Desde o início dos anos 2000, o crime organizado financia os estudos de apadrinhados para que eles se preparem e ingressem nas carreiras de Estado.
Investigação realizada pela Polícia Civil do DF, em 2005, mostrava as ramificações do esquema.
As organizações criminosas preparam seus pupilos especialmente para as carreiras de Polícia Judiciária (Civis e Federal), Ministério Público e Magistratura, mas também para as Receitas Estaduais e Federal.
Outra forma de infiltrar integrantes na carreiras de Estado é fraudando concursos, como se verificou na investigação da PCDF.
Os criminosos foram tão engenhosos que imitaram serviços secretos e implantaram uma “andorinha” no coração de um órgão que cuidava das provas.
A andorinha, bonita e vistosa, como não poderia deixar de ser, atraiu a atenção de um dos chefes do órgão, figura muito respeitada nos meios acadêmico e jornalístico da cidade. Logo iniciaram um caso amoroso.
Do caso amoroso para o acesso aos gabaritos das provas foi só um pulo. No entanto, havia um obstáculo: uma dirigente do órgão muito ambiciosa percebeu o esquema e, na falta de um moço bonito e vistoso, passou a ganhar dinheiro para facilitar o acesso às provas.
Descobriu-se que o esquema funcionava há alguns anos e tinha gente trabalhando na Polícia, no Ministério Público, no Judiciário e até no gabinete do governador.
Miguel Lucena – Delegado da PCDF e jornalista