquanto os elevadores do Hospital de Base pararam de funcionar[229] e o Distrito Federal é condenado a indenizar família que teve parente morto sem atendimento médico na rede pública de saúde[230].
05 de novembro. Surge mais uma denúncia de extração de TODOS os dentes de deficiente mental no HRAN. Segundo o Ministério Público, existem outros casos e não foram cometidos pelo mesmo dentista[231].
06 de novembro. Mais denúncias de descaso. Outra acusação de extração de todos os dentes de outro deficiente mental[232].
07 de novembro. Novamente a saúde se torna caso de polícia. Novamente a odontologia do HRAN gera repercussão negativa[233].
08 de novembro. Saúde no DF é a pior do Brasil no programa saúde em casa[234].
11 de novembro. Cirurgiões-dentistas ameaçam greve[235].
12 de novembro. Hospital do Gama é interditado por falta de manutenção[236].
13 de novembro. Pacientes do Gama continuam sendo prejudicados[237].
18 de novembro de 2009. A desculpa repetida o ano todo de que o problema é o entorno foi desmentida pelo DF-TV[238] e o problema de retenção de macas, apesar das promessas feitas e não cumpridas, continua acontecendo nos hospitais do Distrito Federal[239].
CONCLUSÃO
É difícil ter esperança diante de tantas atrocidades, de tanto descaso para com a vida humana. Malgrado tal constatação, devemos lutar, devemos cobrar por um sistema de saúde eficiente, que valorize a vida.
Não podemos temer diante dos obstáculos, das perseguições, da perfídia. A vida humana, da concepção ao ocaso natural, é tão valiosa que devemos lutar por ela, sem esmorecer, ainda que em determinados momentos possamos pensar que os maus sempre vencem. Hoje, terça-feira, primeiro de dezembro de 2009, Augusto Carvalho pediu para sair. E já vai tarde.

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