Líder nas pesquisas para o Senado, Reguffe falta ao debate e é massacrado pelos adversários

gimemagela

O debate entre os candidatos do Distrito Federal ao Senado, realizado neste sábado (27) pela TV Record e pelo R7 DF, foi dominado pelas críticas ao líder das pesquisas de intenções de voto, José Antônio Reguffe (PDT). Ele foi convidado, mas não quis participar do embate.

Reguffe exigiu que uma das regras do debate fosse alterada. Os demais candidatos e a TV Record concordaram com a mudança. No entanto, mesmo com as alterações, o candidato não quis participar.

Os outros dois candidatos mais bem colocados nas pesquisas, Geraldo Magela (PT) e Gim Argello (PTB), aproveitaram a ausência do adversário e deixaram clara a tentativa de desconstruir a imagem de político honesto vendida por Reguffe.

Não houve nenhum embate entre os dois e foram poucos os momentos em que Magela e Gim apresentaram propostas ou ideias. Durante praticamente todo o debate, os dois desafiavam Reguffe e criticavam a desistência do candidato.

Leia mais notícias no R7 DF

Veja como foi o debate ao governo do DF

Gim não poupou críticas nem acusações. Em vários momentos afirmou que Reguffe perderia as eleições justamente por ter “fugido” do debate.

— Ele perdeu a eleição hoje aqui porque ninguém quer alguém que não tem coragem de se colocar. Que dia que ele teve de enfrentar o plenário? E que dia que ele teve de enfrentar o Congresso de frente? Você [Reguffe] cometeu um erro mortal. Você perdeu a eleição hoje, você não vem, porque você é falso moralista, você é um blefe na política.

Magela também enfatizou seu repúdio à ausência do principal adversário. O petista desafiou Reguffe a organizar um debate com suas próprias regras e convidar os oponentes para provar que não tem “medo” do confronto.

— É medo da verdade. É um candidato fujão, medroso, tem medo do debate e do confronto de ideias. Ele acha que já ganhou a eleição e que vai ser nomeado, mas agora é que o eleitor vai começar a pensar.

Preocupação com a imagem

Tanto Magela como Gim acusaram Reguffe de criar um personagem de “bom moço”. Segundo os candidatos que participaram do debate, o líder das pesquisas se preocupa muito com a imagem e tenta interferir no trabalho da imprensa para que nada prejudicial seja publicado contra ele.

Todas as perguntas feitas no confronto direto entre os candidatos envolviam uma acusação contra Reguffe. A denúncia de que ele trabalhava no gabinete de um tio e que fez parte da equipe de Arruda quando ele era senador foram as que mais repercutiram.

De acordo com Gim, Reguffe trabalhava no gabinete de Arruda, mas só aparecia no fim do mês para assinar o ponto.

— Ele criou um personagem para enganar todo mundo. Ele vive no telefone pedindo para não apanhar: “não me bate não”. Quem é jornalista sabe do que eu estou falando. Ele trabalhou no gabinete do tio, trabalhou no gabinete do Arruda como funcionário fantasma. Não vamos votar num blefe desse, não podemos votar num falso moralista.

O candidato Magela também levantou questões do passado de Reguffe, afirmando que apesar ele se vender como um expoente na nova política, é herdeiro de uma tradicional família de políticos do Ceará.

— Reguffe tem escondido seu passado, esconde sua família, rica, de políticos tradicionais do Ceará. Quer passar a ideia de que não tem nada a ver com a velha política, mas, deveria estar aqui debatendo. Eu fui a todos os debates, ele não foi a nenhum, ele tem fugido porque tem medo da verdade. Quem tem medo da verdade não pode nos representar no Senado Federal.

Vergonha do partido e omissão de patrimônio

Gim e Magela somente responderam perguntas sobre suas propostas quando foram questionados pelos jornalistas da TV Record e do R7 DF. Magela teve de explicar porque está omitindo a camisa vermelha do PT de sua campanha e se as denúncias de corrupção contra o partido o envergonham.

O petista garantiu que tem orgulho da estrela de sua agremiação e que sente orgulho do governo do PT.

— Acho que não ficaria bem eu vim para televisão com camisa vermelha enquanto estão todos tão alinhados. A camisa vermelha eu uso na rua, uso em casa, tenho muito orgulho do que o PT fez no nosso País.

Já o candidato Gim foi questionado sobre seu suposto patrimônio de R$ 1 bilhão e sobre como seria sua relação com governo, caso fosse eleito e a presidente Dilma também, já que ele rompeu com a base aliada.

Gim negou que seja bilionário, afirmou que seu patrimônio está devidamente declarado e disse não se preocupar com quem será o presidente porque tem muito conhecimento do Senado para conseguir verbas para o Distrito Federal, independentemente do governo.

— Queria que fosse verdade [o patrimônio de R$ 1 bilhão]. O que eu tenho de patrimônio está declarado. Tudo na minha vida eu tive que provar. O que eu acho muito bacana, porque a cidade toda sabe quem eu sou e de onde eu vim.

Apesar de dizer não estar preocupado com as eleições presidenciais, Gim deixou claro seu apoio ao candidato do PSDB, Aécio Neves.

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui