Incoerências na defesa de Sandra

 

O advogado Cleber Lopes, que faz a defesa da distrital Sandra Faraj,  contou  que vai apresentar mensagens de servidores revoltados com a denúncia de que teriam que pagar 30% de seus salários em forma de dízimo na Igreja Ministério da Fé, liderada pelo apóstolo Fadi Faraj, irmão da deputada distrital.

E daí? Revolta é uma coisa e responder perguntas diante de promotor de justiça é outra. Sem falar que é preciso investigar se ocorreram sistematicamente saques ou transferências feitos por comissionados ligados à Sandra, para pagamentos feitos junto à igreja de Fadi Faraj, irmão da parlamentar.

Cleber explicou ao portal Metropoles que, ainda quando estava contratado no gabinete de Sandra, a deputada e Filipe trocaram mensagens eletrônicas. Nelas, o ex-funcionário teria afirmado que passou os dados referentes ao sistema criado para uma outra empresa, como previsto no contrato entre o gabinete e a NetPub. Sandra disse anteriormente que não sabia que a empresa NetPub era da mulher de Filipe mas agora diz que vai apresentar os e-mails de conversas da empresa com ela.

Mas acontece que, segundo o ex-chefe de gabinete da distrital, Manoel Carneiro, foi uma exigência de Sandra a entrega dos dados.

Anteriormente, tanto a deputada como a defesa dela tinham dito que Sandra Faraj não sabia que a empresa era de um funcionário de seu gabinete. “Estou convencido de que não tem lógica alguém prestar serviço por um ano, pagando os impostos de notas fiscais e depois ficar outro ano sem receber e só depois querer cobrar uma dívida”, afirma Cleber Lopes.

Parece que o competente advogado não foi informado que Filipe estava lotado no gabinete de Sandra Faraj até o dia 13 de fevereiro de 2017, quando foi exonerado. Tanto Filipe quanto a esposa Michelly  faziam parte da igreja Ministério da Fé, e tentaram por um ano, de forma amigável,  receber o que era devido à empresa do casal, a NetPub. Ainda em 2016, A NetPub protocolou na CLDF uma carta de cobrança endereçado à deputada Sandra Faraj, que tão logo a recebeu, chamou seu então chefe de gabinete, Manoel Carneiro, e mandou que ele a destruísse. Carneiro não destruiu a carta de cobrança e confirmará essa história, como testemunha, ao Ministério Público.

O casal Nogueira frequentou a igreja dos Faraj por quase 20 anos. Aliás, Michelly Nogueira chegou a trabalhar na Igreja de Sandra Faraj, que afirmou não se lembrar dela.

Filipe não vê a hora de contar tudo, mas tudo mesmo aos promotores de justiça. Segundo informações, ele não aguenta mais ver tanta “hipocrisia” dos irmãos Faraj. Quer um exemplo? A rádio Fé FM de propriedade dos Faraj (Ministério da Fé) recebeu publicidade da CLDF através da empresa de Filipe, que repassou o dinheiro mas  os irmãos Faraj não pagaram sequer os impostos das Notas Fiscais. E nem mesmo um ‘muito obrigado’.

Em entrevista à TV Globo em fevereiro, Nogueira afirmou que a deputada recebeu verba indenizatória para pagamento de serviços prestados pela Netpub, mas que não repassou esses recursos para a empresa. Segundo ele, a agência repassou 12 notas fiscais ao gabinete de Sandra Faraj, em valores que chegam a R$ 150 mil.

Nogueira afirmou que foi coagido por Faraj e que os carimbos de recebido nas notas fiscais foram formalidades.

A deputada diz que o valor foi pago, mas até agora não apresentou os comprovantes de pagamento feitos à empresa NetPub. Nogueira afirmou que foi coagido por Faraj e que os carimbos de recebido nas notas fiscais foram formalidades.

As investigações continuam e esclarecerão as verdades dos fatos. Mas por quê o advogado não apresenta logo os comprovantes de pagamento feitos à empresa NetPub?

Fonte: Donny Silva