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    GOIÁS – Saiba o que Caiado, Lúcia Vânia e Maguito falavam um do outro

    Possíveis aliados em 2018, os principais candidatos de 1994 adotaram tom agressivo durante a campanha

    Os senadores Ronaldo Caiado, do Democratas, e Lúcia Vänia, do PSB, e o ex-governador Maguito Vilela, do PMDB, parecem ter se esquecido dos ataques mútuos da campanha de 1994 | Fotos: Arquivo / Jornal Opção / Agência Senado

    Marcelo Mariano e Yago Sales

    Efervescente, o ano de 1994 movimentou Goiás para escolha de presidente, governador, senadores, deputados estaduais e federais, cujos contornos se assemelham ao que se estamos prestes a viver em 2018: rompimentos, alianças e ataques.

    Em 2 de abril de 1994, Iris Rezende Machado transmitia o cargo de governador ao então presidente da Assembleia Legislativa, Agenor Rezende, para concorrer ao Senado. Seu vice, Maguito Vilela, seria o candidato peemedebista ao governo do Estado. No mesmo dia, Iris foi descansar em uma de suas fazendas. Maguito mostrou-se otimista com a saída do atual prefeito de Goiânia para se dedicar à campanha que, dado à popularidade do governador naquele ano, o ajudaria no pleito. “Quem tiver dúvidas é só aguardar o resultado das próximas pesquisas”, avaliou, com seu otimismo retórico, à imprensa.

    Em sua atuação parlamentar, Vilela tinha o orgulho de afirmar, ainda na pré-campanha, que havia apresentado diversos projetos para diminuir os recessos parlamentares e acabar com aposentadoria parlamentar. Antes mesmo de o PMDB anunciá-lo como o candidato que daria continuidade à gestão de Iris, Vilela quebrou o sigilo bancário – uma exceção entre todos os candidatos no país naquele pleito.

    Lúcia Vânia, primeira mulher goiana a se candidatar e se eleger deputada federal pelo Partido Progressista (PP), um dos nomes para ir às urnas pelo Palácio das Esmeraldas, previa que o afastamento de Iris do governo fortaleceria as oposições no interior de Goiás. “A presença de Iris no comando do governo criava dificuldades para que muitas lideranças do interior pudessem se manifestar livremente, devido às pressões do Palácio das Esmeraldas junto, principalmente, aos prefeitos, com ameaças de paralisação das obras iniciadas nos municípios”. A candidata se entusiasmou com a desincompatibilização, mas não deixou de alfinetar: “não é possível que a população tenha que conviver com o uso abertamente da máquina do Estado na campanha eleitoral do partido do governo.”

    Capa do Jornal Opção, de agosto de 1994, retrata as armas de cada candidato para a campanha eleitoral

    Dali em diante, ela e o outro candidato, o deputado federal Ronaldo Caiado, à época do PFL, denunciariam cotidianamente o uso da máquina pública em favor da vitória da base peemedebista.

    Lúcia Vânia buscou o consenso junto à oposição ao PMDB para derrotar Maguito Vilela ao Palácio das Esmeraldas, envolvendo os quatro partidos de oposição: o Partido Progressista, Partido da Frente Liberal, Partido Social Democrático Brasileiro, Partido Progressista Reformador. “Mas não faço desse acordo uma camisa de força. Ao mesmo tempo que eu busco o acordo, eu busco o fortalecimento do meu partido, porque a minha trajetória política foi sempre de luta”, comentaria em uma de suas entrevistas, sob críticas de líderes destes partidos que a acusavam de querer “manipular” a eleição, sem dar espaço, em convenções, a outros candidatos.

    O deputado Mauro Borges, também pepista, tentava atenuar a irritação da oposição que resistia ao nome de Lúcia Vânia como cabeça da chapa majoritária. “Acredito em um acordo, até pela necessidade de se decidir a eleição já no primeiro turno”, informou o filho de Pedro Ludovico Teixeira. Alguns caciques, como Irapuan Costa Júnior e Henrique Santillo (à época no PP), também defendiam um candidato único da oposição.

    Deputados do partido de Paulo Roberto Cunha, que articulava seu nome para o governo, criticavam a postura do PP em colocar toda a oposição num acordão, para desarticular o crescimento do nome de Maguito Vilela nas pesquisas.

    A pré-campanha iniciou com um cenário inóspito. Enquanto a oposição não apresentava um consenso, a primeira pesquisa Serpes anunciava que Lúcia Vânia era rejeitada por 7,95%, Maguito Vilella por 12,5% e Ronaldo Caiado por 17,75%. O pefelista era líder tanto em rejeição quanto em intenção de voto.

    A primeira consolidação de aliança foi estabelecida entre PSDB e PP. O tucano Nion Albernaz já encenava uma candidatura quando foi procurado por interlocutores de Lúcia Vânia para que articulasse, junto aos correligionários, a união. Maguito, em entrevista à Rádio Difusora, ironizou: “fritura de Nion Albernaz pelas oposições, quando o ex-prefeito anunciou que deixaria o PMDB. Tudo foi preparado para que a deputada Lúcia Vânia fosse a candidata das oposições, agora os votos do Nion, que foram para ele por ter sido do PMDB, vão vir para mim”.

    Fogo cruzado
    Definidos os candidatos, Maguito Vilela (PMDB), Lúcia Vânia (PP) e Ronaldo Caiado (PFL), ficariam definidos também os armamentos a serem utilizados no bombardeio da campanha eleitoral.

    Com Maguito tranquilo na liderança, uma das campanhas da oposição acabaria após o primeiro turno

    Armas, trabalhadores rurais, ditatura militar, máquina pública, cheque sem fundo, briga de galo, favorecimento de construtora do filho, construção de pista de pouso e reforma de fazenda dos cantores Leandro e Leonardo. Tudo como arsenal de guerra em ataques ferozes nos programas eleitorais, declarações em entrevistas e debates.

    A primeira delas, logo no início, uma pílula de Maguito requentava uma história muito utilizada quando Caiado se candidatou a presidente em 1989. Caiado teria organizado leilões de gado pelo País inteiro para a aquisição de armas para o combate aos trabalhadores rurais – história essa que também consta na página 125 do aclamado livro “Partido da Terra”, de Alceu Castilho. Na época, o atual senador pelo Democratas presidia a União Democrática Ruralista (UDR), que o projetou nacionalmente como um dos mais ferrenhos representantes dos interesses do ruralismo, esvaziando, desde então, as sessões até que suas reivindicações fossem atendidas pelo governo federal.

    Irritado, Ronaldo Caiado convocou sua assessoria jurídica e pediu que processassem Maguito. Os atritos permeariam entre os meses de abril a outubro e precisariam de diversas intervenções do Tribunal Regional Eleitoral (TRE) para acalmar os ânimos dos governadoriáveis.

    Carlos Maranhão e Hamilton Carneiro: peças-chave nas campanhas de Lúcia e Maguito, respectivamente | Fotos: Dibulgação

    A chapa majoritária da coligação “Goiás Para Todos”, encabeçada por Lúcia Vânia, se consolidara e roubava votos de Ronaldo Caiado, que iniciou forte, mas perdia força enquanto o PMDB usava a máquina pública a favor de Maguito Vilela. Inicialmente, Caiado vinha com um discurso mais democrático, sem ataques, mas depois de ter ressuscitado a polêmica do leilão de gados para comprar armas, aqueceu-se para críticas ferrenhas a Maguito Vilela e a Lúcia Vânia, que ultrapassava o ruralista nas pesquisas e nos espaços aos jornais. A primeira mulher a se candidatar ao governo de Goiás, com seu jeito educadíssimo, não temia os adversários. Ela apontava os defeitos.

    A despeito de Maguito Vilela, repetia que “o candidato do PMDB não tem identidade” e que Ronaldo Caiado era “conservador”. Tudo porque Caiado e Vilela não mediam esforços para relembrar que Lúcia Vânia, além de vir de família rica, foi primeira-dama do Estado entre 1975 e 1979, época em que o seu então marido, Irapuan Costa Júnior, era governador de Goiás. Em muitas declarações, os adversários afirmavam que quem governaria, caso ela fosse eleita, seria Irapuan, que, mais tarde, não conseguiu se reeleger ao Senado Federal.

    Em entrevista ao “Diário da Manhã”, Lúcia Vânia afirmou que não se sentia abalada com as críticas. “Eu estou perfeitamente preparada para assumir as críticas que porventura vierem com relação ao meu trabalho e até com a minha vida pessoal. Elas não irão me abalar de maneira alguma. Eu já tive muitos embates durante minha carreira política e este fato não será o complicador para a minha chegada ao Palácio das Esmeraldas.”

    Não demorou para que Maguito Vilela alcançasse a liderança nas pesquisas, com oscilação entre Caiado e Lúcia Vânia em segundo lugar. Na medida que se aproximava o dia 3 de outubro de 1994, surgiam novas denúncias e, consequentemente, novos ataques.
    Com Maguito assegurado na liderança, os embates se concentravam entre a pepista e o pefelista:

    De Ronaldo Caiado para Lúcia Vânia: “aética” por estar cooptando suas bases

    De Lúcia Vânia para Ronaldo Caiado: candidato com alto índice de rejeição junto ao eleitorado e incapaz aglutinar forças no segundo turno das eleições;

    De Lúcia Vânia para Ronaldo Caiado: “estou surpresa com sua fragilidade”, em alusão às dificuldades que se enfrenta durante uma campanha

     

    Campanha
    Coordenada por prefeitos da base do governo, Maguito Vilela percorreu Goiás, sobretudo os canteiros de obras deixados por Iris Rezende. Enquanto isso, a Caravana da Vitória da coligação PT-PCdoB-PPS buscava, timidamente, conseguir apoio pelo Estado.

    Os programas eleitorais de Ronaldo Caiado, Lúcia Vânia e até mesmo de Luiz Antônio Carvalho (PT) batiam sistematicamente na tecla de que houve uso da máquina pública para beneficiar aquele que viria a ser o sucessor de Iris Rezende. Em seu programa, Caiado disparava: “O povo goiano é decente e merece mais respeito. O PMDB transformou essas eleições num escândalo político sem precedentes.”

    Fora do segundo turno: o então deputado federal pelo PFL Ronaldo Caiado liderou as pesquisas por muito tempo, mas perdeu fôlego na hora agá |

    Enquanto a discussão corria no cenário político, dona Iris de Araújo Machado era destaque no noticiário goiano ao ser convidada para compor a chapa do ex-governador de São Paulo Orestes Quércia, para a Presidência. Embora até mesmo a oposição goiana tenha declarado alguma estima pela candidatura de dona Iris, o ex-deputado Adhemar Santillo, do PP, partido de Lúcia Vânia, declarou que ela “entrou em uma canoa furada”.

    Nos debates, onde Maguito teve mais sucesso mobilizando a militância e enfraquecendo as oposições, os candidatos pareciam se exaltar ainda mais e protagonizavam momento em que denúncias falsas eram proferidas. A assessoria de Ronaldo Caiado afirmava que o intuito era provocar uma desestabilização. Contra o atual senador, surgiu a denúncia de um processo que, segundo ele, teria sido arquivo. Mas era mentira. Àquela altura, o juiz ainda tinha de ouvir testemunhas.

    Lúcia Vânia, por sua vez, era acusada de ter favorecido, por meio de uma emenda no orçamento da União, a construtora Ética, de propriedade de um de seus filhos. Contudo, esse favorecimento não foi comprovado.

    Já contra o candidato do governo, Maguito Vilela, via-se ataques rasos como um suposto cheque sem fundo em seu nome e promoção de briga de galo pelo peão da fazenda de seu pai. O cheque, ao final, tinha fundo. O momento fez com que até mesmo Iris Rezende se pronunciasse a respeito, chamando Ronaldo Caiado de “infeliz” devido sua “política da maldade”.

    Vésperas
    Com a ascensão de Maguito, Caiado e Lúcia entraram na chamada “hora do desespero”, como expõe a capa da edição 1.002 do Jornal Opção: uma das candidaturas oposicionistas morreria no primeiro turno, em 3 de outubro. Duas edições seguintes, Caiado, em entrevista, poupou Lúcia de críticas, pois, se passasse ao segundo turno, precisaria de seu apoio. Mas, em relação a Maguito, atirou em sua candidatura, como de costume, no melhor estilo Caiado de “crítica-metralhadora”, sublinhando que o candidato pemedebista não passaria de uma sombra de Iris Rezende, além de voltar a denunciar a máquina pública: “a máquina do governo agiu de maneira agressiva e ditatorial, perseguindo pequenos comerciantes e produtores, policiais, professores e funcionários públicos. Exigiu que as pessoas colocassem adesivos nos carros ou nas portas das casas. Disse ao mais humildes que, se o candidato do governo não ganhasse, suas casas seriam tomadas”

    Lúcia Vânia também atacou a utilização da máquina pública, dizendo que o uso foi “abusivo” em prol da candidatura oficial, citando diversas representações na Justiça Eleitoral que denunciam irregularidades.

    Maguito, durante toda a campanha eleitoral, respondia aos adversários destacando seu perfil “vindo de família humilde, amigo de pobres”. “Me cita uma pessoa pobre que seja amiga desses candidatos milionários”, desafiava. “O elitismo, a prepotência, a arrogância. Os adversários são orgulhosos, não têm identidade com o povo e durante suas vidas, sempre tiraram dos pobres”.

    Fazenda de Leonardo
    Não demorou para que um escândalo estampasse os jornais envolvendo o candidato Maguito Vilela. Documentos e cenas da fa­zenda Talismã, localizada na BR-060, próximo ao município de Posselândia, a 45 quilômetros de Goiânia, dos cantores Lean­dro e Leonardo, foram exibidos e cons­tataram que houve um comício realizado na propriedade rural, mas, para ter pouso, foi construído uma pista com recursos do governo estadual.

    A dupla Leandro e Leonardo ameaçou deixar o Estado de Goiás caso Caiado ou Lúcia Vânia fossem eleitos. “Se o nosso banimento de Goiás for uma vontade política do futuro governador, embora não vivamos mais os tempos da ditadura, que se cumpra o arbítrio. Porém, se o nosso exílio tiver que acontecer, evitaremos o vexame. Nós iremos embora antes. Fare­mos apenas um show beneficente.” A declaração melodramática foi publicada na capa do “Diário da Manhã”, dia 27 de setembro de 1994, a sete dias das eleições.

    Marqueteiros
    “Maguito não faz promessa. Ele faz compromisso.” As palavras de Hamilton Carneiro, marqueteiro da campanha do peemedebista em 1994 corroboram com a “convicção”, “paciência” e “didática” do candidato e suas propostas, como a “Rede da Solidariedade”, que, segundo ele, foi fundamental para a arrancada. No tocante ao “tiroteio eleitoral”, o marqueteiro afirma que os ataques eram naturais, haja vista que Maguito representava o governo. “Existia, sim, um tom agressivo. E Maguito respondia à altura”.

    Carlos Maranhão, coordenador de marketing da campanha de Lúcia Vânia, lembra ao Jornal Opção que, apesar do tom agressivo das campanhas, os ataques não chegavam a baixar para o nível pessoal. Ele garante que a candidata do PP se retraia e buscava evitar polêmicas, apostando em um programa de governo verdadeiro.

    “Tínhamos na equipe pessoas como Roberto Lima e o jornalista Washington Novaes, que, com as suas visões, nos ajudavam a discutir problemas mais avançados. Enquanto Caiado apenas dizia que estava tudo errado, nós apresentávamos propostas”, lembra Maranhão.

    Capa do “Diário da Manhã” destaca vitória do candidato do governo, Maguito Vilela, contra Lúcia Vânia

    A quarta força
    O empresário Luiz Antônio de Carvalho, com um patrimônio estimado à época em US$ 90 milhões, era um petista atípico. Fi­liado ao Partido dos Trabalha­dores desde 1985, era constantemente utilizado por Luiz Inácio Lula da Silva, candidato a presidente em 1994, como exemplo de que as ideias do PT poderiam convergir com as ideias do capital.

    À época, contudo, uma característica chamou muita atenção da imprensa. Ele tinha algo em comum com Lula, muito além das ideias partidárias, que não conseguia passar despercebido. Ele também tinha um dedo da mão esquerda decepado depois de um acidente de trabalho.
    Lula, quando tinha 19 anos, perdera o dedo mindinho numa prensa. Carvalho perdeu o dedo médio numa polia, aos 14, quando trabalhava numa fábrica do pai.

    Mesmo quase não criticando adversários nem sofrendo muitos ataques, a quarta força daquele pleito tinha duras palavras contra os candidatos principais. Sobre Caiado, ele dizia que vinha de família tradicional, defendeu o ex-presidente Fernando Collor até o fim e foi contra a criação de Goiânia e a estrada de ferro. Em relação ao candidato do governo, Luiz Antônio de Carvalho expressava que Maguito perseguia produtores rurais cobrando impostos em cima da venda de galinhas, por exemplo, inviabilizando, dessa forma, o comércio e a indústria. Por fim, não poupou críticas a Lúcia Vânia: “primeira-dama de um governo biônico, que prendeu trabalhadores e oposicionistas e transformou Goiás em um curral eleitoral.”

    Traçando um paralelo com 2018

    Em 2018, José Eliton e Daniel Vilela devem disputar o governo contra Caiado. Alianças ainda estão indefinidas | Fotos: Fernando Leite / Jornal Opção

    Três notas recentes da coluna “Bastidores”, do Jornal Opção, chamam a atenção para o que pode estar por vir nas eleições para governador do ano que vem. A primeira delas, de 23 setembro de 2017, cita fala do deputado federal Pedro Chaves, do PMDB. De acordo com ele, há um desejo de se manter o senador Ronaldo Caiado no bloco oposicionista. Ademais, salienta que, assim como o governadoriável Daniel Vilela, filho de Maguito, pretende ampliar suas alianças políticas. E a senadora Lúcia Vânia, hoje no PSB, é “bem-vinda”.

    Em 7 de outubro, uma outra nota destaca que um deputado estadual pemedebista, provavelmente o caiadista José Nelto, estaria espalhando em cidades do interior que Daniel Vilela vai desistir de se candidatar ao governo a fim de abrir espaço para Ronaldo Caiado. Na mesma chapa, Maguito sairia ao Senado.

    Já a nota de 14 de outubro retrata o que seria a cha­pa dos sonhos de Ronaldo Caiado para 2018: ele para o governo, com Daniel Vilela na vice, e uma das vagas do Senado sendo preenchida por Lúcia Vânia.

    Conforme escrito pelo jornalista e escritor Ivan Lessa (1935-2012), a cada 15 anos, o Brasil esquece do que aconteceu nos últimos 15 anos. De 1994 para cá, passaram-se 23. Daniel Vilela era muito novo, mas Maguito, Lúcia Vânia e Ronaldo Caiado parecem ter, de fato, se esquecido do que diziam um do outro, já que ensaiam uma aliança no futuro.

    Outras semelhanças
    Uma pesquisa Gallup, do início de julho de 1994, apontava que 26,9% rejeitavam Lúcia Vânia por ser mulher e Maguito, 23,80%, em decorrência de suas ligações políticas. Além disso, 13,50% disseram que Ronaldo Caiado “nunca fez nada”.

    A reportagem “Cadê o conteúdo, senador?”, de 19 de agosto deste ano, assinada pelo jornalista Cezar Santos, do Jornal Opção, discorre sobre uma entrevista dada por Caiado ao “Diário da Manhã”, em que o senador “enrola e responde pouco”, deixando de apresentar algo que tenha feito por Goiás, apesar do vasto currículo político, isto é, a pesquisa da Gallup permanece atual e, se refeita, pode até apontar números maiores sobre Caiado à medida em que se espera uma rejeição menor a Lúcia Vânia pelo simples fato de ser mulher.

    Números altos Ronaldo Caiado conserva atualmente nas pesquisas de intenção de voto a governador. Assim como em 1994, aparece, antes do pleito, disparado à frente de um candidato do governo e outro da oposição. No caso do pleito vindouro, José Eliton, do PSDB, e Daniel Vilela, do PMDB.

    O marqueteiro Hamilton Carneiro externa seu pensamento de que uma pesquisa de hoje, a um ano da votação, não reflete o que acontecerá no dia da eleição, semelhante ao que discute o editorial do Jornal Opção, de 16 de junho de 2017, “Virada surpreendente é o que caracteriza todas as eleições a governador de Goiás de 1994 a 2014”. Caiado tende, portanto, a perder força em 2018. Diferentemente de 1994, quando, sem entender o que tinha acontecido, culpou sua assessoria pela derrota, talvez o ano que vem seja o momento oportuno para uma autocrítica.

     

     

    Fonte: Jornal Opção

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