GOVERNO SAI EM SOCORRO DE DILMA

Deu em O Globo

Governo sai em socorro de Dilma

Após ordem dada por Lula, o próprio presidente e seus ministros reagem a críticas feitas pelo tucano José Serra

Regina Alvarez, Gerson Camarotti e Luiza Damé

O governo, capitaneado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, foi a campo ontem para reagir às críticas do presidenciável tucano, José Serra, feitas na entrevista de anteontem ao “Jornal Nacional”.

Em evento no INSS, Lula respondeu às críticas de Serra sobre o aparelhamento do Estado no atual governo.

Também os ministérios dos Transportes e da Saúde reagiram, divulgando notas para contestar Serra, mesma atitude que teve o ministro da Fazenda, Guido Mantega.

Dois dias antes, Lula reunira todo o Ministério para cobrar forte ofensiva para ajudar sua candidata, Dilma Rousseff, com reação aos ataques da oposição.

Sem citar as críticas de Serra ao aparelhamento do Estado, Lula, falando para cerca de 150 servidores do INSS, disse que valorizou os servidores de carreira e que não politizou as instituições:

— Estou convencido de que, quanto mais valorizar os servidores de carreira, mais o Brasil ganha; e quanto menos politizar as instituições públicas, mais o Brasil ganha. Por isso, decidi não indicar mais políticos para as embaixadas — disse Lula, apesar de em seu governo terem sido nomeados políticos para embaixadas, como o ex-presidente Itamar Franco (Roma) e os ex-deputados federais Paes de Andrade (Lisboa) e Tilden Santiago (Havana).

Em nota oficial, o Ministério dos Transportes contestou dados apresentados por Serra sobre as estradas. O tucano dissera no “JN” que, de 2003 até agora, foram arrecadados R$ 65 bilhões com a Cide (imposto para financiar obras de infraestrutura em transportes, entre outras) mas só R$ 25 bilhões foram aplicados nas estradas.

A nota dos Transportes diz que, no período citado, foram arrecadados R$ 54 bilhões, sendo R$ 12,3 bilhões repassados a estados e municípios. Dos R$ 41,7 bilhões restantes, R$ 32,6 bilhões foram para o Ministério dos Transportes, diz a nota. Os investimentos em rodovias, diz a pasta, somam R$ 34,5 bilhões, de 2003 a 2010.

(…) Até a pasta da Saúde divulgou notas para negar a redução no número de cirurgias eletivas (não urgentes).

“Os mutirões foram incluídos na Política Nacional de Cirurgias Eletivas, criada em 2004. Essa política incorporou os quatro procedimentos que eram realizados até então (catarata, próstata, varizes e retinopatia diabética) e outros 86 procedimentos, totalizando 90 tipos de cirurgias eletivas.”

O ministério informou que as cirurgias eletivas cresceram de 1,5 milhão (2002) para 2 milhões (2009).

Como exemplo, o governo cita que, no ano passado, a quantidade de cirurgias de catarata foi maior que em 2002, tido como o ano auge dos mutirões.

Pelos dados, foram 309.981 cirurgias há oito anos, contra 319.796 cirurgias de cataratas em 2009.

Reportagem do GLOBO de 23 de maio, porém, mostrou que nas sete maiores capitais do país (São Paulo, Rio, Salvador, Brasília, Fortaleza, Belo Horizonte e Curitiba) pelo menos 171,6 mil pessoas aguardam para serem operadas, o que pode levar cinco anos.

Os procedimentos vão de uma retirada de amígdala à correção de uma fratura na coluna.

(…) O ministro da Fazenda, Guido Mantega, também negou ontem que dados do boletim Economia Brasileira em Perspectiva, divulgado terça-feira por sua pasta, procurem favorecer a campanha de Dilma.

Ele convocou coletiva para atacar reportagem da “Folha de S.Paulo”, que apontou erros na publicação. Mas admitiu problemas em três dos seis quadros do boletim destacados pelo jornal. E admitiu que era sua a “hipótese” de volta do superávit em conta corrente em até dois anos.

Dilma, também no “JN”, tinha divulgado dados errados sobre a correção do salário mínimo, como mostrou O GLOBO.

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