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    LOBOS & OVELHAS

    Artigo

    A política faz milagres, e produz imagens que sugerem interpretações maldosas, segundo adversários, e que também nos induz à reflexão.

    Nos últimos 20 anos, a política no Distrito Federal tem sido um verdadeiro rodízio com a participação de figuras conhecidas no poder.

    Pare e pense em quem governou o Distrito Federal nos últimos 20 anos: Roriz, Cristovam, Arruda e Abadia alternaram o poder. 

    Brigas, intrigas, confusões, renúncias e investigações fazem parte desta história que insiste não ter fim.

    Pelo poder se busca o inimigo e o transforma em aliado, e se despreza aliados. A utilização de meios nada ortodoxos dá o tom nos bastidores da política local, onde é preciso ‘matar’ para sobreviver na selva política, repleta de jacarés, onças, veados, cobras e traíras.

    O que importa mesmo para muitos políticos no DF, é alcançar o poder e lá permanecer. Para alguns, ficar longe do poder reduz seu patrimônio, deixando-o mais ‘pobre’.

    Segundo reportagem do jornal Correio Braziliense, publicada nesta semana, deputados distritais teriam melhorado muito de vida após terem ingressado na política.

    O leitor brasiliense pode concluir muitas coisas e refletir se este não seria a grande e única oportunidade de se buscar o novo, aquilo que ainda não foi tentado para mudar a cara de Brasília.

    Velhas propostas são conhecidas pelos eleitores brasilienses. O que tem faltado ao longo dos últimos anos, é a coragem do cidadão do DF dar um basta num sistema que há vinte anos está contaminado.

    A história está repleta de escândalos, mas nada melhor do que alguém para revelar a verdade, mesmo que doa, que intrigue e que desnude ambições escondidas. Graças ao delator Durval Barbosa, Brasília se livrou do fabuloso esquema de corrupção do governo do DEM, na gestão do ex-governador José Roberto Arruda.

    Não seria esta a hora do DF repensar fatos, e redistribuir responsabilidades a fim de dar um novo rumo, para se evitar que velhos personagens, alguns sendo lobos travestidos de ovelhas, ocupem novamente o poder e assim continuar subindo na vida?

    Onde estão os jovens de nossa cidade, os servidores públicos honestos, os taxistas, os funcionários liberais, as  mulheres cidadãs e guerreiras (que sabem que o sistema de saúde no DF funciona mal há pelo menos 20 anos), os rodoviários, os empresários (que não toleram mais licitações dirigidas e até pregões eletrônicos ‘marcados’ e portanto, com dificuldades de competir), os professores (que conhecem muito bem o descaso dos últimos governos com a educação), a mídia que prefere muitas vezes distorcer fatos para atender pedido de quem lhe oferece publicidade oficial, e tantos outros trabalhadores que passam três ou até quatro horas por dia dentro de ônibus cheios, velhos e com passagem caríssima. Onde está a revolta de nossa cidade?

    O momento de se mudar o destino de um país, de um estado, de uma cidade, está se aproximando.

    Serenidade e acima de tudo, compromisso com a cidade onde criamos e educamos nossos filhos, é tudo que nós, eleitores, precisamos ter ao votar nas eleições de 3 de outubro.

    Musiquinhas bonitas, imagens de obras construídas, programas sociais executados, maquiagem, discursos feitos por profissionais que não pedem voto, sorrisos, muitos sorrisos, dão o tom em uma campanha política. Quando Lula foi orientado pelo marketeiro Duda Mendonça a mudar seu estilo e até seu sorriso, conseguiu -finalmente – ser eleito presidente do Brasil.

    O eleitor não gosta de gente rancorosa. Mas também não tolera ser enganado por tanto tempo. Afinal, 20 anos é muito tempo perdido. E a esperança não pode demorar mais.

    *Donny Silva é brasiliense,  jornalista, tradutor, teólogo e presidente do jornal Gazeta do DF e do jornal O Evangélico.

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