Manobras para enfraquecer adversários

    Ricardo Callado
rcallado@jonaldacomunidade.com.br
  Redação Jornal da Comunidade

A disputa eleitoral de 2014 vai ser dura. O termômetro é a pré-campanha que começa com chutes na canela. Se continuar desse jeito, os ânimos chegarão exaltados quando a campanha iniciar, em julho.
As três principais candidaturas ao Palácio do Buriti se movimentaram esta semana. Agnelo Queiroz (PT), José Roberto Arruda (PR) e Rodrigo Rollemberg (PSB) tiveram prós e contras. A briga é de bastidores. O alvo é dificultar a formação de chapas dos adversários.

 

A indicação do senador Gim Argello (PTB) para o Tribunal de Contas da União (TCU), feita pela presidente Dilma Rousseff, foi uma mãozinha para ajudar o PT local. Gim tinha sido anunciado na chapa do ex-governador Arruda.

 

O Palácio do Planalto se mexeu e abriu uma vaga no TCU, nomeando o então ministro da Corte, Valmir Campelo para uma vice-presidência do Banco do Brasil. O caminho ficou aberto para Gim ir para tribunal e colocar o PTB-DF no colo da candidatura de Agnelo Queiroz.
Quem melou a operação foi o senador Rodrigo Rollemberg. Ele encampou a campanha contra a indicação de Gim ao TCU, forçando o senador petebista a desistir. E arrastou servidores do tribunal e parlamentares contra a manobra. O nome de Rodrigo ficou anotado no caderninho de Gim. E a briga entre os dois promete para os próximos meses.

 

Quem gostou foi Arruda. O problema é que com o anúncio da ida de Gim para o TCU, o ex-governador se antecipou e convidou o ex-deputado federal Alberto Fraga (DEM) para compor a chapa e ser candidato a vice. Gim não foi. E Arruda tem um problema nas mãos.
E o problema pode virar solução. Mesmo tentado a disputar novamente o Senado, Fraga não deve aceitar. Quer mesmo é ser deputado federal, onde teria uma eleição mais garantida. O seu grupo político defende isso. Assim, Arruda além de não perder o PTB pode atrair o DEM para coligação. E aumentar o tempo de TV.

 

No PSDB, venceu a disputa o deputado federal Luiz Pitiman. Ele será o candidato ao Palácio do Buriti. Os outros dois pré-candidatos, Izalci Lucas e Márcio Machado, gritaram. A legenda no DF deve chegar à campanha esfacelada.

 

Izalci e Márcio não tinham muito o que fazer. A indicação veio de cima. E passou por acordos maiores. Ela foi feita pela comissão interventora do partido no DF, a mando do presidenciável Aécio Neves.

 

Aécio atendeu a um pedido de um amigo que tem obras em Minas para que Pitiman fosse candidato.

 

A jogada é para ajudar a candidatura de Agnelo. O amigo de Aécio e de Agnelo tem interesse na reeleição do governador e é responsável pelas principais obras no GDF. A indicação de Pitiman serviria para não levar o PSDB para a chapa de Arruda. Assim, diminuiria o poder de fogo do ex-governador. E menos tempo de TV. Além de dividir os votos da direita.

 

A novela Reguffe teve mais um capitulo. Agnelo sonha em ter o deputado federal José Antônio Reguffe (PDT) em sua chapa disputando o Senado. O parlamentar se antecipou e declarou apoio a Rollemberg.

 

O senador Cristovam Buarque (PDT) não gostou de saber da decisão de Reguffe pelos jornais. Birrento como sempre, condenou a atitude do companheiro de partido. Cristovam queria conduzir o processo. Na quinta-feira (10), nos bastidores, a ameaça era do senador se lançar candidato ao Palácio do Buriti.

 

A manobra é desastrosa. Se vier a acontecer o prejuízo será contabilizado nas campanhas de Agnelo e Rollemberg. E será uma ajuda e tanto para Arruda. Seria algo como: “se você não é meu, não é de ninguém”. Quase um crime passional onde todos perdem.
O rancor, também, vai marcar as eleições de 2014.

 

 

Fonte: Jornal da Comunidade

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