O conhecido jornalista bolsonarista publicou matéria bombástica no Diário Popular de SP. Confira:
Lava Jato protegeu Álvaro Dias, aliado de Moro, no recebimento de R$ 10 milhões em propina
Álvaro Dias foi citado por investigados ou delatores da operação Lava Jato como o receptor de recursos ilícitos ou de doações. Assim o fizeram: Fernando Soares, Pedro Corrêa, Leonardo Meirelles e Alberto Youssef.
Por Oswaldo Eustáquio
Diálogos obtidos com exclusividade pelo Núcleo de Jornalismo Investigativo do Diário Popular de São Paulo, revelam que a Força-Tarefa da Operação Lava Jato protegeu o senador Álvaro Dias de investigações gravíssima envolvendo o recebimento de pelo menos R$ 10 milhões em propina.
Em ao menos quatro oportunidades, o senador Álvaro Dias foi citado por investigados ou delatores da operação Lava Jato como o receptor de recursos ilícitos ou de doações. Assim o fizeram: Fernando Soares, Pedro Corrêa, Leonardo Meirelles e Alberto Youssef. Soares e Corrêa o apontaram como receptor de parte dos 10 milhões de reais (juntamente com o senador Sérgio Guerra) pagos por empreiteiras para frear a CPI da Petrobras do Senado em 2009. Meirelles citou que Dias tinha relações próximas com Youssef. Enquanto o próprio Youssef admitiu, numa CPI da Câmara, que doou horas de voos para o senador Dias durante uma de suas campanhas eleitorais.
Com exclusividade, tivemos acesso a troca de conversas entre os procuradores da Lava Jato com os assessores de imprensa do MPF no Paraná, que propuseram aos promotores, quando questionados por jornalista sobre o recebimento de propina de Álvaro Dias, dizer que o senador delatado, não seria investigado por ter “foro privilegiado”. Eles ainda propuseram uma resposta à imprensa, em trecho vetado pelos procuradores, dizendo que Álvaro Dias não foi chamado para depor em decorrência da disputa da eleição presidencial em 2018, dessa forma, transformando a Lava Jato, em uma espécie de Assessoria de Imprensa do Senador.
Causou estranheza, no meio político em Brasília, após todas essas regalias, o senador Álvaro Dias filiar o ex-juiz Sérgio Moro em seu partido, o Podemos, com o objetivo de disputar a presidência da República em 2022, revelando que a Lava Jato, sempre teve um projeto político disfarçado de um plano de combate a corrupção, ou seja, só pegavam os bandidos de um lado. O efeito Bolsonaro destruiu os planos políticos da Lava Jato, que ao que tudo indica, volta com Dias e Moro em 2022.
Veja o diálogo completo:
12:17:55 Rubens Asscom Prpr Pedido do El pais. Claramente, pelas perguntas, vão tentar fazer conexão de Álvaro como candidato da lava jato e acusações de Tacla Duran:
12:18:00 Rubens Asscom Prpr Prezados, bom dia. Estou produzindo uma reportagem na qual citarei o caso do advogado Rodrigo Tacla Duran, o senador Álvaro Dias e a força-tarefa da Lava Jato no Paraná. Em ao menos quatro oportunidades, o senador Álvaro Dias foi citado por investigados ou delatores da operação Lava Jato como o receptor de recursos ilícitos ou de doações. Assim o fizeram: Fernando Soares, Pedro Corrêa, Leonardo Meirelles e Alberto Youssef. Soares e Corrêa o apontaram como receptor de parte dos 10 milhões de reais (juntamente com o senador Sérgio Guerra) pagos por empreiteiras para frear a CPI da Petrobras do Senado em 2009. Meirelles citou que Dias tinha relações próximas com Youssef. Enquanto o próprio Youssef admitiu, numa CPI da Câmara, que doou horas de voos para o senador Dias durante uma de suas campanhas eleitorais. Minhas dúvidas são: . Por qual razão, no âmbito da operação Lava Jato, o senador Álvaro Dias só depôs como testemunha e não teve nenhuma investigação aberta pelo Ministério Público contra si? . O advogado Rodrigo Tacla Duran disse ao EL PAÍS que a Força-tarefa da Lava Jato agendou uma audiência com ele em Madri no dia 04/12/2017, mas nenhuma autoridade brasileira compareceu. Por que os procuradores não foram interrogá-lo? . Como o Ministério Público reage à decisão da Interpol de retirar o alerta vermelho contra Tacla Duran? Meu deadline é às 11h desta sexta-feira, dia 31/08. Agradeço a atenção.
12:19:12 Liliana Quem é o repórter?
12:19:26 Rubens Asscom Prpr Afonso Benites
12:19:59 Rubens Asscom Prpr Sobre tacla temos respostas prontas. E sobre Álvaro, como tem foro, investigação e na PGR.
12:20:46 Rubens Asscom Prpr e podemos reforçar em relação a ele aquela nota que divulgamos que não apoiamos nenhum candidato.
12:29:13 Rubens Asscom Prpr E tem outro detalhe, ele foi testemunha de defesa, não do MPF.
12:38:07 Sobre o Tacla, é importante mostrar para o El Pais que ele se recusou, conforme certificado pelas autoridades espanholas, motivo pelo qual não houve o deslocamento.
12:38:40 E sobre o Álvaro, diga que investigações sobre senadores, infelizmente, são de responsabilidade do STF.
12:39:10 Rubens Asscom Prpr Blza
14:47:11 Rubens Asscom Prpr Pra avaliação:
14:47:14 Rubens Asscom Prpr Seguem as respostas sobre os questionamentos: 1) Por qual razão, no âmbito da operação Lava Jato, o senador Álvaro Dias só depôs como testemunha e não teve nenhuma investigação aberta pelo Ministério Público contra si? Qualquer investigação ou denúncia contra políticos que tem foro privilegiado, ou seja, que estão ocupando cargo no Legislativo, obrigatoriamente tem que ser realizada perante o Supremo Tribunal Federal (STF). A atuação dos procuradores em primeira instância fica restrita a pessoas sem foro, infelizmente. Desta forma, qualquer apuração que eventualmente exista sobre o mencionado senador está sob responsabilidade da Procuradoria Geral da República (PGR), em Brasília. O senador não foi arrolado como testemunha de acusação do MPF, foi ouvido em audiência na JFPR, no dia 21 de novembro de 2017, como testemunha de defesa do ex-executivo da empresa Queiroz Galvão, Idelfonso Colares Filho, como pode ser verificado no processo 5045575-84.2016.404.7000, por meio do site www.jfpr.jus.br. Opcional incluir este trecho: É importante reforçar que, em razão do pleito eleitoral deste ano, por mais de uma vez, tentaram vincular a operação a determinados candidatos, o que é um absurdo e totalmente inverídico. Qualquer tentativa de manifestação nesse sentido é especulativa e só tem a intenção de confundir a opinião pública. Para esclarecer estas inverdades, inclusive, foram divulgadas nos últimos meses, duas notas sobre o assunto, conforme pode ser verificado nos links abaixo: http://www.mpf.mp.br/pr/sala-de-imprensa/noticias-pr/forca-tarefa-lava-jato-reforca-repudio-a-tentativa-de-vincular-operacao-e-candidatos http://www.mpf.mp.br/pr/sala-de-imprensa/noticias-pr/forca-tarefa-lava-jato-repudia-tentativa-de-forcar-vinculacao-entre-operacao-e-candidatos 2) O advogado Rodrigo Tacla Duran disse ao EL PAÍS que a Força-tarefa da Lava Jato agendou uma audiência com ele em Madri no dia 04/12/2017, mas nenhuma autoridade brasileira compareceu. Por que os procuradores não foram interrogá-lo? Em relação a Rodrigo Tacla Duran, a afirmação de que as autoridades brasileiras se recusaram a comparecer na audiência de 4 de dezembro de 2017 é falsa. O investigado e já denunciado em quatro ações penais na Lava Jato informou às autoridades espanholas que não compareceria à audiência, motivo pelo qual não houve deslocamento dos procuradores até a Espanha. 3) Como o Ministério Público reage à decisão da Interpol de retirar o alerta vermelho contra Tacla Duran? A ordem de prisão preventiva contra Rodrigo Tacla Duran permanece vigente e válida. Em habeas corpus impetrado pelo foragido, o Tribunal Regional Federal da 4º Região (TRF4) manteve a ordem de prisão, reconhecendo a sua legalidade. O Ministério Público Federal continua adotando todas as providências legais cabíveis para que ela seja respeitada e cumprida, inclusive no exterior. Tacla Duran, operador financeiro fugitivo do Brasil, já foi denunciado em quatro ações penais por dezenas de crimes de lavagem de dinheiro e organização criminosa. Os recursos ilícitos obtidos por Duran no exterior, oriundos da Odebrecht, foram bloqueados por autoridades estrangeiras e permanecem nessa condição. As inverdades propaladas por Rodrigo Tacla Duran não revelam mais do que a total falta de limites de um criminoso foragido da Justiça, acusado da prática de mais de 100 delitos de lavagem de dinheiro, cujo patrimônio – ilicitamente obtido – encontra-se bloqueado no Brasil e no exterior. Diante da absoluta impossibilidade de enfrentar os fatos criminosos que lhe são imputados, Tacla Duran tenta desesperadamente atacar aqueles que o investigam, processam e julgam, no intuito de afastar o seu caso das autoridades que atuam na Operação Lava Jato.
18:27:28 Rubens Asscom Prpr Alguma opinião sobre a resposta? Deadline do repórter é amanhã, às 11h.
31 Aug 18
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