Mané Garrincha é da paz

 
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Em clima de paz e harmonia, Fluminense vence o Corinthians na arena brasiliense
 
 Quem compareceu ao Mané Garrincha para assistir Fluminense x Corinthians, jogo válido pela oitava rodada do Campeonato Brasileiro, na noite da quinta-feira (16), pode confirmar o resultado. Se dentro de campo, o tricolor carioca levou a melhor ao marcar um gol em rebote na cobrança de pênalti, fora das quatro linhas, o clima de paz e harmonia entre os torcedores eliminou qualquer incerteza relacionada à segurança da arena. 
 
As torcidas fizeram a festa nas arquibancadas. Elas cantaram, incentivaram seus times e ocuparam todos os níveis do estádio.  Mesmo com o frio, mais de 21 mil pessoas estiveram na arena para acompanhar de perto a partida. Na parte inferior, área compartilhada entre os torcedores, o clima de descontração e tranquilidade tomava conta do local. Era possível flagrar pessoas uniformizadas de ambos os clubes dividirem o mesmo espaço. 
 
“A torcida mista sempre foi uma característica da nossa cidade. O torcedor brasiliense respeita o torcedor do outro time. Essas pessoas sempre conviveram pacificamente em Brasília, esse setor sempre foi um ambiente de respeito e cidadania, de paz e de alegria. O Mané Garrincha é seguro e oferece proteção para que essas áreas continuem funcionando”, avalia o secretário-adjunto de Turismo, Jaime Recena. 
 
O baiano Paulo Cesar Barbosa, de 51 anos, estava na cidade a trabalho. Aproveitou a noite de folga para conhecer o Mané Garrincha e engrossar o coro a favor do seu alvinegro paulista. “Gostei muito dessa característica do estádio, de incentivar as torcidas mistas, deveria ser assim em todos os estádios. Mas infelizmente alguns frequentadores não possibilitam isso. Quem briga em estádio não pode ser chamado de torcedor”, opina o administrador.
 
A bandeira do Corinthians de Paulo Cesar dividia espaço, na arquibancada inferior, com a do Fluminense, de Amanda Rafaella Soares, de 29 anos. Quando confirmaram a partida do tricolor carioca em Brasília, ela correu para garantir três entradas – a dela e dos pais – e conseguiu duas vantagens com a ação. Além de ver de perto a vitória da sua equipe, ela esteve, pela primeira vez, no Mané Garrincha. “Em minha opinião, a rivalidade tem que ser só na hora do jogo e dentro de campo. Nós, aqui da arquibancada, devemos torcer, incentivar e empurrar nosso time, mas sem ferir o direito do outro de fazer a mesma coisa pelo time dele. É uma festa essa área para torcidas mistas no estádio e não pode acabar. Serve também para que todo mundo aprenda a conviver em harmonia com as diferenças”, avalia a estudante.
Antes do início da partida, um ato de paz no estádio, promovido pela Secretaria de Esporte, Lazer e Turismo chamou a atenção do público. Cerca de 15 crianças – de até 10 anos – vestidas de branco contornaram o campo com balões da mesma cor e uma faixa que dizia Mané Garrincha é da Paz. O ato simbólico, em referência ao episódio do último jogo, entre Flamengo e Palmeiras, em que torcedores entraram em confronto, pedia a união e a harmonia entre torcedores.  Além da ação, um vídeo com texto de Washington Olivetto passou em dois momentos nos telões do estádio – início e intervalo da partida – e levou parte do público a reflexão.  
 
 

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